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Dominic Thiem – Kei Nishikori (Halle Open)

Estes dois nunca se defrontaram antes e, em qualquer outra superfície, seria uma luta renhida. Em relva é mais duvidoso que assim seja, já que o desconforto do jovem austríaco neste piso é evidente. O japonês foi semifinalista na edição anterior, onde foi eliminado por Federer.

Dominic Thiem subiu, esta semana, um lugar para a sua melhor classificação de sempre no Ranking ATP. A vigésima nona posição vem na sequência da conquista do seu primeiro torneio ATP, em Nice, o coroar perfeito de uma boa temporada no seu piso preferido. Coisa que a relva não é. A questão não é nova. Muitos outros tenistas que cresceram a jogar em sintéticos e mesmo em terra batida sentem dificuldades. Uns conseguem superar a aversão inicial e tornam-se competitivos também nela. Outros, como Gael Monfils, por exemplo, odeiam-na por mais que tentem.

ATP HalleEm 2014 o austríaco de vinte e um anos jogou apenas quatro partidas em relva, duas no circuito de Challengers, e não venceu nenhuma. Este ano, a temporada de relva não teve melhor arranque. Thiem foi derrotado na primeira ronda de Estugarda, na semana passada, pelo alemão Misha Zverev (7-6, 6-2). Mas pelo menos está a insistir, desta vez, o que pode evidenciar uma vontade de melhorar a sua prestação. Se é para aprender, que seja com os melhores e Dominic tem pela frente um desafio exigente, ultrapassar o número cinco mundial.

As expetativas estavam altíssimas à chegada a Roland Garros. Muitos davam o japonês como o favorito, para além dos suspeitos do top-4, mas Kei Nishikori não esteve à altura do que dele se esperava. Desta vez, o problema foi mental. Foi claramente a confiança que esteve em causa naquele arranque de pesadelo dos quartos de final, frente a Jo-Wilfried Tsonga. O francês foi um justo semifinalista, não há como pôr isso em causa mas foi aflitiva a forma como o japonês perdeu os dois primeiros sets dessa partida, Foi só com a interrupção, que lhe permitiu falar com o seu treinador, que Nishikori entrou realmente no court. Mas aí já a desvantagem pesava em demasia.

Thiem pode ficar esperançado com o exemplo de Nishikori. Ainda há duas temporada o japonês reconhecia que não sentia confiança na terra batida e teve que ultrapassar obstáculos de peso. Este ano ele conquistou o seu primeiro título no pó de tijolo, em Barcelona, depois de ter sido finalista vencido na edição anterior. Foi o segundo troféu do ano, depois de já ter vencido o ATP de Memphis, à custa de Ivo Karlovic (6-4, 7-6).

Em 2014 Kei chegou até à semifinal do Open de Halle, tendo sido afastado pelo várias vezes campeão do torneio, o suíço Roger Federer (6-3, 7-6) e esse embalo ajudou-o a atingir os oitavos de final em Wimbledon, onde perdeu para Milos Raonic (4-6, 6-1, 7-6, 6-3).

Dominic Thiem e Kei Nishikori nunca mediram forças e, como já disse, a relva reduz as possibilidades do austríaco. Esta será a primeira partida do japonês em relva, este ano. Resta saber se a saída de Roland Garros beliscou a autoconfiança de Nishikori. Pode fazer a diferença entre vencer por sets diretos, ou ser obrigado a um terceiro parcial.

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