Dominic Thiem – Novak Djokovic (Roland Garros)
Dominic Thiem e Novak Djokovic reeditam a meia-final do ano passado nos quartos de final. O austríaco tem estado a nível elevadíssimo este ano, e depois da excelente temporada de terra batida tem os olhos em voos mais altos. Apesar de ainda ser muito irregular, o ténis do sérvio também está a ressurgir, a espaços. Em Roma o número dois mundial não teve dificuldade nenhuma para eliminar Thiem. Será que o austríaco aprendeu com os erros?
Dominic Thiem está na ponto em que só lhe falta aquele empurrãozinho para começar a inscrever o seu nome nos eventos de topo do circuito. O atual número set do Ranking ATP já leva vinte e cinco partidas em terra batida este ano. Conquistou um título, no Rio de Janeiro frente a Pablo Carreño Busta (7-5, 6-4) e perdeu apenas quatro vezes nesta superfície. Duas delas frente a Rafael Nadal, nas finais de Barcelona (6-4, 6-1) e do Masters 1000 de Madrid (7-6, 6-4); outra foi diante de Djokovic (6-1, 6-0), na meia-final do Internazionali BNL d’Italia. Nos confrontos com o espanhol, Thiem demonstrou capacidade de aprender com os erros. Ao terceiro confronto nesta temporada de terra batida, nos quartos de final do Masters de Roma, conseguiu superar o handicap (6-3, 6-4), impondo a Nadal a única derrota em terra batida de 2017. Essa qualidade é importante porque há duas semanas Dominic Thiem não demostrou argumentos para contrariar Djokovic. É certo que o embate aconteceu na sequência do confronto com Rafa, que do ponto de vista físico, mental e emocional foi tremendamente desgastante. Mas para seguir para a semifinal de Roland Garros o austríaco vai ter que ser capaz de corrigir tudo o que não correu bem há quinze dias. Até ao momento, Thiem ainda não cedeu um set em Paris, o que equivale a dizer que também não tem passado muito tempo em court. Horacio Zeballos foi encostado às cordas em pouco mais de hora e meia, com Thiem a ceder um único jogo de serviço (6-1, 6-3, 6-1). No final o tenista do top-10 confessou estar a tirar enorme prazer do tempo que passa em court e que está a ser capaz de tirar máximo partido das condições climatéricas.
Novak Djokovic precisou de duas horas e meias ultrapassar Albert Ramos Vinolas (7-6, 6-1, 6-3), apesar de terem jogado os três sets da praxe. O sérvio dizia no rescaldo que esperava que Andre Agassi só tivesse visto os dois últimos parciais. Isto porque o inicial foi uma demonstração exaustiva do lado temperamental do número dois mundial. Djokovic abriu o encontro a servir e sofreu o break logo aí. E no segundo jogo de serviço teve que se desunhar e suar muito para que não voltasse a suceder. Ramos aproveitou todo o seu conhecimento do jogo em pó de tijolo para tentar desequilibrar o adversário e quase conseguiu. Mas Novak acabou por reclamar o primeiro parcial, no tie break. A partir daí o ténis do sérvio melhorou consideravelmente. Na ronda anterior Djokovic correu uma maratona para levar de vencido o argentino Diego Schwartzman (5-7, 6-3, 3-6, 6-1, 6-1). O sérvio continua a defesa do título, conquistado há doze meses frente a Andy Murray, enfrentando Dominic Thiem, sem dúvida o opositor mais desafiante que lhe saiu ao caminho nesta edição do Roland Garros, até ao momento.
Djokovic foi eliminado por Rafael Nadal (6-2, 6-4) na meia-final do Muatua Madrid e em Roma conseguiu progredir até à final, perdendo aí com o jovem Alexander Zverev (6-4, 6-3). Mas tudo parece indicar que o torneio italiano – ou a derrota sem espinhas, perdoem-me a expressão com o espanhol, com o espanhol – foi o ponto de viragem, reforçado com início da parceria com Agassi.
2017 | Master de Roma | Djokovic | 2 | 6 | 6 | SF | |
Thiem | 0 | 1 | 0 | ||||
2016 | World Tour Finals | Djokovic | 2 | 6 | 6 | 6 | |
Thiem | 1 | 7 | 0 | 2 | |||
2016 | Roland Garros | Djokovic | 3 | 6 | 6 | 6 | SF |
Thiem | 0 | 2 | 1 | 4 |
Thiem ainda não conseguiu bater Djokovic e já lá vão cinco tentativas. Mas o grande momento de forma que atravessa, aliado à instabilidade do sérvio, sugerem que a situação pode mudar um dia destes. Será na terça-feira?