O empate do Benfica em Alvalade já dava uma boa vantagem aos encarnados na corrida ao título, mas com o FC Porto a desperdiçar nova oportunidade para se aproximar do primeiro lugar, empatando frente ao Feirense, restam poucas dúvidas de que o Benfica tem as mãos, praticamente, no título.

Dérbi de empatas

Não foi um jogo de qualidade, o que se vivem no Estádio José de Alvalade, na noite do passado sábado. A promessa, no entanto, era outra, e os primeiros minutos até poderiam dar a entender que estaríamos mesmo perante um jogo destinado a ser emocionante. Um erro de Éderson originou um pénalti que Adrien Silva concretizou, dando vantagem ao Sporting e obrigando o Benfica a assumir mais jogo do que estaria à espera. Os minutos iniciais trouxeram assim um aquecimento do ambiente que provocou as duas equipas a quererem demonstrar serviço, ainda que esse facto também tenha levado a um grande número de erros cometidos de um e outro lado.

Mitroglou e Coates

Luta de iguais em Alvalade

Aos erros de Sporting e Benfica juntou-se, ainda, a equipa de arbitragem, que também não esteve nos seus melhores dias e deixou por assinalar pelo menos uma falta flagrante na área dos leões. Ainda assim, pedia-se às equipas que mostrassem muito mais do que aquilo que estavam a conseguir. O Sporting preso nos seus movimentos ofensivos, sem nunca encontrar Alan Ruiz em campo, com Gelson e Bruno César entregues a trabalhos mais tácticos e Bas Dost esquecido. O Benfica, igualmente com dificuldades pelo corredor central, a não dar qualidade à posse de bola.

O início da segunda parte trouxe o Sporting, de novo, para a frente da partida, mas sem conseguir criar oportunidades que levassem a um resultado mais tranquilo. No seguimento desta margem mínima, uma falta cometida por Alan Ruiz permitiu a Lindelof, num livre directo, estabelecer o empate. A partir daqui, o Benfica voltou a baixar linhas, satisfeito com o empate, enquanto do lado do Sporting houve, sobretudo, medo de perder, ainda que não saísse particularmente prejudicado com os eventuais riscos a correr. Foi, a todos os níveis, um dérbi de empatas, sensaborão e, a espaços, algo apático, com o Benfica a cumprir com os objectivos mínimos.

Assim não dá

O FC Porto tinha, apesar de tudo, possibilidade de se reaproximar do Benfica e estabelecer a perseguição ao primeiro lugar que obrigaria os encarnados a não mais escorregar até ao final da temporada. Mas, nem em casa, frente a um Feirense que já não tem objectivos para lá de terminar a temporada na melhor posição possível, conseguiu marcar.

O Porto ficou preso em casa

O Porto ficou preso em casa

É um problema recorrente para a equipa do FC Porto. Esta época, a equipa consegue estabelecer quadros em que parece dominar o encontro, mas com enormes dificuldades para jogar entre linhas, a capacidade de penetração da equipa portista não dá sinais de existir. Logo, a opção passa por tentar descarregar na área, em busca de um erro adversário.

Ora, perante o Feirense, esse erro não surgiu, com Vaná a ser figura do encontro. Os portistas ainda se queixam de algumas decisões arbitrais, mas esse tem sido (não apenas este ano) o discurso recorrente do futebol em Portugal, procurar externamente razões para as incapacidades das equipas, quando, por aquilo que vimos este fim-de-semana, o problema está na qualidade de jogo cada vez mais baixa dos três grandes.

Mudar aquilo que se controla será, sem dúvida alguma, o melhor caminho para regressar ao sucesso. Ao que parece, para o FC Porto, ainda não será este ano.