Deportivo da Corunha – Barcelona (Liga BBVA)
A visita do Barcelona ao Riazor devia ser já só para a equipa catalã cumprir calendário mas o recente apagão dos Culé faz com que ganhe particular dramatismo. Há três semanas o título parecia entregue e agora Atlético e Real Madrid voltam estar na corrida. O Deportivo aprendeu a lição no ano passado e não se fia no “praticamente” para levantar o pé do acelerador. Só quando estiver matematicamente assegurada se fala na permanência. Até lá é pontuar, o mais possível.
O Deportivo da Corunha está no décimo terceiro lugar, a cinco jornadas do fim. Os trinta e oito pontos, nove de margem pra a zina de despromoção, parecem indicar que a manutenção é algo que está perto de ficar garantido. Mas na estrutura do clube galego ninguém embarca nessa facilidade. E basta pegar no exemplo do que vive agora o Barcelona para lhes dar razão. A abordagem do Dépor é muito pragmática. Até estarem matematicamente a salvo não há espaço para descontração e todos os jogos são para tentar amealhar o máximo de pontos possível. Se os conquistam ou não, já é outro assunto.
Como diz o anúncio, “falta um bocadinho assim”, mas não pode haver facilidades. A equipa de Victor Sánchez está em igualdade pontual com o Betis. Um triunfo deve ser suficiente para assegurar essa marca matemática, o que em teoria não é muito complicado. O problema é que o Dépor só venceu um dos dezoito encontros que disputou em 2016 (1V/ 9E/ 8D). No domingo foi dividir os pontos ao Ramón Sánchez Pizjuán (1-1), explorando o cansaço físico e emocional do Sevilla, depois de uma noite europeia que obrigou a prolongamento. Foi uma partida muito aberta, com os dois lados a tentar resolver o assunto o quanto antes. Mas no segundo tempo as pernas dos da casa ressentiram-se bastante.
Fede Cartabia recuperou e volta a ser opção para o treinador mas Luis Alberto continua em dúvida. Os indisponíveis são Fabricio e Lux, por lesão, e Arribas e Lopo, por castigo.
Onze Provável: Manu – Laure, Sidnei, Navarro, Pablo – Mosquera, Celso Borges – Juanfran, Fayçal, Cani – Lucas Peréz.
Há quatro jornadas o título espanhol estava entregue, ninguém punha isso em causa. O Barcelona estava a exibir-se de modo avassalador, a MSN encantava, e tinha dez pontos de vantagem para o segundo classificado. O empate (2-2) no El Madrigal foi o primeiro deslize mas ninguém deu demasiada importância. A margem era tão grande. Mas a seguir veio a derrota no Bernabéu (1-2), em que mais que o resultado impressionou a forma como os Merengues se superiorizaram aos visitantes. Fast forward e no fim de semana o Barça somou a terceira derrota consecutiva na Liga Espanhola – Real Madrid, Real Sociedad (1-0) e Valência (1-2) – e pelo meio foi eliminado dos quartos de final da Liga dos Campeões, pelos Colchoneros. Perder no Mestalla, numa temporada em que os Ché praticamente não tiveram alegrias, é mau, ainda mais porque vem num acumular de resultados desastrosos que põem a liderança no campeonato em risco. Os Culé continuam no primeiro lugar mas em igualdade pontual como Atlético de Madrid e só com um ponto de vantagem sobre o Real. Entre os três os Catalães são os que têm o calendário menos complicado. Depois do Dépor têm encontro marcado com Sporting Gijón e Espanyol, em Camp Nou, e com Betis e Granada, fora. Mas às vezes enfrentar os aflitos pode ser uma “facilidade” armadilhada.
Esta crise do Barcelona coincidiu com uma quebra de forma no tridente ofensivo. Messi não tem contribuído com a sua centelha de génio e isso faz toda a diferença. As pessoas esquecem as muitas vezes em que foi ele a desbloquear partidas equilibradas. Luís Suárez tem sido, ainda assim, o mais constante mas Neymar anda uma sombra de si mesmo. Desde a paragem para os trabalhos das seleções que não é o mesmo e o que emerge em campo é um comportamento conflituoso, típico de quem está frustrado com a sua própria prestação. O treinador não escapa ao coro de críticos e é justo dizer que Luis Enrique põe-se a jeito. É muito fácil ser afável e disponível quando se ganha tudo. Mas quando os calos apertam ficam todos melindrados com as perguntas e a cobrança, na maioria das vezes perfeitamente legítimas. O facto é que o onze habitual, onde há muito pouca rotação que não seja forçada, está desgastado e isso é responsabilidade direta do técnico.
Mascherano vai ter que fazer dupla com Bartra já que Piqué está castigado e Mathieu e Vermaelen lesionados. Arda Turan regressa apôs sanção mas um problema gástrico pode impedi-lo de entrar na convocatória.
Onze Provável: Bravo – Alves, Mascherano, Bartra, Alba – Iniesta, Busquets, Rakitic – Messi, Suárez, Neymar.
Barcelona | 2-2 | Deportivo |
Liga BBVA 15/16
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Barcelona | 2-2 | Deportivo |
Liga BBVA 14/15
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Deportivo | 0-4 | Barcelona |
Liga BBVA 14/15
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No encontro da primeira volta o Deportivo foi arrancar um empate a Camp Nou, somando assim a segunda igualdade consecutiva frente aos Culé. Mas o Barça venceu nas quatro últimas visitas ao Riazor.