O Liverpool sai deste defeso apontado como o mais forte candidato a contrariar a hegemonia do Manchester City. O percurso na Liga Milionária da época passada, com a ida à final, veio confirmar as condições que a equipa tem para ser competitiva ao mais alto nível. E durante o verão o clube investiu quase duzentos milões de euros para acrescentar profundidade ao plantel. O onze titular já era forte, agora tem opções para manter o nível. Alisson, o titular da Canarinha, vem resolver o maior senão da equipa, Shaqiri, pela energia contagiante, pode vir a ser uma dos reforços de peso.

Bom embalo da pré-época

A identificação dos adeptos com o treinador é total e o projecto parece estável.

A identificação dos adeptos com o treinador é total e o projecto parece estável.

É difícil para os adeptos do Liverpool não se deixarem levar pelo entusiasmo. Nas últimas três temporadas os Reds foram a duas finais europeias e na última, frente ao Real, ficou a sensação de que com um pouco de sorte o desfecho podia ter sido outro.

Mesmo perdendo esse jogo, o Liverpool é uma equipa que pratica um futebol atrativo, o tipo que atrai e motiva jogadores talentosos. Os fans, em particular, valorizam isso. Claro que a ausências de títulos já vai longa e eles bem gostariam de os festejar. Mas sentir que o clube pode jogar olhos nos olhos com qualquer adversário é algo que já lhes dá um ânimo especial. O resto virá.

Verão em cheio

A pré-temporada foi emocionante para os Reds e os resultados espelham isso mesmo. À parte uma derrota com o Dortmund (1-3) venceram os dois de Manchester – City (1-2) e United (1-4) –, golearam o Nápoles (5-0) e terminaram com um triunfo sobre o Torino (3-1). A equipa mostrou ritmo, facilidade em marcar e energia.

Xerdan Shaqiri, contratado ao Stoke City por menos de quinze milhões esteve ao rubro na pré-temporada. É evidente a satisfação do suíço por estar numa equipa que joga como este Liverpool. Mas toda a ação do clube no mercado de verão foi impressionante.

O problema da baliza está resolvido com a chegada do titular da Canarinha.

O problema da baliza está resolvido com a chegada do titular da Canarinha.

Para começar, garantiu os serviços de Alisson Becker, o guarda-redes da seleção brasileira, pelo qual pagou mais de sessenta milhões de euros ao Roma. Não é surpresa para ninguém: a baliza era o calcanhar de Aquiles desta formação. Karius, apesar da solidariedade dos companheiros, não dá garantias. Isso fica resolvido.

Nabi Keita demorou uma temporada a fazer o caminho de Leipzig a Anfield mas era negócio fechado. Tem tudo para ser o elemento mais criativo do meio-campo do Liverpool, o herdeiro espiritual de Coutinho, nesse sentido.

A outra contratação impressionou por ser acertada mas sobretudo pela discrição com que tudo foi tratado. Sem rumores ou fugas de informação, soube-se que Fabinho deixaria o Monaco para se juntar a Klopp e companhia.

Em termos de saídas, a única de relevo foi a de Emre Can, que assinou com a Juventus. Danny Ward foi vendido ao Leicester City por catorze milões mas era umã figura secundária.

O Liverpool acrescentou qualidade nas opções para o miolo do terreno com alcance para o futuro. O mais velho dos recém-chegados, Shaqiri, tem vinte e seis anos.

Único senão

O único apontamento que pode suscitar alguma apreensão é o eixo da defesa. Virgil van Dijk é um central de topo mas as opções para o acompanhar nem tanto. Depois de ter ido até à final no Mundial, Dejan Lovren pode argumentar que ele não é o problema. Enfim. Joel Matip começa a época lesionado.

Aquilo que os adeptos querem é que o Liverpool os continue a encher de orgulho com um futebol que contagia. Alguns falam em jogos memoráveis, que aconteceram durante a temporada passada, como o triunfo sobre o City (3-0) ou os 5-2 à AS Roma na Champions. Todos esperam que dê luta na Premier League, conquistá-la será um bónus.

Boas Apostas!