CSKA Moscovo – Olympiacos (Euroleague)
A Final Four da Euroleague junta as quatro equipas mais fortes numa temporada em que o quadro competitivo da maior prova de clubes europeus se alterou. A longa fase regular, onde todas as equipas se defrontaram, foi uma prova bem interessante sobre a importância da regularidade, enquanto o playoff colocou à prova os melhores e demonstrou que, num curto espaço temporal, o equilíbrio entre as melhores equipas é bastante elevado. Chegados, então, à Final Four, a partida entre o CSKA Moscovo e o Olympiacos parece iniciar-se com clara vantagem para os russos, ainda que estejam em campo os jogadores com maior capacidade de, isolados, se imporem num jogo e conquistar a vitória para o seu lado.
O CSKA Moscovo foi o segundo classificado da fase regular, com 22 vitórias e 8 derrotas, tendo ficado apenas atrás do Real Madrid. No playoff, eliminaram o Baskonia com três vitórias sem resposta, apesar de uma boa prestação do conjunto espanhol. Foram os russos o conjunto com melhor média de pontos marcados ao longo da temporada, acabando por outro lado por ser a 9ª equipa no ranking dos pontos sofridos. A resolução dos problemas em jogo para a equipa do CSKA acontece no momento ofensivo, pela qualidade dos seus executantes. Acabou a época como a segunda equipa com melhor percentagem de lançamento a partir das linhas dos três pontos, muito perto do líder Galatasaray, e vem até Istambul com clara capacidade para atingir a vitória na Euroleague. Em termos individuais, a sua capacidade concentra-se grandemente no duo composto por Milos Teodosic e Nando de Colo, que juntos podem mesmo decidir o jogo. Cory Higgins e Aaron Jackson são outros dois jogadores, para além do bom trabalho ofensivo, acabam também por ter uma presença defensiva que ajuda a equipa do CSKA. Depois, no jogo interior, Kyle Hynes, Victor Khryapa e James Augustine têm uma presença fortíssima para o conjunto moscovita, com Nikita Kurbanov e Andrey Vorontsevich (que tem uma percentagem de lançamento de três pontos perto dos 50%) a serem peças que completam uma rotação muito forte.
O Olympiacos somou 19 vitórias e 11 derrotas ao longo da fase regular, terminando em terceiro lugar. No playoff, frente a um Anadolu Efes que demonstrou enorme capacidade competitiva, o Olympiacos precisou de um quinto jogo para decidir a sua justa presença na Final Four. Foi preciso, no caminho, deixar de fora uma equipa que sonhava com a disputa desta fase da prova em casa. O Olympiacos é um caso interessante de análise devido a chegar a esta fase da competição sendo apenas a 14ª equipa em termos de percentagem de lançamento de três pontos, ou seja, a terceira pior deste campeonato. No entanto, tem no seu plantel excelentes lançadores como Matt Lojeski, Georgios Printezis e, sobretudo, Vasilis Spanoulis, que apesar dos 32% de média de acerto, aumenta essa capacidade para valores bem mais altos quando a exigência e a decisão do jogo sobem de tom. Ou seja, sendo um jogador para os grandes momentos, Spanoulis é sempre uma ameaça fortíssima para qualquer adversário, sobretudo nestas fases finais da competição. O Olympiacos é também uma das equipas mais fortes da prova, em termos defensivos, o que lhe oferece uma capacidade bastante elevada para estar na disputa dos jogos, reduzindo os seus adversários a uma média de pontos em volta dos 73. Erick Green e Ioannis Papapetrou são dois elementos a ter em conta como perigos ofensivos, enquanto Kostas Papanikolaou e Khem Birch são outras peças importantes na rotação da equipa grega.
Em jogos realizados entre as duas equipas desde o ano 2000, na Euroleague, o CSKA tem uma vantagem de 16 vitórias, contra seis do Olympiacos. Na fase regular, os russos venceram ambos os jogos disputados, por 4 e 6 pontos de diferença.
Apesar da capacidade do Olympiacos para subir de nível num jogo de Final Four, caberá ao CSKA Moscovo o favoritismo para seguir caminho até à final.