O Manchester City abriu a temporada com a conquista da Supertaça Inglesa, batendo os Blues com dois golos de Aguero. Foi só o começo mas o campeão em título retomou de onde vinha e a maturidade deste projeto permite pensar que pode repetir os feitos da época anterior. Bernardo Silva e Phil Foden foram as figuras em maior destaque, e não apenas porque fizeram as assistências para os golos. Por oposição, o Chelsea ainda tem muito trabalho pela frente. Natural, já que Sari só chegou à três semanas e há várias interrogações no plantel.
Sempre a somar
A Community Shield não defraudou. O jogo da supertaça inglesa começou com ritmo intenso e ambas as equipas a querer marcar posição. O Chelsea foi a jogo sem Courtois, Hazard, Kanté e deixando Willian no banco. Do lado do City, também havia ausências de peso – casos de Kevin de Bruyne, Raheem Sterling, David Silva e Ederson – mas claramente estas ausências pesaram muito menos num coletivo estruturado e com opções de qualidade.
O Manchester City adiantou-se no marcador aos treze minutos, com Phil Foden a avançar pelo meio e descobrir Sergio Aguero lá na frente. O campeão em título começou a vencer o troféu na batalha do meio-campo. A Ross Barkley, Jorginho e Cès Fàbregas faltou pedalada, posicionamento, conhecimento mútuo e criatividade, exatamente as qualidades que abundaram no trio adversário, para contrariar a superioridade de Bernardo Silva, Fernandinho e Foden.
O golo obrigou o Chelsea a assumir alguma iniciativa e a primeira parte foi equilibrada atá ao fim. Embora fosse sempre evidente que as mudanças de velocidade dos Cityzens criavam sérias dificuldades aos Blues. O segundo golo, aos treze minutos da segunda parte, tornaram em definitivo o duelo num jogo de sentido único. Com esta vantagem assegurada, o City pode fazer aquilo em que é irrepreensível: instalar-se no meio-campo adversário, pressionar alto e circular a bola a seu bel-prazer.
Bernardo e Foden em destaque
No rescaldo, Pep Guardiola disse que neste momento o Manchester City é Bernardo Silva e mais dez. Deixando o recado de que é preciso regularidade, o treinador catalão reconheceu que o português está nível acima dos companheiros, no momento de forma e na motivação. Bernardo começou a partida numa posição mais central e esteve incansável nas movimentações e coberturas. Foi dele meio golo no segundo da equipa e de Aguero. O passe a rasgar para o argentino anula a compostura da linha defensiva dos Blues.
Phil Foden foi a outra figura em grande destaque nesta supertaça. O adolescente de dezoito anos, grande aposta de Guardiola desde há um ano, fez uma exibição madura e assertiva no meio-campo e o treinador já confirmou que ele tem condições para se afirmar na equipa principal do City esta temporada.
É inegável que este Manchester City retoma precisamente de onde ficou em junho passado. Se antes a qualidade e diversidade de opções no plantel, aliadas à ideia de jogo do treinador catalão, fizeram a diferença, agora acrescenta-se-lhes o ponto de maturação da equipa. Enquanto os concorrentes diretos se viram obrigados a reestruturar para serem competitivos – uns mais do que outros – o City fez apenas pequenos acertos, como a contratação de Mahrez.
Sarri ainda a arrumar a casa
Por oposição, o Chelsea ainda tem quase tudo por fazer. As negociações com Conte arrastaram-se e Maurizio Sari só começou a trabalhar há três semanas. Já se sabia, pelo currículo, que o novo treinador tinha ideias muito distintas e vai ser preciso tempo para acomodar as novidades, como o regresso a uma defesa a quatro. Mas não é só. As maiores estrelas dos Blues parecem estar em debandada. Sari bem tenta segurá-los mas Eden Hazard quer dar o salto e o empresário de Thibaut Courtois já veio pedir ao clube que liberte o seu jogador para se mudar para o Bernabéu. O próprio Willian tem sido associado ao interesse do United de Mourinho e o facto de ter sido deixado no banco pode indiciar que esteja de saída. Por fim, N’Golo Kanté, que começa mais tarde devido ao Mundial, é peça fundamental para equilibrar a equipa e a fazer funcionar.
Boas Apostas!