No sábado o Manchester City foi a Stamford Bridge apresentar credenciais para ser campeão da Premier League. Durante toda a partida, mas sobretudo nos primeiros quarenta e cinco minutos, os Cityzens dominaram a formação de Conte. O Burnley, aquela equipa que não era capaz de vencer em casa, foi somar três pontos a Goodison Park, o que deixa Ronald Koeman em muito mais lençóis.
Este City é para levar a sério
O jogo grande da jornada correspondeu à expetativa. O embate entre Chelsea e Manchester City foi um duelo tático de excelência. Antonio Conte preparou o campeão em título para jogar recuado, na expetativa, aguentar a pressão e tirar partido da capacidade de passe e leitura de jogo de Fàbregas e Kanté para lançar contra-ataque. Uma versão do plano que resultou duas vezes na temporada passada, quando as equipas se defrontaram. E que também funcionou na ida a Madrid, frente aos Colchoneros. Mas desta vez houve dois senãos. Primeiro, a lesão de Álvaro Morata, que pode ter alterado a equação. Não sabemos porque até então os Blues estavam claramente sem pé no encontro. Mas bastava uma oportunidade aproveitada pelo espanhol para o desenrolar da partida ter sido diferente. Segundo, este City é um animal bem diferente do do ano passado.
O Manchester City 2017/18 é uma equipa de Pep Guardiola, do princípio ao fim. Todos os jogadores que entram em campo sabem exatamente o seu papel dentro da fluidez que é o desempenho da equipa. Isso é por demais evidente na construção ofensiva mas agora ela começa de onde é suposto para não expor a retaguarda: em frente à baliza. Por isso, a defesa melhorou tanto de há um ano para cá, porque finalmente percebeu as movimentações e correspondentes coberturas. Claro que o que é mais visível é a dificuldade que os extremos como Sterling e Sané aos adversários, alargando o espaço entre a linha dos centrais e os laterais, que têm que os seguir. Depois brilham as assistências de David Silva, a presença irrequieta de Jesus na área, e o talento de Kevin de Bruyne. Mesmo sem Aguero, mesmo com um lateral-esquerdo adaptado em Fabian Delph, a orgânica mantém-se porque já está interiorizada. Este City é candidato ao título de Inglaterra e apresentou as credenciais diante do campeão em título.
Koeman perto do prazo de validade
Lembram-se do Burnley, aquela equipa que na época transata só ganhou um jogo fora de casa? Não tem nada a ver. Os Clarets foram vencer a Goodison Park na sétima jornada e estão no sexto lugar da Premier League, em igualdade pontual com o Liverpool, um a menos que Arsenal e Chelsea! Dois terços da pontuação somada vem das deslocações, onde se incluem vitórias sobre Blues (2-3) e Toffees (0-1) e empates com Reds (1-1) e Spurs (1-1). A formação de Sean Dyche está a prestação tremenda para ultrapassar uma das suas maiores debilidades. O sucesso do Burnley agravou a situação do Everton, que conta quatro derrotas no campeonato, à sétima semana de competição. Já se especula o futuro de Ronald Koeman, que parece estar a prazo se não for capaz de apresentar resultados de imediato. O técnico holandês não se mostra preocupado com a sua situação profissional e vai dizendo que não se pode questionar a entrega dos jogadores. Se o problema não é o empenho dos jogadores e existe talento alguém tem que assumir a responsabilidade. Porque os Toffees andam à deriva e custa entender porquê. É verdade que a ausência de Lukaku não foi resolvida no mercado de verão mas gastaram-se mais de cento e sessenta milhões, com a narrativa de que era necessário o investimento para o clube alcançar o próximo patamar. Só para Michael Keane o clube desembolsou trinta milhões e a defesa parece incapaz de dar proteção ao jovem Pickford, que claramente não é o problema. Por esta altura, na época passada, o Everton tinha sofrido quatro golos, agora já encaixou doze. A agenda dos Toffees para outubro, assim que regressar a competição, tem uma visita a Brighton e receções ao Lyon e Arsenal. Será que Koeman mantém o emprego até ao Halloween?