Carolina Panthers – Seattle Seahawks (NFL)
Os Panthers tiveram o sorteio mais complicado para iniciar os play-offs. Mas os campeões fazem-se com a superação dos grandes adversários e não há, neste momento, maior desafio do que os Seahawks. Apesar do início perro Seattle chegou a esta fase da temporada ao rubro. Teve uma pontinha de sorte nos wildcards mas acabou por vir ao de cima a experiência e a excelência nas posições-chave. Será um duelo digno do Super Bowl.
Os Carolina Panthers fizeram uma temporada quase perfeita, com quinze vitórias e apenas um revés frente a Atlanta, na penúltima semana. Uma equipa explosiva, que entusiasma ver jogar, e altamente competente nas várias componentes do jogo. O ataque mais concretizador, com uma média de trinta e uma ponto duas jardas por partida, e a sexta defesa mais dura de bater da Liga, permitindo uma média de dezanove ponto duas jardas. Cam Newton evoluiu para exibições impressionantes que se mantiveram semana após semana, ao ponto de lhe valeram a distinção de MVP que ninguém contesta. Por brilhante que tenha sido a prestação da equipa tudo saberá a pouco se não forem capazes de ultrapassar o próximo obstáculo.
Os Panthers tiveram o pior emparelhamento para esta divisional round. Mas para validarem a sua candidatura a equipa do ano têm que se testar contra os melhores. E, neste momento, a prova do algodão são estes Seahawks. No duelo que bem merecia honras de Super Bowl vamos assistir a uma frente a frente renhido, com baixa pontuação e drama no quarto período. Se Carolina superar este desafio, o seu é o limite.
Ron Rivera sabe que vai enfrentar a melhor unidade defensiva da NFL. E se a Legion of Boom é temível a Linha Defensiva é ainda mais intimidante. Os Panthers sabem que Seattle vai fazer de tudo para limitar o jogo em corrida e forçar Cam Newton a lançar a bola. Mas a progressão pelo chão de Carolina é uma obra de arte. Este é um grupo que jogo junto e sobre o mesmo comando há bastante tempo, tem todos os automatismos. Mas o mais impressionante é a complexidade. Cada jogada pode ser executadas com uma variedade de twists, que dificulta e muito o papel de quem está do outro lado. A melhor notícia para as hostes de Carolina é que Jonathan Stewart vai a jogo. Ele e Newton fazem uma dupla temível, sabem esconder a bola como ninguém e fazem verdadeiros truques de prestidigitação com ela. Outra excelente contribuição é o regresso do Ted Ginn, que conjuntamente com Greg Olsen será responsável por garantir saídas pelo ar.
Não lhes retira mérito, mas os Seattle Seahawks tiveram uma pontinha de sorte para ultrapassar os Vikings na primeira ronda. Passaram três períodos em desvantagem – a conter mas sem conseguir marcar – entraram em modo tudo ou nada no quarto período. Conseguiram passar para a frente do marcador mas com uma margem tão mínima que só o pontapé falhados de Blair Walsh, nos últimos segundos selou o apuramento.
Depois de um arranque perro os Seahawks meteram o turbo na segunda metade da época regular a chegam a esta fase decisiva do ano como nos habituaram em anos recentes. Russell Wilson fez marcas que tornam os adjetivos supérfluos. Máximos de carreira: quatro mil e vinte e quatro jardas, trinta e quatro TD’s, vinte e quatro dos quais nos últimos sete jogos da fase regular. Mas o que não estás nestes números é a capacidade de liderança, a inteligência para sacar soluções da cartola e fazer a diferença. Nisso ele e QB de Carolina são muito semelhantes. E este confronto é o mais forte candidato a preencher a rivalidade – no melhor sentido desportivo – de Manning vs Brady. Mas não podemos deixar de referir a defesa. A primeira linha de sete vai ser a principal preocupação dos Panthers: Cliff Avril e Michael Bennett vão causar muita dor na linha ofensiva de Carolina. Richard Sherman, Earl Thomas e companhia dispensam apresentações. Seattle lidera os rankings com a melhor defesa, permitindo apenas uma média de dezassete ponto três jardas por jogo.
A maior incógnita neste plantel é o estado de Marshawn Lynch.
Carolina Panthers | Seattle Seahawks | CenturyLink Field (Seattle) | V 27-23 |
Carolina Panthers* | Seattle Seahawks | CenturyLink Field (Seattle) | D 31-17 |
Carolina Panthers | Seattle Seahawks | Bank of America Stadium (Charlotte) | D 13-9 |
Carolina Panthers | Seattle Seahawks | Bank of America Stadium (Charlotte) | D 12-7 |
Carolina Panthers | Seattle Seahawks | Bank of America Stadium (Charlotte) | D 16-12 |
* jogo dos play-offs
Desde que Russel Wilson foi escolhido no draft que estes duelos entre Seattle e Carolina se tornaram um acontecimento espacial. Foram cinco duelos em quatro anos, e apesar dos Seahawks levarem a melhor nos quatro primeiros o marcador final foi sempre renhido. Na quinta jornada os Panthers foram ao CenturyLink Field quebrar esse tabu e levaram a melhor sobre o conjunto de Pete Carroll (27-23), com um touchdown de Olsen no último minuto do jogo.
Há uma década que Carolina não chega ao jogo que decide o campeão da NFC. Nessa altura foram derrotados peles Seahawks de Mike Holmgren e Matt Hasselbeck. Na temporada passada cederam nesta ronda, às mãos dos mesmos (31-17).