Os clientes habituais do topo da tabela na Bundesliga voltam a estar na corrida pelos primeiros lugares, ainda que seja caso para dizer que as hierarquias estão bem delimitadas. Se o Borussia Dortmund se aproximou do Bayern Munique, o Bayer Leverkusen parece fixar-se no terceiro lugar, enquanto o Borussia Monchengladbach terá como objetivo não cair da posição de acesso à Liga dos Campeões.
O pós-Guardiola
As três novidades em Munique
No balanço dos anos de Pep Guardiola, não fica claro se a contratação do técnico catalão foi, ou não, um sucesso para a Direção do Bayern. Quando se decidiu a contratar o antigo treinador do Barcelona, o objetivo era conseguir transformar no Bayern num colosso europeu. A equipa não conseguiu ganhar a Liga dos Campeões, mas marcou espaço como referência em termos de futebol jogado. Com Carlo Ancelotti, não haverá, com certeza, ideia de ter um treinador-referência em termos táticos. O italiano chega para ganhar, num ano em que alguns jogadores respiram de alívio pelo fim das exigências de Pep, enquanto outros terão saudades da organização preconizada pelo catalão. A presença no mercado foi forte, assegurando a chegada de Mats Hummels, para o centro da defesa, e Renato Sanches, um jovem que poderá crescer para ser referência no meio-campo dos bávaros. Ser campeão e tentar atingir a final da Liga dos Campeões é o objetivo claro deste conjunto.
O ano do investimento
Raphael Guerreiro luta para ser titular em Dortmund
Para o Borussia Dortmund, este é o ano para jogar todas as fichas na aproximação ao Bayern. A equipa foi ao fundo depois de tentar igualar-se aos bávaros e teve tempo para recuperar o seu espaço, com Thomas Tuchel como timoneiro da equipa. No investimento feito no presente mercado, o Dortmund contratou Andre Schurrle e Mario Gotze, no lote dos jogadores já feito, Raphael Guerreiro, Emre Mor, Marc Bartra, Ousmane Dembelé e Sebastian Rode nas opções que crescerão com a camisola amarela e negra. Imaginar que do lado do adversário não está o invencível Pep Guardiola faz entender que haverá um espaço para aproveitar a oportunidade de poder chegar ao título. Será um caminho apertado, mínimo, quase invisível à vista desarmada. Mas é nessa aposta, para além de voltar a ser um conjunto de quartos-de-final de Liga dos Campeões, que o Borussia se quer ver. Com gente no seu plantel para o fazer nos próximos anos.
Estabilidade com marca europeia
O Bayer Leverkusen será forte demais para a concorrência que o persegue, mas demasiado frágil para romper com o domínio de Bayern Munique e Borussia Dortmund. Isso revela-se no simples facto de nunca ter conquistado a Bundesliga, tendo apenas uma Taça da Alemanha e uma Taça UEFA no seu currículo. Tendo regressado ao terceiro lugar depois de dois quartos lugares, a equipa mantém a confiança no técnico Roger Schmidt, que tentará voltar a terminar no pódio enquanto faz uma boa campanha na Europa. Tendo perdido Kramer no mercado de verão, fez a sua aposta mais arriscada na chegada de Kevin Volland, um avançado que se vê subir a um nível bem mais alto do que estava habituado no Hoffenheim. De resto, com a manutenção de grande parte do onze titular, não se esperam grandes surpresas, o que sendo estável não é propriamente bom – não veremos Leverkusen a ultrapassar, nunca, o seu limite…
Questão de sobrevivência
O Borussia Monchengladbach regressou ao quarto lugar, e à Liga dos Campeões, num ano em que poucos acreditariam que isso fosse possível. Andre Schubert, promovido da equipa secundária do clube, foi o homem que encontrou a forma de tornar isso possível. Este ano, espera-se que o clube consiga ser mais constante desde o início, até porque existem vários perseguidores que tudo farão para o retirar deste grupo da frente. A saída de Xhaqa para o Arsenal deixa um buraco no centro do terreno, com o regresso de Christoph Kramer a revelar-se essencial para fazer esquecer o internacional suíço. Chegou ainda o defesa Jannik Vestergaard para reforçar as linhas mais recuadas, numa equipa que tentará manter o perfil dos últimos anos.
Boas Apostas!
