Na sexta-feira à noite, com um golo tardio de Michy Batshuayi, o Chelsea garantiu o título na Premier League, sete pontos à frente de toda a concorrência. Mérito de Antonio Conte que soube pegar no equipa que se autossabotava e deu-lhe indicações precisas do que tinham que fazer para voltar a ganhar. No polo oposto da tabela, o Hull Citu viu confirmada a despromoção, com uma derrota pesada em Selhurst Park. Mas o trabalho de Marco Silva não passou despercebido e ao que parece o treinador português vai-se manter no primeiro escalão, na próxima época.
Chelsea confirma o título
Chega a ser anti climático. O Chelsea sagrou-se campeão de Inglaterra na passada sexta-feira, fora de casa. O herói insuspeito foi Michy Basthuayi, que saiu do banco aos setenta e cinco minutos para render Pedro Rodríguez. Aos oitenta e dois marcava o golo da vitória e da confirmação do título. Os jogos à sexta são raros na Premier League e este, que se revestia de importância capital, quase passou despercebido. Claro que no relvado foi muito festejado. Esta equipa passou as passas do Algarve na temporada passada e ser capaz de voltar à mó de cima no ano seguinte é muito importante para os jogadores e estrutura do clube.
O mérito, senão todo em parte de leão, tem que ir para Antonio Conte. O italiano herdou um plantel de muita qualidade mas que tinha entrado em curto-circuito, ao ponto de se autossabotar. E não é fácil dar a volta a isso. Porque estes jogadores já não são nenhuns meninos e resistem a quem quer introduzir mudança. Porque já ganharam muito e quase se convenceram que não precisam de um treinador para os orientar. Por outro lado, precisam de um choque qualquer que interrompa o círculo vicioso em que entraram e funciona contra eles. Conte soube acrescentar tática e posicionamento mas conseguiu o mais complicado: convencer os jogadores que o seu caminho os levaria de novo até ao topo. O momento de viragem aconteceu com o assumir dos três centrais e a adaptação feliz de Victor Moses à lateral, depois das derrotas pesadas frente a Liverpool e Arsenal.
Os desafios que se seguem
No fim de semana far-se-á a festa em Stamford Bridge, diante dos adeptos. Antonio Conte já acabou com os rumores, que falavam do aliciamento do Inter para regressar ao futebol italiano, dizendo que já está a preparar a próxima temporada. Provavelmente, com uma extensão de contrato. O facto do Chelsea não ter participado nas competições europeias foi um fator determinante no sucesso doméstico e no impacto imediato do treinador italiano. Os Blues podiam ter ganho a Premier League mas não seria da mesma forma. Conte não se teria podido limitar a utilizar apenas dezoito jogadores ao longo de toda a época, sendo que catorze eram um núcleo duro. E a equipa não teria tido tempo ao longo da semana para trabalhar de forma detalhada, como o técnico italiano tanto gosta de fazer. Os desafios serão muitos no futuro imediato, começando pela gestão das saídas iminentes. Diego Costa dificilmente resistirá à tentação dos milhões chineses e Eden Hazard volta a ser um dos itens mais cobiçados do mercado de verão. Para além disso, há que renovar e acrescentar opções para poder fazer face à necessária rotação quando disputarem diversas frentes em simultâneo.
Hull City afunda
No polo oposto da tabela classificativa, o Hull City não escapa à despromoção. Os Tigers não resistiram à visita ao Crystal Palace e sofreram uma derrota pesada (4-0). Se fosse leve as implicações seriam as mesmas. De facto, o destino ficou traçado não em Selhurst Park, no sábado, mas no KCom Stadium, na jornada anterior. A única derrota em casa desde que o treinador português assumiu o comando, logo diante do último classificado, o Sunderland (0-2). Com o Swansea a ir vencer os Black Cats ao Stadium of Light, os Tigers ficaram a quatro pontos dos rivais galeses e assim impossibilitados de os alcanºar na jornada de fecho do campeonato.
Em Inglaterra reconhece-se que o Hull City afunda apesar do excelente trabalho desenvolvido por Marcos Silva, com um plantel cheio de lacunas. Já antes do futuro da equipa ficar decidido se falava e muito do interesse de outros clubes nos serviços do treinador. Pode até ser que Silva se mantenha na Premier League, ao comando de uma formação com um pouco mais de condições.
Boas Apostas!