Não é propriamente uma novidade, mas voltamos a ter as competições do basquetebol europeu divididas, impedindo desta forma de podermos contar com as melhores equipas a disputarem um só título, frente a frente. A nova organização do basquetebol europeu apresenta assim uma cisão entre a Euroleague (que organiza uma prova com o seu nome e uma “segunda divisão” com a Eurocup) e a FIBA Europe (que organiza a Champions League e a FIBA Europe Cup que iniciarão a sua fase de grupos na próxima semana). Olhando para as provas Euroleague, analisamos as novidades e as potencialidades desta prova.

Um passo para a NBA Europeia

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Este é o tipo de espetáculo garantido na Euroleague

Para todos aqueles que perguntam quando teremos NBA na Europa, a Euroleague deste ano apresenta a resposta. Uma prova que será disputada por dezasseis equipas, num sistema de todos contra todos, com 30 jornadas, seguindo-se um playoff e uma final four a disputar nos meses de abril e maio.

A alteração de formato competitivo coloca um desafio bem diferente a todos os conjuntos participantes, passando, nesta primeira fase, a ser uma prova de regularidade, onde é fundamental que cada equipa comece a somar vitórias bem cedo, para não perder o comboio dos melhores – apenas oitos seguirão para o playoff – e não ter que viver, nas derradeiras semanas, o sofrimento das contas para se apurar.

No que toca à competição, o CSKA Moscovo, campeão em título, mantém a sua estrutura, reforçando o jogo interior, para tentar uma segunda corrida para ser considerado o melhor da Europa. Também da Rússia, o Unics Kazan aparece, este ano, um pouco longe do seu rival, em termos de investimento.

Onde este continua a crescer é na Turquia, que será o país com mais equipas em prova. O Fenerbahce é a equipa mais forte vinda deste país, com os outros três conjuntos a poderem apresentar-se como outsiders, garantida a experiência de equipas como o Anadolu Efes, o Galatasaray e Darussafaka Dogus.

O segundo país com mais equipas presentes é a Espanha, onde o FC Barcelona se apresenta com nova equipa técnica, e o Real Madrid com a qualidade e experiência a que nos habituou, embora ambas as equipas tenham sofrido com saídas para a NBA. No entanto, é seguro que não podemos dispensar os espanhóis desta corrida ao título, com o Baskonia a apresentar-se também como um candidato a estar entre os oito melhores.

De resto, confirmando-se que da Grécia continuam a vir duas equipas muito fortes, como são o Olympiacos e o Panathinaikos, e contando ainda com o regresso ao mais alto nível do Maccabi Tel Aviv, de Israel, poderemos entender o nível alto que terá a prova. Da Sérvia (Crvena Zvezda), da Lituânia (Zalgiris Kaunas), da Itália (EA7 Emporio Armani Milan) e da Alemanha (Brose Bamberg) vêm os restantes concorrentes, sendo de esperar que, sobretudo os sérvios, também procurarão estar envolvidos na luta pelo playoff.

Eurocup de maior qualidade

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Gran Canaria e Valencia Basket prometem qualidade na Eurocup

Até ver, a Eurocup disputará a confirmação de ser a 2ª Divisão europeia com a FIBA Champions League, apresentando equipas de cinco países e de uma Liga, a Adriática, que reúne equipas da antiga Jugoslávia. Serão quatro grupos de cinco equipas que, no Top 16, se transformarão em grupos de quatro equipas, para depois termos um playoff com quartos-de-final, meias-finais e final, sempre à melhor de três.

A Espanha apresenta o maior contingente, com seis equipas, permitindo desta forma uma forte presença da Liga Endesa no quadro europeu. O Unicaja Málaga e o Valência Basket são referências com experiência de Euroleague, mas talvez o Gran Canaria seja o conjunto com melhores condições para tentar a vitória, cada vez mais forte, depois de ter sido finalista em 2015 e semi-finalista em 2016. O Bilbao Basket, o UCAM Murcia e o Fuenlabrada apresentar-se-ão como naturais candidatos a garantir boas presenças.

A Rússia e a Liga Adriática entram com quatro equipas cada, podendo aqui entender-se uma competição por entender qual das duas ligas, VTB ou ABA, estão mais fortes. Há mais investimento entre os russos, com Zenit, Nizhny Novgorod, Lokomotiv Kuban e Khimky, mas também muito talento nos croatas do Cedevita, nos macedónios do MZT Skopje, nos montenegrinos do Budocnost e nos eslovenos do Union Olimpija.

Finalmente, atenção para o que poderão conseguir os israelitas do Hapoel Jerusalém e os alemães do ALBA Berlim e do Bayern de Munique. A terceira equipa alemã, Ratiopharm Ulm, e os lituanos do Lietuvos Rytas e do Lietkabelis Panevezys completam o quadro de conjuntos da Eurocup.