Em ano de centenário da CONMEBOL, a Copa América terá uma edição especial, a primeira fora da América do Sul e a reunir um número de maior de concorrentes, com as dez seleções sul-americanas e mais seis seleções da América Central e do Norte. Divididas em quatro grupos, as seleções estarão a disputar um título único, com a prova a realizar-se nos Estados Unidos.

O Grupo A ditou o reencontro de Estados Unidos e Colômbia, países que em 1994 se defrontaram no Mundial disputado neste país. Naquele que tudo aponta ser o grupo mais equilibrado de todos, Costa Rica e Paraguai alimentam iguais ambições de poder seguir em frente nesta prova.

Estados Unidos

Jermaine Jones

Jones está em alta nos Colorado Rapids

Com Jurgen Klinsmann a ser um técnico cada vez mais criticado por quem segue de perto o fenómeno futebolístico nos Estados Unidos da América, o seu comportamento nesta prova poderá acabar por ditar se recupera algum crédito ou não. O técnico alemão tem sofrido na Fase de Qualificação para o Mundial 2018, assumindo também, como coordenador das seleções, parte das culpas do falhanço no apuramento para os Jogos Olímpicos. A sua constante crítica dos modelos competitivos norte-americanos, onde vários jogadores continuam a ter carreiras universitárias nos anos de entrada na idade adulta, para além de, várias vezes, não ver com bons olhos as suas continuadas carreiras na MLS, também acabam por alimentar o descontentamento. No entanto, com onze atletas deste campeonato na sua seleção final, entende-se que a MLS terá uma palavra a dizer no futuro da seleção. Jermaine Jones e Clint Dempsey continuam a ser elementos centrais na estratégia da equipa.

A experiência desta seleção deverá continuar a ser a marca distintiva nos jogos mais complicados, mas num grupo de tanto equilíbrio, não estará garantido conseguir terminar nos dois primeiros lugares.

Colômbia

A seleção colombiana aposta nesta prova para preparar o seu futuro, mantendo na convocatória a espinha-dorsal da equipa, mas oferecendo experiência internacional a vários jovens. James Rodríguez, Juan Cuadrado e Carlos Bacca poderão ser os jogadores mais fundamentais no onze a apresentar numa prova em que o sorteio não beneficiou os colombianos. Se podemos falar de um Grupo da Morte, elementos como David Ospina, Cristián Zapata ou Carlos Sánchez poderão ser fundamentais para oferecer estabilidade defensiva a este conjunto. Depois de boas presenças nas últimas edições do Mundial e da Copa América, o foco está na preparação do próximo Mundial, ainda que a equipa esteja numa posição não muito confortável na Fase de Qualificação da América do Sul.

O carisma dos melhores jogadores colombianos deverão ser a garantia de uma presença nos quartos-de-final, mas terão que entrar em prova sem quaisquer dúvidas quanto aos seus objetivos.

Paraguai

Derlis Gonzalez

Derlis é um dos jovens a surgir na equipa paraguaia

Os paraguaios chegam quase na máxima força a esta Copa América, pressentindo aqui uma oportunidade de brilhar numa grande prova. Um conjunto de jogadores muito experientes, onde apenas Roque Santa Cruz e Lucas Barrios acabaram excluídos de entre os nomes com maior número de presenças nos últimos tempos da seleção, permite a crença de fazer um bom campeonato. Este pode, também, ser um momento de afirmação para jogadores como Derlis González ou Juan Iturbe, que já demonstraram nas competições de clubes que poderão crescer para ser peças importantes no futebol da sua seleção. Nomes como Nelson Valdez, Nestor Ortigoza, Paulo da Silva ou o guarda-redes Justo Villar serão figuras que garantirão a passagem de testemunho em termos geracionais.

Mais uma equipa muito experiente que olha para a Copa América Centenário como uma oportunidade, poderá ser essa esperança a empurrá-la para os jogos a eliminar.

Costa Rica

O sucesso no Mundial 2014 ainda vale à Costa Rica imenso crédito em termos de potencial nas provas internacionais, e mesmo que o sorteio deste grupo lhe seja pouco favorável, deve-se assinalar que é perante os desafios mais complicados que a equipa conseguiu também as suas maiores vitórias. Dos jogadores que foram figura nesse Mundial, apenas Júnior Diaz, o lateral-esquerdo, falhará esta Copa América. Bryan Ruiz e Joel Campbell, na frente de ataque, continuam a ser os jogadores de maior impacto na equipa, havendo a curiosidade para entender se, apesar de ter jogado na segunda divisão francesa este ano, Yeltsin Tejeda ainda mantém todo o seu potencial. Faltará, no entanto, também o treinador que foi central no sucesso da Costa Rica. Esta prova poderá ajudar a demonstrar qual o verdadeiro nível da sua influência.

Embora apareça com a intenção de repetir o sucesso e a surpresa do Mundial 2014, a seleção da Costa Rica já não beneficiará do mesmo efeito.

Boas Apostas!