Aproveitamos esta pausa no campeonato para avaliar as possibilidades dos que lutam para se manter na Premier League. Tecnicamente, ninguém na segunda metade da tabela está a salvo mas é justo reconhecer que Bournemouth e Watford estão muito perto disso. O West Bromwich está cada vez mais isolado no fundo da tabela, e a aposta mais segura para a descida. Mas entre Brighton, décimo segundo, e Stoke, penúltimo, há sete pontos apenas de separação. E faltam oito jornadas para o fim.

Cada vez mais isolado no fundo da tabela, o WBA é a escolha quase unânime para o favorito à despromoção.

Cada vez mais isolado no fundo da tabela, o WBA é a escolha quase unânime para o favorito à despromoção.

West Brom aposta unânime

Olhando para a tabela classificativa da Premier League, agora que faltam sete jornada para acabar o campeonato, uma evidência salta à vista: o West Brom é um valor seguro para quem gosta de apostar nos despromovidos. A mudança de treinador – Alan Pardew substituiu Tony Pulis – não alterou em nada a realidade do clube que é lanterna-vermelha, com sete pontos de desvantagem em relação aos vizinhos mais próximos. Os Baggies venceram apenas três jogos na Liga Inglesa, esta época, dois dos quais nas duas primeiras jornadas. Seria preciso um fecho de temporada absolutamente milagroso para salvar o West Brom e com embates com o United, Liverpool, Tottenham e Burnley pela frente não se vislumbra como tal pode vir a acontecer.

Os sobreviventes

Daqui para cima, ainda está tudo muito em aberto. Na segunda metade da tabela ainda ninguém se pode sentir a salvo. Mas é justo reconhecer que tanto o AFC Bournemouth como o Watford estão perto disso, daquela marca diferenciadora dos quarenta pontos (faltam quatro). Sete pontos apenas separam o décimo segundo classificado, o Brighton & Hove Albion (trinta e quatro pontos, com trinta jogos cumpridos), do penúltimo, o Stoke City (vinte e sete, com um jogo a mais). É quase nada.

O Swansea teve uma reação e tanto desde que Carlos Carvalhal chegou a Gales – uma derrota na Premier League no novo ano – mas mesmo assim continua três pontos cima da linha de água. O Newcastle está um ponto acima. Mas a experiência e capacidade de Rafa Benítez, que montou uma equipa que é, por esta altura, um adversário duro de roer, com uma consistência defensiva que sobressai nesta parte da tabela, permitem alguma esperança de que os Magpies consigam evitar o naufrágio.

Três mais resilientes

A equipa de Roy Hodgeson vem em crescendo mas estava a ter dificuldades em converter a melhoria em pontos.À primeira jornada o Huddersfiled Town Crest era o favorito das casas de apostas para servir de boomerang e regressar de imediato ao Championship. Mas o conjunto liderado por David Wagner foi-se aguentando razoavelmente bem ao longo da temporada. No entanto, à medida que o tempo avança e a luta se apresenta mais acesa, sabia-se que as dificuldades iam apertar também. Os Terriers somaram sete pontos em trinta disponíveis na Liga, em 2018. O treinador recusa entrar em pânico. As dificuldades, quase todas explicadas pela falta de recursos – profundidade de plantel – e de experiência, eram já esperadas mas ele sabe que também consegue fazer com que o grupo se supere.

A equipa de Roy Hodgeson vem em crescendo mas estava a ter dificuldades em converter a melhoria em pontos.

A equipa de Roy Hodgeson vem em crescendo mas estava a ter dificuldades em converter a melhoria em pontos.

No sábado o Crystal Palace conseguiu uma vitória importante no terreno de um concorrente direto, o Huddersfield (0-2). Mas foi também uma recompensa justa para as exibições que a equipa vinha a fazer em tempos recentes, sem que tal se convertesse em resultados e pontos. Os Eagles estão encostados à zona de despromoção (mais dois pontos) e é fundamental que se consigam motivar frente a adversários mais modestos de modo a repetir a luta que deram a United, Chelsea e Tottenham, que só conseguiram vencer pela margem mínima.

Três mais vulneráveis

West Ham, Southampton e Stoke City parecem-me os mais fortes candidatos a acompanhar o West Bromwich na descida ao Championship. Os Hammers andam a brincar com o fogo há muito tempo. Se há segredos nesta liga tão competitiva é um projeto com recursos mais modestos pode ter sucesso desde que excecionalmente bem gerido, do ponto de vista financeiro e desportivo. Mas sem essa organização, sem estarem todos em sintonia dentro de um clube, é praticamente impossível. A ambição das direções dos clubes, quando descura o aspeto desportivo, pode deitar tudo a perder. O Southampton é outro bom exemplo. Na época passada o oitavo lugar de Claude Puel não foi suficiente. Hoje, estão aflitos para se manterem à tona.

Boas Apostas!