Com uma vantagem de 3-0 na eliminatória, diante de um Liverpool sem Mo Salah e Bobby Firmino, todos apontavam o Barcelona como já apurado. Contudo, a atmosfera de Anfield conjugada com a fenomenal atitude dos homens de Jurgen Klopp virou uma eliminatória que parecia perdida. Será a segunda final consecutiva para o Liverpool, e este é um momento que ficará na história da Liga dos Campeões.
Entrada em máxima força
Os Reds começaram o jogo a perder por 3-0, não tinham Salah nem Firmino, dois jogadores-chave no tridente ofensivo da equipa, e todos davam o Barcelona como apurado. Talvez tenha sido isto uma das principais razões pela qual assistimos a uma entrada a fundo do Liverpool, um Liverpool que parecia picado, e que lhes valeu um golo aos 7 minutos de jogo, com Origi a aparecer sem oposição no sitio certo, e a marcar na recarga de um remate do capitão Jordan Henderson. Este golo deu uma boa dose de energia à equipa da casa, mas o Barcelona soube gelar o encontro, quase sempre com posse de bola, e assim foi no resto do primeiro tempo, um Liverpool vivo e aguerrido mas sem conseguir criar perigo, e um Barcelona em posse e com algumas ocasiões, ainda que quase sempre negadas pelo guardião Alisson Becker.
Reviravolta lendária na Champions
Jurgen Klopp começou o segundo tempo com uma alteração, substituindo o defesa Andy Robertson, lesionado, pelo médio Gini Wijnaldum, uma substituição que acabou por ser crucial para a reviravolta épica em Anfield. Coração, alma, atitude e a fantástica empatia que o treinador alemão criou naquele grupo, tudo isto conjugado com a enorme atmosfera daquele estádio, superaram qualquer adversidade na segunda parte, e sufocaram o Barcelona de tal maneira que estes mal reagiram nos segundos 45 minutos. O recém-entrado Wijnaldum apontou dois golos na abertura do segundo tempo, aos 54 e 56 minutos, igualando a eliminatória e desencadeando um inferno em Anfield. Os fantasmas da reviravolta contra a AS Roma do ano anterior voltaram para assombrar o Barcelona, e estes acabaram por conceder o derradeiro golo da derrota de forma inacreditável. Canto para o Liverpool, uma desatenção geral da turma catalã, e Origi marca o seu segundo golo no jogo, completamente sozinho na grande área do Barcelona, golo este que matou os catalães, que não voltaram a conseguir entrar no jogo.
Os Reds estavam em risco de terminar uma temporada fantástica sem títulos para festejar, e agora estão a um passo de se sagrarem campeões europeus. Uma reviravolta lendária para o Liverpool, que ficará na história da competição. Klopp e os seus pupilos deixaram claro que Anfield Road é o local onde o impossível se pode tornar possível.
Factos negativos para o Barcelona
Este foi mais um choque nesta edição da Liga dos Campeões, e se para o Liverpool esta foi uma noite de glória, para o Barcelona isto foi um pesadelo, mais uma tragédia da equipa catalã na Liga dos Campeões. Ficam aqui alguns dados negativos do Barcelona nesta competição:
- Nas últimas três temporadas, o Barcelona foi eliminado da prova ao perder fora de portas por 3 ou mais golos, em 2017 contra a Juventus (3-0), em 2018 contra a AS Roma (3-0) e agora em 2019 contra o Liverpool (4-0).
- Para além disso, este encontro igualou a maior derrota do Barcelona desde o novo formato da Liga dos Campeões, e igualou a maior goleada de um jogo nas meias-finais da Liga dos Campeões, sendo estas em 2013 entre o Bayern de Munique vs Barcelona (4-0), em 2014 entre o Bayern de Munique vs Real Madrid (0-4), e em 2019 entre o Liverpool vs Barcelona (4-0).
- O Liverpool é a primeira equipa na história da Liga dos Campeões (novo formato) a virar uma eliminatória depois de perder 3-0 fora na 1ª mão. Apenas o Galatasaray, em 1989 (formato antigo) tinha conseguido este feito.
- Alisson Becker esteve presente nestas últimas duas reviravoltas contra o Barcelona, a época passada ao serviço da AS Roma, e este ano ao serviço do Liverpool.
Boas Apostas!