Este sábado a Suíça entrou com tudo. Severin Luthi alterou o alinhamento. Chiudinelli e Lammer deram lugar aos consagrados e estratégia compensou, pelo menos para já. Federer e Wawrinka conquistaram o terceiro ponto, frente à dupla Benneteau/ Gasquet, colocando assim a França em desvantagem. Resta saber se os dois helvéticos vão ou não acusar este esforço extra amanhã nos respetivos duelos de singulares.
Colocar a carne toda no assador
O plano inicial do capitão da seleção suíça era claro. Apostar que os seus dois elementos mais fortes vencessem os dois confrontos individuais de sexta-feira. Descansá-los e com isso dar por perdido o encontro de pares para depois os recolocar em prova no último dia de competição, mais uma vez sendo eles a assumir as partidas de singulares. A incapacidade de Federer para levar de vencido Gael Monfils veio baralhar o esquema, coisa que se sabia poder acontecer, ainda por cima com o número um do contingente diminuído fisicamente. Certamente que a decisão de alterar a indicação de que seriam Marco Chuidinelli e Michael Lammer a disputar o embate de pares. Houve, com certeza, conversas entre Roger, Stan e Severin. E a opção foi arriscar tudo. Jogar pelo seguro, ou seja manter o programa, poderia fazer com que a Suíça morresse na praia. Mesmo que Wawrinka – claramente em melhor forma e muito confiante – fizesse a sua parte e batesse Mionfils este domingo, podia não ser suficiente se Federer voltasse a claudicar. Assim, o risco de um, ou até os dois, perder o seu embate continua a existir. Mas os suíços entram em court com um ponto de vantagem. Permitir que fosse a França a fazê-lo, com o apoio do público e farejando a fragilidade do antigo número um mundial, seria demasiado arriscado.
Luxo a dobrar
Este sábado o Stade Pierre Maurroy voltou a estar lotado – vinte e sete mil e trezentas e poucas almas – para assistir ao duelo de pares entre França e Suíça. É como se soubessem o que Luthi estava a preparar e que ia ser uma partida muito disputada. Roger Federer e Stanislas Wawrinka entraram em campo pelos helvéticos, Julien Benneteau e Richard Gasquet pelos gauleses. Quem esperava ver do lado vermelho algum sinal de fragilidade ficou desiludido. A equipa suíça entrou em court com um único pensamento. Fazer de tudo e sair de campo com o ponto de vantagem. Stanislas Wawrinka disse-o no final do encontro: eles conhecem-se muito bem, tinham muito claro o que era preciso fazer e a noção de que este é um momento único para cada um deles. Foram agressivos, jogaram sempre na pressão e assim conquistaram a sua primeira vitória como dupla, em terra batida, pelos parciais de 6-3, 7-5 e 6-4.
Domingo ao rubro
Este domingo, a partir das 14 horas, Roger Federer tem a chance de vencer a Taça Davis 2014 para o seu país, pela primeira vez na história da competição. Os protagonistas do terceiro e derradeiro dia da prava são os mesmos que abriram as hostilidades, mas cruzam de adversários. Federer e Jo-Wilfried Tsonga jogam ao início da tarde; Wawrinka mede-se com Gael Monfils a seguir, se este quinto desafio for necessário para desempatar. Roger pode fechar mas está toda a gente à espera que este seja o dia de Wawrinka. O número quatro do ranking ATP parece particularmente confiante e motivado a acrescentar este troféu ao currículo. O próprio companheiro de equipa, no rescaldo deste sábado, aproveitou para agradecer ao departamento médico que o conseguiu colocar em campo em boas condições, elogiou Stan e o nível a que se tem exibido. E rematou “espero que amanhã seja o dia dele. Que ele nos leve onde queremos chegar”. Claro que Tsonga não estará pelos ajustes e vai tentar quebrar o crescendo suíço, derrotando Federer e igualando a final.