Costa do Marfim – Togo (Taça das Nações Africanas 2017)
Num grupo particularmente equilibrado como é o C, podemos encontrar equipas e candidatos para todos os gostos. Se a Costa do Marfim defende o seu título com uma equipa que pressupõe já uma mudança geracional, o Togo vive os últimos momentos de uma geração que a levou ao mais alto nível que poderia aspirar, ainda que sem grande continuidade. No Grupo C estarão ainda Marrocos e RD Congo, duas seleções em busca de espaço de afirmação, procurando confirmar expetativas com mais e melhores resultados. Por isso mesmo, o equilíbrio será nota e, jogo a jogo, descobriremos quem confirma o seu potencial para ir longe.
A Costa do Marfim foi campeã em 2015 mas, neste momento, já não conta com o guarda-redes herói Boubacar Barry, nem com os irmãos Touré ou Siaka Tiené, nem com Gervinho. Didier Drogba também já não havia participado nessa edição de sucesso para os Elefantes e, de certa forma, terminou em alta o percurso de uma geração fantástica para os marfinenses. 2017 poderá marcar a ascenção de uma nova geração ao poder, com Wilfried Zaha, Serge Aurier e Eric Bailly a marcarem este plantel. É um grupo mais focado defensivamente, que conta ainda com Seri como peça de equilíbrio no meio-campo e espera ter da parte de Max Gradel, Salomon Kalou ou Wilfried Bony a experiência requerida para ter sucesso numa grande competição. Sob a orientação do francês Michel Dussuyer, teremos sobretudo uma equipa em busca da sua identidade, mas sempre sem deixar de assumir o papel de favorita. O apuramento para esta edição da CAN esteve longe de ser fácil, sem derrotas, mas com apenas duas vitórias, frente ao Sudão e a Serra Leoa, tendo empatado todas as outras partidas. Os Camarões, que estavam nesse grupo, também conseguiram o apuramento.
Onze Provável: Gbohuo – Aurier, Koné, Bailly, Traoré – Seri, Kessie, Serey Die – Kalou, Bony, Zaha.
A seleção do Togo chega com todos os ingredientes para ser uma das equipas mais interessantes da competição, se olharmos para as possibilidades de histórias que nascem num grupo orientado por Claude Le Roy, técnico francês que muitos africanos acreditam ser uma espécie de feiticeiro, e que conseguiu fazer regressar à equipa alguns históricos como Kossi Agassa e Emmanuel Adebayor. Estes dois jogadores, apesar de não estarem em competição presentemente, aumentam, desde logo, as possibilidades do Togo na prova, podendo conseguir, pela sua influência no grupo e as qualidades que ainda possuem, empurrar o Togo para um nível que não estaria ao seu alcance. Outros jogadores de muita experiência, como Floyd Ayité, Alexys Romao, Serge Gakpé ou Abdoul-Gafar Mamah, aparecem neste grupo com potencial para ajudar. O problema da equipa togolesa é que, apesar da experiência destes jogadores, o plantel não apresentará profundidade suficiente para reagir às necessidades de uma prova como esta. Na fase de apuramento partilharam grupo com a Tunísia, também apurada, superando a Libéria e o Djibouti. De Claude Le Roy espera-se um “feitiço” que permita uma última volta de honra aos veteranos togoleses.
Onze Provável: Agassa – Dakonam, Akakpo, Bossou, Kouloun – A. Romao – Dossevi, Bebou, Ayité, Boukari – Adebayor.
Será a quarta vez que Costa do Marfim e Togo se encontram numa fase final da CAN, sempre na fase de grupos. Em 1984 e 2013 com vitórias dos marfinenses, em 2000 e 2002 com empates.
A Costa do Marfim apresenta-se como favorita nesta encontro, ainda que o Togo, com jogadores muito experientes, possa criar bastantes dificuldades.