O oitavo título do AS Monaco pode mesmo ser considerado o mais belo de todos os conquistados. Assim parece pensar Patrick Urbini, jornalista da revista France Football, na análise que faz aos plantéis que somaram títulos na equipa do Principado, desde o primeiro, conquistado em 1960-61 sob orientação de Lucien Leduc (que haveria de ganhar mais dois títulos), passando pelas equipas de Arsène Wenger, Jean Tigana e Claude Puel, para chegar ao de Leonardo Jardim, que associou ideia de jogo, potencial do plantel e a conquista do ceptro francês.

Monaco Campeão

A festa é monegasca

Este campeonato tem ainda o condão de ser conquistado em contra-ciclo, num momento em que existe um poderio gigantesco do lado do Paris SG, cujo plantel tem um custo de mais do dobro daquele do AS Monaco. Enquanto os parisienses gastaram 359M€ para formar o seu onze e os três suplentes mais utilizados, os monegascos ficaram-se pelos 178M€. Na época do futebol comandado pelo lado financeiro, as notícias de que uma outra via é possível, têm, esta época, Leonardo Jardim como o seu missionário mais reconhecido, até por ter associado o sucesso na Liga Francesa a uma carreira de excepção também na Liga dos Campeões.

A conquista foi realizada à custa de uma enorme luta na frente, protagonizada por três concorrentes que vieram muito próximos, quase colados, até à meta de chegada. Se o Paris SG esteve, quase sempre, à distância da mão, o Nice só a quatro jornadas do final deixou de ter esperanças de poder ser também campeão, o que nos diz bastante da valia das três equipas, apesar de contextos bem diferentes de uns para os outros.

Valores individuais em alta

O resultado directo deste sucesso que o AS Monaco apresentou ao longo da temporada é a valorização de vários elementos do seu plantel. Aquele que centrará todas as atenções no próximo mercado é Kylian Mbappé, que chegou para completar a formação no clube e, neste momento, já terá sido recusada a sua transferência por 80M€, com a equipa monegasca a acreditar poder receber ainda mais pelo seu avançado.

Outros nomes, como Bernardo Silva, Lemar, Bakayoko, Fabinho, Mendy e Sidibé viram os seus valores dobrar, ou mais do que isso, prevendo-se uma eventual fuga de valores da equipa. Mbappé parece ser um caso inevitável, ainda que a perspectiva de ser figura na Seleção Francesa que disputará o Mundial no final da próxima época, o possa fazer pensar duas vezes na saída para um dos grandes europeus, onde poderia ver em risco a titularidade. Já Bernardo Silva e Lemar parecem ser saídas quase garantidas, tal como Mendy e, pelo menos, um dos nomes do meio-campo.

No que toca a veteranos, vários jogadores terão tido aqui uma oportunidade de voltar a estar no topo. Subasic, que chegou ao Monaco quando estes jogavam na Ligue 2 é um bom exemplo disso mesmo, mas João Moutinho e, sobretudo, Falcao, terão alcançado um título que muito provavelmente já não esperavam ser possível nas suas carreiras, muito menos conjugado com o sucesso na Liga dos Campeões. Também isso poderá fazer com que procurem um derradeiro contracto fora do Principado, situação que deverá ainda afectar Leonardo Jardim, muito desejado noutras paragens e, na verdade, sem muito de melhor para fazer se continuar no Monaco.

Boas Apostas!