Quem esperava que os croatas dominassem pela qualidade superior do seu futebol teve uma enorme deceção. Depois dos golos precoces as duas seleções refrearam o ímpeto mas se houve uma a condicionar a forma de jogar da outra, foi a Dinamarca. Kasper Schmeichel defendeu o penalti de Modric, no prolongamento e ainda fez mais defesas na decisão nas grandes penalidades. Subasic também foi determinante e a Croácia segue para os quartos de final. Mas da forma que menos se esperaria.
Golos a abrir
A Croácia volta a alinhar o seu melhor onze, depois de ter poupado jogadores na jornada anterior. A Dinamarca faz duas alterações. Saem do alinhamento Pione Sisto e Stryger Larssen, entram Jonas Knudsen e Andreas Christensen. O homem do Chelsea vai ocupar o lugar do lesionado Kvist, na frente dos centrais.
Entrada fulgurante na partida. Aos quatro minutos já ambas as equipas tinham marcado e os croatas tratam de pausar o ritmo de jogo para reduzir a hipótese de erro. O primeiro golo foi para a Dinamarca: Knudsen faz um lançamento bombeado da lateral e o remate de Matias Jorgensen acerta no braço de Subasic, reflete e entra na baliza, meio enrolada. É o terceiro tento da seleção dinamarquesa neste Mundial da Rússia e o mais rápido de sempre desta equipa numa competição oficial. A resposta não se faz esperar. Mario Madzukic repõe a igualdade, aproveitando um ressalto.
O intervalo chega com o marcador inalterado. Dois estilos de jogo opostos que parecem encaixados. Os dinamarqueses apoiam-se num jogo mais físico e combativo, com passes longos para a frente; os croatas fazem o seu mais apoiado. Voltaram a haver chances de parte a aparte e o jogo está vivo, ainda que tenham aumentado os cuidados para não comprometer como nos minutos iniciais.
Schone estabiliza e Dinamarca manda no jogo
Hareide mete Lasse Schone no jogo logo no regresso do balneário. O trinco adaptado Christensen estava a sentir certas dificuldades. Imediatamente, a Dinamarca toma conta da partida. Vai fazendo o seu jogo, passa a controlar a posse de bola. A Croácia está muito desconfortável: Luka Modric está muito recuado. Zlatko Dalic tem que mexer.
O que vale é que Eriksen quase não consegue impactar o jogo da Dinamarca. O homem do Tottenham é um peixe fora de água num coletivo que quando olha para frente tenta logo meter a bola longa.
Mateo Kovacic entra par ao lugar de Brozovic; Josip Pivaric rende Ivan Strinic. Com a entrada do médio do Real Madrid a Croácia melhora um pouco, pelo menos deixa de andar a reboque no meio-campo. A seleção dos Balcãs sobre e arrisca um pouco mais nos últimos minutos. Resiste o 1-1 e vamos para mais meia hora de tempo extra.
Quem estava à espera que a Croácia encantasse com o seu futebol técnico e dinâmico teve uma grande desilusão com este encontro dos oitavos de final do Campeonato do Mundo. Com a entrada de Schone, a seleção dinamarquesa passou a estar no controlo da situação condicionou por completo a possibilidade dos croatas jogarem como gostam e sabem.
Schmeichel e Subasic brilham
Só na viragem das duas partes do prolongamento é que se viu Modric perto da área contrária. Aos cento e catorze minutos o pequeno génio croata teve nos pés a passagem aos quartos de final. Um passe a rasgar isolou Rebic que já tinha passado pelo guarda-redes quando foi derrubado por Matias Jorgensen. Kasper Schmeichel encaixa do remate do croata. Mas nos últimos minutos do prolongamento, com Modric a jogar na posição dez, a Croácia consegue ameaçar. Não chega para evitar e pela segunda vez neste domingo a decisão é feita na marca de penálti.
Os dois guarda-redes foram os verdadeiros heróis. Ambos decisivos mas Kasper Schmeichel merecia um pouco mais da parte dos companheiros. Ele defendeu quase tudo mas as marcações dinamarquesas foram fracas. A Croácia apura-se para os quartos, onde vai defrontar a Rússia, mas da forma que não se esperaria.
Boas Apostas!