Duas seleções consagradas, uma de cada Confederação das Américas, e outras duas em busca de relevância internacional. Se o Uruguai e o México têm o currículo marcado por sucesso, a Jamaica tem vindo a tentar fundamentar uma interessante de jogadores com experiência competitiva também na América do Sul. Já a Venezuela conseguiu algumas boas prestações na Copa América, mas parece estar em regressão. Será que haverá surpresas neste Grupo C?
Uruguai
O hábito de vencer impregnou-se às cores das seleções uruguais, beneficiando de uma geração de jogadores que atua nas principais ligas europeias, bem como de um profissionalismo ao nível da equipa técnica que os catapultou para a disputa de títulos nas competições em que entram. Essa lógica pressente-se na convocatória de Óscar Tabaréz para esta prova. Apostado em ter consigo os melhores jogadores, o técnico posiciona-se como um dos maiores favoritos à conquista do título. A lesão de Luís Suárez na final da Taça do Rei de Espanha foi uma má notícia e fragiliza a equipa na frente de ataque, não sendo de esquecer que, apesar de tudo, ainda há Cavani, Stuani e Abel Hernández como opções. No entanto, Suárez não afasta a possibilidade de ainda conseguir jogar na prova, mesmo que o faça apenas nas fases seguintes. Com uma defesa muito sólida e um meio-campo de enorme luta, o Uruguai não se encolherá perante um sorteio que não lhe ofereceu a caminhada mais fácil até aos quartos, mas também não deixa antever grandes problemas.
Com ou sem Suárez, o Uruguai tem equipa para sonhar com as meias-finais, sendo que a partir daí tudo será possível.
México
Crónico vencedor das competições na América do Norte, os mexicanos já há muito que procuraram e encontrar no sul do continente uma competitividade maior para as suas seleções e clubes. Desta vez, praticamente a jogar em casa, que é o que acontece sempre que o México atua nos Estados Unidos, os Tecos têm responsabilidade elevada para tentar ser a melhor equipa da CONCACAF em prova. Juan Carlos Osorio terá assim um teste de fogo na sua primeira grande competição como selecionador mexicano. Ainda assim, o verão será dividido entre Copa América e Jogos Olímpicos, sendo que algumas escolhas terão sido influenciadas por esse facto. Giovani dos Santos recusou a presença na Copa, Marco Fabián e Jonathan dos Santos poderão ser opções para os Jogos, o que será seguramente o caso de Carlos Salcedo. Mas, por outro lado, a equipa mexicana tem várias estrelas no seu plantel, com Chicarito Hernández a liderar o ataque, onde também estarão os “portugueses” Raúl Jiménez e Jesús Corona, enquanto Layún terá oportunidade para comprovar a nível internacional a grande época feita no FC Porto.
A responsabilidade pode pesar, mas o México deverá atingir os quartos-de-final e ser um dos adversários complicados para quem queira chegar longe na prova.
Jamaica
O aturado verão de 2015, com presenças na Copa América e na Gold Cup, fazia parte do plano do técnico Winfried Schafer para oferecer à sua seleção ritmo e competição acima daquilo que estavam habituados. O objetivo Mundial 2018 está em risco, depois de só ter conseguido uma vitória em quatro jogos no seu grupo de apuramento, mas a Copa América Centenário acaba por ser outra boa forma de alcançar algum relevo a nível internacional. O sorteio não ajudou os jamaicanos, mas o plantel apresentado para esta prova, traz algum reconhecimento que, no ano passado, não se adivinhava. Wes Morgan é agora campeão de Inglaterra, liderando o centro da defesa, enquanto Andre Blake ultrapassou a lesão que o fez parar e é um dos guarda-redes revelação da MLS. No ataque, Gilles Barnes e Simon Dawkins oferecem experiência Made in England, agora tratada nos relvados dos Estados Unidos da América. Faltará no meio-campo maior vitalidade, mas com um jogo físico e com laterais que sobem muito bem no momento ofensivo, a Jamaica pode assustar no contra-ataque.
Contexto complicado para os jamaicanos, mas a possibilidade de conseguirem os seus primeiros pontos numa Copa América depois da estreia no ano passado é real.
Venezuela
Histórico parceiro pobre do futebol sul-americano, a Venezuela parece estar a viver um período de regressão, depois de ter dado alguns sinais, sobretudo na Copa América, de que poderia ambicionar a jogar olhos nos olhos com as principais referências do continente. É verdade que, agora, a equipa apresenta mais elementos com experiência europeia no seu plantel, algo que potenciou o crescimento e evolução da equipa, mas com apenas um empate em seis jogos disputados na Fase de Qualificação da CONMEBOL, o presente não parece conviver bem com promessas. Salomón Rondón continua a ser grande figura da equipa, com José Manuel Velázquez, defesa-central do Arouca, a também entrar nas escolhas da equipa técnica.
Os resultados alcançados nos últimos tempos não prometem nada de bom para a Venezuela, mas numa prova desta dimensão, com jogadores com experiência internacional, poderão aproveitar para deixar a sua marca e incomodar um dos favoritos.
Boas Apostas!