Expetativas radicalmente distintas para os dois jogos dos oitavos de final que resultam do cruzamento entre os grupos E e F. Pelo menos em teoria, o Brasil – México promete ser um jogão; o Suécia – Suíça nem por isso. Com a Alemanha fora de cena, ganha força o cenário do hexa para a Canarinha mas El Tri já surpreendeu neste Mundial. A Suécia foi o inesperado vencedor do Grupo F e os índices motivacionais estão ao rubro.
Brasil, o favorito que cresce
O Brasil entrou algo perro no Campeonato do Mundo mas a cada partida fui elevando o nível. Na última jornada bateu com naturalidade a Sérvia, com golos de Paulinho e Thiago Silva, carimbando a passagem aos oitavos no primeiro lugar do Grupo E. Horas antes, a Campeão do Mundo tinha sucumbido à maldição ou à sua própria previsibilidade, as versões variam, e fez as malas para regressar a casa. A Canarinha perde assim a oportunidade de vingar o 7-1 mas acho até que agradece não ter que reviver o momento negro.
Com a Alemanha fora, ganha força o cenário do hexa para o Brasil, pelo menos entre os adeptos. Tite, esse, sabe bem que o caminho é longo e prefere manter os pés bem rentes ao relvado. Os sinais são positivos no sentido em que a equipa vem em crescendo, um pouco a par das exibições da sua maior estrela. Claro que não deslumbra, o que deixa sempre um pé atrás, mas não é suposto, pelo menos nesta altura do campeonato. Sem Neymar ao seu melhor nível, a Canarinha tem sido sustentada pela qualidade silenciosa de Philippe Coutinho, que requer bem menos protagonismo.
Repetir o jogo de estreia
O México nunca venceu o Brasil em Mundiais (3D/ 1E), o melhor que conseguiu fui um nulo há quatro anos. Mas a atual geração conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos de de Londres, 2012, derrotando precisamente o Brasil na final. E El Tri já provou que tem armas para surpreender os melhores: a deceção alemã começou com a derrota imposta na partida inaugural. O que parece é que Juan Carlos Osorio e os jogadores mexicanos investiram tudo na preparação do jogo com a Alemanha e depois tiveram dificuldades em manter a concentração nos duelos, à partida, mais fáceis. A derrota por 3-0 com a Suécia não estava no programa e bem podem agradecer aos Coreanos porque sem o esforço dos asiáticos já não estariam em prova.
Suécia a viver acima das possibilidades
Com todo o respeito, mas o embate entre Suécia e Suíça é o jogo dos oitavos que, à vista, muitos dispensariam. Não me entendam mal, as duas equipas têm muito mérito em chegar a esta eliminatória mas olhando para os outros duelos que se foram perspetivando, perde na comparação.
A Suécia não estava na calha para sobreviver à fase de grupos, quanto mais garantir o primeiro lugar, num grupo em que, nunca será de mais repetir, estava a favorita campeã do mundo. Depois do adeus de Ibra era suposto esta seleção passar por uma travessia do deserto, pelo menos até a geração seguinte, que conseguiu resultados importantes nas categorias de formação, atingir a maioridade. Portanto estes oitavos superam, largamente, as expetativas. Pressão zero, grande capacidade de luta e o maior trunfo desta equipa comandada por Jann Andersson é o coletivo. Se é para identificar uma fraqueza, está no ataque. Berg e Toivonem – o primeiro esforçado, o segundo inconstante – já não vão para novos e às vezes o golo custa a aparecer. Mas em encontros a eliminar, como aconteceu frente ao México, aparece um penálti, um erro defensivo e o marcador até parece alargado. Pode bem voltar a acontecer.
Suíça com ausências importantes
A Suíça, como sabemos, é uma equipa muito disciplinada, com boa organização. Um adversário chatinho, que não é fácil de penetrar nem desposicionar. A Costa Rica sem nada a perder deu-lhes água pela barba, explorando certas distrações defensivas que nem lhes são muito comuns. O problema maior para a seleção de Petkovic é a perda de Stephan Lichtsteiner e Frabian Schar para a partida de terça-feira, ambos devido a acumulação de cartões amarelos.
Boas Apostas!