Terminou a temporada 2018-2019 da Liga NOS e é hora de fazer um primeiro balanço. O Benfica voltou aos títulos, sagrando-se novamente campeão nacional, conquistando o 37º título da sua história. O FC Porto ficou no 2º lugar, apenas a dois pontos do Benfica, e o Sporting completou o pódio com 13 pontos de diferença para o líder Benfica. Já no acesso à Europa, o Sporting de Braga conquistou naturalmente o acesso à Liga Europa, e o Vitória de Guimarães conseguiu, na última jornada, ascender ao 5º lugar que foi sempre do sensacional Moreirense. Desceram à segunda liga o Feirense, que foi o último classificado, o Nacional da Madeira e o Desportivo de Chaves.
Sinal + para Moreirense, Santa Clara e Sporting
O Moreirense foi a equipa sensação desta edição da Liga NOS. O objectivo principal passava pela manutenção, e as expectativas do público em geral, não era muito elevada. Além disso, Ivo Vieira tinha mostrado bons momentos no Estoril, mas não tinha conseguido o objectivo principal dos canarinhos. Tudo somado não fazia antever a época brilhante que a equipa cónega alcançou. A verdade é que havia muita qualidade no plantel cónego, tendo sido Chiquinho a figura maior, mas também Arsénio e Heriberto foram figuras em destaque. O 5º lugar era merecido para a equipa de Ivo Vieira, mas foi ultrapassada pelo Vitória de Guimarães na última jornada.
O Santa Clara foi outra das grandes surpresas nesta Liga NOS. A equipa insular veio da 2ª liga e prometia uma brava luta pela manutenção. Era até uma das equipas apontadas como favoritas à descida de divisão, mas cedo se percebeu que não iria ser assim. O futebol ofensivo e “descomplexado”, por parte das “águias dos Açores”, chegou a ser do melhor que se viu na Liga NOS, sobretudo na primeira volta. Nota de destaque para Fernando, que depois rumou ao FC Porto, mas também o médio Rashid, Bruno Lamas e ainda Fábio Cardoso e César, uma dupla de centrais que foi vital, sobretudo na 2ª volta. O 10º lugar foi um prémio justo para uma equipa que não sofreu para assegurar a manutenção.
A última nota de destaque vai para o Sporting, não tanto pelo 3º lugar alcançado, mas sim pelas conquistas que alcançou. Internamente falhou o principal objectivo, que passava por conquistar o campeonato, mas esse seria um objectivo quase utópico, tendo em conta as dificuldades que o clube atravessou. Assim, a conquista das duas Taças em Portugal (Taça da Liga e Taça de Portugal) fazem desta uma época muito positiva para os leões. Mas, será bom recordar a 2ª volta de grande nível que a equipa realizou, onde alcançou uma série de 10 triunfos consecutivos.
Sinal – para FC Porto, Sporting de Braga e Marítimo
O FC Porto falhou os seus objectivos, e como tal compreende-se que esta tenha sido uma época de desilusão. A equipa de Sérgio Conceição passou praticamente do “céu ao inferno” em poucos meses. E se tivermos em conta a “queda” da equipa na 2ª volta ainda mais se acentua essa desilusão. Basta recordar que os dragões tiveram 8 pontos de vantagem para o Benfica e foram uma das melhores equipas da fase de grupos da Liga dos Campeões. A luta com o Benfica era expectável ser assim, palmo a palmo, mas o que não se esperava era ver vacilar a equipa em momentos decisivos. A derrota caseira com o Benfica veio a confirmar-se como o jogo do título.
O Sporting de Braga tentava, novamente a intromissão na luta pelo título, mas ficou muito aquém dessa pretensão. Aliás, o que ficou mais na retina foi precisamente a incapacidade dos bracarenses conseguirem ombrear com os três grandes, sobretudo no confronto directo. As derrotas com Benfica (6-2) e (1-4), com o Sporting (3-0), e com o FC Porto (3-0), e (2-3), mostram bem a incapacidade dos guerreiros do Minho em estar à altura dos seus rivais. Mesmo assim, comprovaram ser a 4ª potência em Portugal, com boa margem para o 5º classificado. Mesmo assim, esperava-se mais deste Sporting de Braga.
Uma última nota para o Marítimo que ambicionava intrometer-se na luta pelos lugares europeus, ou no limite ficar no primeiro terço da tabela da Liga NOS. No entanto, acabou por limitar-se a tentar permanecer na Liga NOS, algo que só conseguiu já muito perto do final da prova. Um plantel que tinha qualidade para ir bem mais longe, mas os insulares cometeram um “erro de casting” uma vez que Cláudio Braga não correspondeu às expectativas.
O onze da Liga NOS
Escolher o 11 ideal numa liga nunca é tarefa fácil. É muito discutível, desde logo pelos critérios que se escolhem. Neste caso, a escolha reside num “misto” entre o desempenho, a regularidade, e claro os números. Por exemplo, para a dupla de centrais poderia escolher-se Mathieu, ou mesmo Rúben Dias, mas os números do FC Porto “exigem” trazer a dupla Felipe / Militão. É apenas um exemplo, mas outros se poderiam dar no meio campo e até ataque. Assim, e sem mais demoras, eis o onze da Liga NOS:
Casillas – André Almeida, Militão, Felipe e Alex Telles – Herrera, Pizzi e Bruno Fernandes – João Félix, Rafa e Seferovic
Numa segunda linha merecem destaque a classe de Mathieu, Grimaldo, Vlachodimos, Acuña ou Soares.