O FC Porto quebrou o enguiço dos empates em clássicos e bateu o Sporting CP na sexta-feira passada. Numa partida bastante renhida atá ao fim, em que ambas as equipas sobressaíram pelas soluções de recurso para colmatar ausências, Sérgio Conceição garantiu o grande objetivo, e reforçou a liderança na Liga NOS. Jorge Jesus praticamente diz adeus às pretensões do título, agora que está a oito dos Dragões.

Um passo potencialmente decisivo

Neste clássico havia muita coisa em jogo. Para o FC Porto era a possibilidade de se isolar ainda mais no primeiro lugar, ao mesmo tempo que praticamente descartava um dos concorrentes diretos. E o triunfo de sexta-feira cumpriu os dois objetivos, ainda que no rescaldo o treinador portista insista em dizer que a luta do título continua a ser a três e ainda nenhum dos grandes pode ser eliminado da equação.

A vitória isola os Portistas no primeiro lugar e particamente descarta um dos concorrentes diretos.

A vitória isola os Portistas no primeiro lugar e descarta um dos concorrentes diretos.

Isto pode soar estranho mas a partida foi marcada pelas soluções alternativas que se encontraram para suprir as ausências, entre castigados e lesionados. Esteve longe de ser um jogo memorável, no sentido da qualidade do futebol jogado. E no fim, os Dragões mostraram aquilo que já se vinha a intuir: têm um pouco mais de recursos. Sem Tiquinho Soares, lesionado, e com Vincent Aboubakar ainda a recuperar o ritmo competitivo após paragem por problemas físicos, Conceição apostou em Gonçalo Conceição para acompanhar Moussa Marega lá na frente.

No meio-campo as duplas Héctor Herrera/ Sérgio Oliveira e William Carvalho/ Rodrigo Battaglia anulavam-se mutuamente e o perigo acontecia apenas nos lances de bola parada. Foi desta forma que Iván Marcano abriu o ativo.

Primar pelas ausências

O avançado de dezoito anos entrou para render Doumbia e marcou no minuto seguinte.

O avançado de dezoito anos entrou para render Doumbia e marcou no minuto seguinte.

Sem poder contar com Gelson Martins, castigado, e Bas Dost, lesionado, Jorge Jesus teve que apostar em Seydou Doumbia e Bruno Fernandes para a frente de ataque. Convém recordar que que dois ausentes são responsáveis por mais de metade da produção ofensiva da equipa leonina. Fernandes é um jogador fantástico mas sozinho dificilmente conseguiria fazer a diferença numa partida desta dimensão. A um minuto do intervalo o azar de Doumbia foi o raio de esperança para os visitantes. Em vez de recorrer a Fredy Montero, nessa altura Jesus apostou em Rafael Leão e o avançado de dezoito anos igualou a partida na primeira vez em que tocou na bola.

O Porto foi para intervalo com este balde de água fria e regressou ao relvado determinado a corrigir a situação. Ao fim de quatro minutos o trabalho de Paciência pela lateral abriu espaço para Yacine Brahimi deixar a sua marca. Em vantagem, Sérgio Conceição juntou mais as linhas para a defender. Justiça seja feita, o Sporting lçutou até ao apito final para evitar a derrota. Fica na retina a oportunidade desperdiçada pelo jovem Leão mas a bola vinha complicada para finalizar. Jesus ainda abdicou dos laterais – Coentrão e Ristovski – para meter Fredy Montero e Rúben Ribeiro. E nos derradeiros trinta minutos o Sporting foi uma equipa inconformada com o resultado, mas sem conseguir bater Iker Casillas.

Assim sendo, o Porto leva agora oito pontos de vantagem sobre os Leões, passando os Encarnados a serem os mais diretos perseguidores, a cinco. Uma vantagem considerável e agora a equipa azul e branca viaja para Liverpool. Se não para virar a eliminatória, pelo menos para tentar limpar a imagem da goleada do Dragão. Matematicamente, o Sporting CP ainda não está arredado do título mas Jesus já fala em concentrar esforços noutras provas.

Boas Apostas!