Carolina Panthers – San Francisco 49ers (NFL)
Os San Francisco 49ers atravessam os Estados Unidos para enfrentar os atuais campeões da NFC em Charlotte. A equipa de Chip Kelly brilhou na primeira semana ao bater os Rams por 28-0 mas agora enfrenta um adversário a sério. Os Carolina Panthers perderam por um em Mile High e estão mortinhos por limpar essa sensação desagradável com um triunfo em casa, onde não perdem há treze jogos.
No jogo de abertura os Carolina Panthers viajaram até Mile High para uma repetição do Super Bowl 50. Numa partida que já se adivinhava renhida a equipa de Ron Rivera acabou por perder por uma unha negra (21-20), o que podia ter sido evitado se Graham Gano não tivesse pontapeado para as nuvens a poucos segundos do apito final. Claro que não foi apenas isso, mas foi a gota que fez transbordar o copo. A defensiva dos Denver Broncos não precisa de apresentações e Cam Newton foi massacrado ao longo do encontro, o que acabou por se ressentir na sua capacidade de fazer a diferença. A discussão sobre o jogo andou muito à volta disso, da forma como os árbitros insistem em desvalorizar os ataques tremendos de que o quarterback de Carolina é alvo. Lá porque ele é um armário e não vai ao chão facilmente não significa que seja imune às pancadas e que estas não deixem sequelas. Tanto se fala de acrescentar segurança ao jogo e proteger os jogadores mas aparentemente os árbitros não receberam o memorando. Pelo menos não o aplicam a todos. Agora a equipa está com o orgulho ferido. Rivera fala no sentimento de desrespeito que sentiu e de certeza que o plantel está a fervilhar de vontade de mostrar que pode e sabe superar as adversidades. O primeiro duelo em casa, onde não perderam um único jogo na temporada passada (dez na temporada regular e dois nos play-offs), vem na altura certa. Mesmo sob ataque cerrado Newton estabeleceu novo recorde para o QB com maior número de touchdowns em corrida (quarenta e quatro), ultrapassando a marca de Steve Young.
Apesar da defesa dos Panthers continuar a ser de elite – os sete da frente são, porventura, ainda mais fortes que na época anterior – há reservas quanto ao nível da secundária. A linha ofensiva também teve trabalho extra esta semana, porque é preciso melhorar a defesa a Cam.
A estreia dos San Francisco 49ers não poderia ter sido mais positiva. Vencer (28-0) e deixar o adversário a zeros, mesmo quando esse adversário é Los Angeles, é sempre sinal que se está a trabalhar bem. Ninguém duvidava que o sistema de Chip Kelly proporcionaria uma ofensiva prolífera. Os ataques rápidos, sem dar tempo às defesas para se prepararem para as respetivas coberturas, é sempre um desafio para quem está do outro lado. Para a defensiva dos Rams foi o caos. Mas a defesa, em relação à qual havia algumas dúvidas, em virtude da mudança da equipa técnica, esteve muito acertada, limitando Los Angeles a cento e oitenta e cinco jardas de progressão. Claro que fazer um jogo em branco frente aos Rams é uma coisa, anular o ataque dos Panthers é outra completamente diferente.
A controvérsia a propósito da atitude de Colin Kaepernick dominou o espaço mediático na antecipação do encontro mas assim que Blaine Gabbert, QB titular, completou vinte e duas das trinta e cinco tentativas, para cento e setenta jardas e um TD, o assunto passou para segundo plano. Não que a discussão não seja válida e que a justiça social, ou a falta dela, nos Estados Unidos não seja um cancro mas voltou-se a falar de futebol americano propriamente dito.
01/12/2014 | Carolina Panthers | San Francisco 49ers | 23-10 |
11/10/2013 | San Francisco 49ers | Carolina Panthers | 10-9 |
10/24/2010 | Carolina Panthers | San Francisco 49ers | 23-20 |
Até 2001 Panthers e 49ers estavam na mesma divisão e eram, portanto, frequentes os duelos. Mas desde a separação só se verificaram cinco confrontos, o último dos quais em 2014, na final da Conferência Nacional. Foi o único dos cinco que San Francisco venceu.