Realizados os últimos jogos de preparação antes de serem conhecidas as convocatórias das seleções que estarão no próximo Mundial 2018, encontramos dados que podem afinar o entendimento das possibilidades de cada país nessa competição. O Brasil reforçou a sua confiança no processo de Tite, tal como a Espanha e a Alemanha têm boas razões para acreditar na força da sua proposta futebolística. Por outro lado, a França teve um susto e a Argentina sai destes jogos com um enorme fantasma a ensombrar a sua preparação.

Brasil em modo laboratório

Brasil

Brasil marcou quatro golos e não sofreu nenhum, em dois jogos.

O Brasil fez dois jogos bastante diferentes, quer no poderio do adversário, quer nas opções táticas adotadas por Tite, quer, ainda, pela forma como poderá ter retirado conclusões para o futuro. Sem Neymar disponível, o treinador brasileiro decidiu-se a fazer equipa. Com mais dificuldades frente a um Rússia muito defensiva, procurando encontrar dinâmicas para colocar mais gente no meio-campo ofensivo, com mais espaço frente à Alemanha.

Esse espaço poderá ser vital para o sucesso da equipa brasileira no Mundial. Com Douglas Costa, Willian, Gabriel Jesus, a equipa tem um poderio na transição como poucas outras seleções. Para além do mais, vai ganhando consistência no meio-campo, sob a liderança de Casemiro, da mesma maneira que defensivamente Tite já terá assegurado a sua linha titular. A grande dúvida que sai deste jogo é como arrumar Neymar nesta equipa. Não por aquilo que ele vale, enquanto elemento decisivo, mas pelo seu comportamento perante o coletivo. Ver estes jogos poderá ser fundamental para que o jogador do PSG perceba como pode ajudar.

Confiança reforçada

A Espanha é a seleção que sai com a confiança mais reforçada, tendo feito uma boa exibição frente à Alemanha, num jogo que terminou empatado, e goleado a Argentina. O resultado somado no Wanda Metropolitano elevará a confiança de uma equipa que volta a ter um perfume de futebol que a diferencia e que a faz acreditar na recuperação do cetro mundial. Julen Lopetegui acaba por ter nas mãos uma geração fantástica de jogadores, demonstrando como, com qualidade, consegue impor ideias de uma enorme eficácia na sua equipa.

A Alemanha não venceu nenhum dos dois jogos mas não é por isso que perdeu confiança. Jogo equilibrado e perfeito para alimentar a dinâmica coletiva do conjunto de Joachim Low frente à Espanha, derrota, mas com bons apontamentos, no jogo frente ao Brasil, onde o técnico germânico optou por apresentar um onze com várias alternativas. Revelando a consistência do seu modelo, a equipa da Alemanha será aquela que mais se poderá orgulhar do número de opções disponíveis para enfrentar o Mundial.

Susto e desilusão

A França apanhou um susto, perdendo para a Colômbia, numa partida que terá ajudado a recolocar as expetativas dos gauleses perante aquilo que poderão fazer no próximo Mundial. Tendo estado a vencer por 2-0, acabou por sofrer três golos. Na Rússia, acabou por assumir uma outra faceta, também facilitada pelo adversário, vencendo e demonstrando outras qualidades. Atenção, neste caso, para a fragilidade dos russos, num Mundial que jogarão em casa.

Mas a grande desilusão tem por nome Argentina, que com Jorge Sampaoli continua muito longe de apresentar um nível aceitável. A equipa não pôde contar com Lionel Messi e venceu a Itália, por 2-0, com golos nos últimos quinze minutos. Já contra a Espanha, apresentando uma equipa totalmente desequilibrada, os argentinos bem terão sentido falta de Dybala e de mais solidez na forma de atuar perante uma Espanha completamente superior. Perder por 1-6 em Madrid é um daqueles resultados que dificilmente se descolam da pele de um conjunto.

Boas Apostas!