O campeão Manchester City prepara-se para defender o título, sabendo que na Premier League as conquistas sucessivas não acontecem com frequência. A equipa de Guardiola parte à frente porque tem uma estrutura consolidada e um plantel com muitas soluções de qualidade. Riyad Mahrez foi a única contratação de peso neste verão e Bernardo Silva encurtou as férias para impressionar. O português pode vir a ter um novo papel na equipa.
Mahrez é único reforço de peso
O Manchester City sabe que acentuou o estatuto de equipa a abater no campeonato inglês. Se na época passada já o era, pela qualidade do plantel e de jogo, a conquista do título só veio reforçar a necessidade dos adversários diretos se reforçarem para tentar competir de igual para igual.
A verdade é que neste arranque de temporada os Cityzens partem à frente. Não apenas porque são o atual campeão – embora a história recente da Premier League seja pouco animadora para os defensores do título – mas porque construíram uma equipa tremenda que está pronta a recomeçar onde foi interrompida.
Ao contrário dos concorrentes diretos, que identificaram deficiências e precisaram de reestruturar e acrescentar recursos humanos, o City fez uma única contratação de peso este verão até ao momento. E nem sequer podemos dizer que fosse um elemento que estivesse em falta. Por fim, Riyad Mahrez deixa o Leicester City para se mudar para o Etihad, pela módica quantia de quase sessenta e oito milhões de euros. É mais uma opção de um criativo para as alas de alta qualidade. Nos últimos dias o clube de Manchester também foi buscar o jovem central holandês de vinte e um anos, Philippe Sandler, pagando dois milhões e meio por ele ao PEC Zwolle.
Miúdos mostram serviço
Como não podia deixar de ser, Mahrez destacou-se no pouco tempo em que foi a jogo na digressão americana do Manchester City. A equipa inglesa perdeu os primeiros dois encontros da Internacional Champions Cup, com o Borussia Dortmund (0-1) e o Liverpool (1-2), e venceu o último, frente ao Bayern de Munique (2-3).
Não podemos esquecer que as grandes figuras da equipa ainda não regressaram de férias ou estão em fases ainda precoces de preparação, em virtude da participação no Mundial. Pep Guardiola levou na comitiva vários miúdos da formação do City e houve quem aproveitasse ao máximo a oportunidades.
Só dois jogadores da comitiva cumpriram os três jogos na íntegra e foram dois adolescentes. Luke Bolton, avançado inglês de dezoito anos que fez toda a formação nos Cityzens, e Eric García, um defesa espanhol que se mudou na temporada passada para Inglaterra, e que pode jogar tanto a central como na lateral direita. Segundo o treinador catalão, ambos foram recompensados pela entrega que tiveram nos treinos e pela resposta que deram depois em campo. García mereceu mesmo referência individual em mais do que uma ocasião. Claro que dificilmente algum deles terá lugar no plantel principal do City. Mas estão a marcar uma posição, não só frente a Guardiola mas também para possíveis empréstimos onde possam adquirir essa experiência competitiva e maturar.
Bernardo a marcar posição
O Bernardo Silva esteve em grande destaque na pré-temporada. Bisou frente aos Bávaros e deu a volta à partida. A equipa técnica pediu-lhe para encurtar as férias e o português não se fez rogado. Há quem veja nisto uma chamada de atenção para o extremo justificar a sua permanência no plantel. A entrada de Mahrez aumenta ainda mais a concorrência nos jogadores que trabalham as alas, onde há que contar com Leroy Sané e Raheem Sterling. Mas parece-me que Pep Guardiola quis testar o português mais numa posição de número 10, mais central, não só porque lhe dá mais hipóteses de utilização mas também porque é preciso uma alternativa sustentada a David Silva e Kevin de Bruyne. São muitos jogos numa época para uma equipa como o Manchester City. Na temporada passada o belga foi utilizado até à exaustão e o espanhol não está a ficar mais novo.
Boas Apostas!