Quarta-feira europeia com uma confirmação e uma surpresa. O Barcelona aproveitou o nervosismo dos romanos e colocou um pé nas meias-finais, vencendo em casa por 4-1. Por sua vez, o Manchester City foi surpreendido em Anfield e terá que fazer uma segunda mão e tanto para dar a volta à eliminatória. Mais uma vez, Klopp provou que sabe como explorar os esquemas táticos de Guardiola. Exibiçaõ eletrizante, a deixar água na boca para a próxima semana.
A única defesa é o ataque
Jurgen Klopp é de longe o treinador que mais sucesso teve a defrontar Pep Guardiola. Mesmo que os confrontos entre ambos se tenham sempre registado com o catalão em posições de poder – com mais recursos, planteis mais recheados – à frente de equipas como o Bayern ou este City, o alemão conseguiu vencer sete dos treze confrontos diretos. Klopp sabe que entregar a bola aos Cityzens e esperar que não sejam bem-sucedidos nas inúmeras ocasiões de perigo que vão criar com ela, é como jogar no euromilhões. Pode acontecer mas as probabilidades são ridículas. Nem o Liverpool tem o pessoal para isso. Neste caso, o ataque não é a melhor defesa, é mesmo a única.
O triunfo dos Reds, com uma exibição irrepreensível, foi coletivo. A equipa superou-se em todos os aspetos, a começar pela concentração defensiva. Alexander-Arnold foi eleito o homem do jogo e a sua ação específica, no anular da ameaça que Leroy Sané representava, tem que ser sublinhada em todos os resumos deste encontro eletrizante. Mas o próprio admitiu, e não foi só por dizer, que só conseguiu cumprir porque os companheiros estavam sempre por perto na ajuda. Evitar ao máximo o um para um foi a base do sucesso. A dinâmica entre Mané, cada vez mais o jogador do trio atacante que se sacrifica recuando para transportar a bola, Oxalde-Chambernail, Firmino e Mohamed Salah, fizeram o resto. O egípcio teve que ser substituído com queixas musculares. Nessa altura a partida já se tinha transformado, com o City a correr atrás do prejuízo e o Liverpool em contenção. Parece que não será nada demasiado sério, pelo menos a julgar pelas declarações de Salah. Karius relembrou que ainda havia metade da eliminatória para jogar, no Etihad, e ele sabe que vai ser particularmente visado na próxima terça-feira.
Mexida de Guardiola falha o alvo
Pep Guardiola deu ouvidos a quem o acusava de jogar sempre o seu jogo, sem se preocupar com o adversário. Resolveu abdicar de um extremo – Raheem Sterling – para ter mais um homem que segurasse a bola no meio-campo – Ilkay Gundogan – e a alteração saiu furada. Nem com mais um elemento o Manchester City conseguiu controlar o miolo e o Liverpool passou a ter que se preocupar apenas com as ameaças do lado direito. Três golos em menos de vinte minutos desmoronaram esta estratégia. Pareciam coreografados, da forma como foram espaçados. Tempo suficiente para parecer que o pior tinha passado e era quando vinha a próxima pancada. No segundo tempo o espírito foi diferente. Sterling não tardou a render Gundogan, voltando ao modelo habitual, e a saída forçada de Salah também ajudou. O City trabalhou bastante mas o outro lado mostrou que tinha aprendido a lição daquele 4-3 anterior em Anfield. Três golos sem conceder é um bom resultado para levar ao Etihad na segunda mão. Mas frente a este City, e a Guardiola, está longe de resolvida, a eliminatória.
Roma jogou complexada
Di Francesco tinha dito que a AS Roma tinha que ir ao Camp Nou sem complexos e jogar o jogo pelo jogo. Mas o conjunto italiano não conseguiu sacudir a pressão de defrontar Messi e companhia no seu próprio terreno. Dois autogolos – Daniele De Rossi primeiro, Kostas Manolas depois – trouxeram a serenidade que o Barcelona precisava para cumprir o objetivo, dar um passo assertivo na direção da semifinal. Piqué e Luis Suárez ainda acrescentaram achas à fogueira, e o golo de Dzeko, aos oitenta, é a réstia de esperança a que os visitantes se podem agarrar para enfrentar a segunda mão.
Boas Apostas!