Avançar uma favorita para ganhar o Roland Garros é uma aposta arriscada. Claro que apontar a número um mundial, Serena Williams, é jogar pelo seguro. Mas se olharmos com atenção para os registos encontramos uma campeã diferente para cada uma das últimas seis edições. Duas semanas de competição ao mais alto nível, em terra batida, desgastam mesmo as melhores e mais bem preparadas tenistas. Paris é uma prova de dedicação e resistência.
Sempre Serena
Serena Williams volta àquela que considera a sua segunda casa com esperanças de continuar rainha do Major de Paris. A americana conquistou, em 2013, o seu segundo título francês, onze anos depois do primeiro. Só por isso, e pela liderança do ranking, ela tem que se a concorrente mais forte à vitória. Mesmo que, esta temporada, tenha optado por uma pausa na competição e se tenha estreado em terra batida apenas em Madrid, de onde se retirou antecipadamente com um problema na coxa. Ainda assim, a vitória no Masters de Roma mostra que ela está aí para as curvas e a boa prestação em terras italianas parece tê-la deixado no melhor estado de espírito possível para defender o estatuto de campeã de Roland Garros. Marion Bartoli, agora retirada da competição e no papel de comentadora, diz que a é a personalidade de Williams que faz toda a diferença em court, “ela entra nas partidas pensando sempre que tem que jogar o seu melhor ténis, não que é favorita”.
As suspeitas do costume
Nos tempos que correm Maria Sharapova parece muito confortável em pisos de terra batida, mas nem sempre foi assim. Teve que trabalhar muito para superar as dificuldades que demonstrava, no início da carreira, nesta superfície. Não se deixem enganar pelo oitavo lugar do ranking que ocupa, neste momento. Sharapova teve um arrancar de temporada difícil, depois da lesão do ombro. Contudo, desde que pôs os pés no pó de tijolo, a russa tem vindo a recuperar o tempo perdido, com vitórias sucessivas em Estugarda e Madrid. “Fiz um bom trabalho na transição dos pisos rápido para a terra batida, estou realmente a melhorar fisicamente e a recuperar bem de encontro para encontro”, disse Sharapova depois dos dois troféus conquistados. Essa eficaz mudança de chip tem beneficiado a sua prestação em Paris, nos últimos anos. De facto, o Roland Garros tem sido o Grand Slam em que a russa se tem exibido de forma mais consistente.
Li Na também está nesta luta pela coroa do torneio parisiense. A chinesa de trinta e dois anos parece estar cada vez melhor. Este ano leva um registo de vinte seis vitórias e cinco derrotas mas a verdade é que só marcou presença em dois torneios em pó de tijolo, Madrid e Roma, e em ambos não foi além dos quartos-de-final. Continua a ser uma tenista experiente, em grande forma, e a vencedora do até agora único Major da temporada, o Open da Austrália.
Surpresas ou talvez não
Victoria Azarenka anda com azar este ano. Uma lesão no pé tem impedido a bielorrussa de competir desde a eliminação na segunda ronda de Indian Wells, em Março, perdendo assim todos os torneios de preparação para Roland Garros. Na segunda-feira Azarenka comunicou oficialmente que não estaria em condições de jogar em Paris. Vai fazer falta, já que é uma das poucas tenistas que consegue realmente fazer frente ao poderio físico e mental da Williams mais nova. E se estivesse em forma, Azarenka seria certamente uma das concorrentes ao troféu Suzanne Lenglen.
Na sua ausência, a surpresa pode muito bem vir de Simona Halep. A quarta tenista mais cotada do ranking pode aproveitar a chance para melhorar a sua melhor prestação até hoje num Grand Slam, os quartos-de-final do Open da Austrália conseguidos esta temporada. As vitórias suadas frente a Ana Ivanovic e Petra Kvitova, no Mutua de Madrid, devem ter elevado consideravelmente os seus níveis de confiança. E em Roma só ficou cedo pelo caminho porque sofreu uma complicação gástrica e foi obrigada a desistir.
Se estamos a considerar candidatas menos prováveis, não podemos deixar de parte a finalista de Roma, Sara Errani, a atual número dez do mundo. A italiana eliminou Li Na, nos quartos da competição, o que não é coisa pouca.
Boas Apostas!