Para o campeão europeu, o empate em Varsóvia foi tão confrangedor quanto o silêncio que imperou nas bancadas do estádio Wojska Polksiego. A UEFA mandou fechar as portas do recinto na sequência dos incidentes frente ao Borussia Dortmund, privando os adeptos do Légia de assistirem a um encontro com contornos históricos.

Foto: "REUTERS/Kacper Pempel"

Foto: “REUTERS/Kacper Pempel”

A diferença qualitativa entre as duas equipas faz com que o desfecho (empate a três) assuma contornos insólitos, tornando-se difícil de explicar.

O técnico Zinedine Zidane apostou numa estratégia marcadamente ofensiva para a visita à capital polaca, lançando uma linha avançada composta por Gareth Bale, Karim Benzema, Álvaro Morata e Cristiano Ronaldo. O jogador galês abriu o ativo no primeiro minuto da partida – golo idêntico ao de Meunier (PSG) na véspera, frente ao Basileia- e Benzema ampliou a vantagem pouco depois da meia hora, altura em que tudo indiciava que seria uma noite tranquila para a formação visitante. Numa jornada de Liga dos Campeões marcada por grandes golos, Vadis Odjidja-Ofoe aproveitou a falta de agressividade da defesa “merengue” sobre o portador e rematou forte e colocado, sem hipótese de defesa para Keylor Navas, encurtando a distância no marcador antes do intervalo. O Real Madrid denotava sintomas preocupantes: Demasiado espaço entre setores, pouca agressividade, falta de critério na pressão ao portador da bola, dificuldades na criação a partir do meio e desleixo na recuperação defensiva por parte dos homens da frente.

O Légia de Varsóvia soube tirar partido do relaxamento da equipa espanhola e Miroslav Radovic rematou para o golo, beneficiando de uma abordagem menos feliz ao lance por parte de Keylor Navas. Com o encontro empatado a duas bolas, a ansiedade tomou conta da equipa madrilena, cada vez mais precipitada na hora de decidir à medida que o relógio avançava. A formação da casa consumou a reviravolta a sete minutos do fim graças a um grande golo de Thibault Moulin, na conclusão de um lance em que o campeão polaco voltou a tirar o melhor partido da apatia madrilena – no interior da área, o suíço Aleksandar Prijovic tabelou de frente com Thibault Moulin e o dianteiro francês deu vantagem ao Légia pela primeira vez na partida. Kovacic estabeleceu o empate volvidos dois minutos com um remate à entrada da área após assistência de calcanhar de Dani Carvajal, evitando a primeira derrota do atual detentor do troféu na Liga dos Campeões 2016/17. O Real Madrid desloca-se a Alvalade ainda sem a qualificação assegurada.

Foto: "Simon Hofmann/Bongarts"

Foto: “Simon Hofmann/Bongarts”

Jorge Jesus é um homem de convicções fortes. Conhecedor do jogo e seguro das suas ideias, optou por alterar o desenho habitual na visita ao Westfalenstadion que culminou com uma derrota pela margem mínima (1-0). Frente ao Borussia Dortmund, o Sporting apresentou-se num 1x3x4x3, aposta arriscada atendendo à falta de rotinas (pelo menos em contexto de jogo) do conjunto leonino neste esquema. Apesar da derrota imposta por um golo de Adrián Ramos à passagem do 12º minuto da partida, o Sporting respondeu positivamente.

A equipa sentiu algumas dificuldades em suster o Dortmund ofensivamente sobretudo na primeira parte, com destaque para duas situações além do golo: Uma bola enviada à trave e uma tabela interior que culminou com finalização de Raphael Guerreiro. No início da jogada que resulta no golo, Sokratis Papastathopoulos descobre Christian Pulisic com espaço entre Rúben Semedo (central mais descaído para a esquerda) e o ala Marvin Zeegelaar, situação em que fica patente alguma falta de capacidade no controlo da profundidade.

Do meio-campo para a frente, com Bruno César pelo meio, o Sporting recuperou o dinamismo perdido na ausência de Adrien (entrou aos 58 minutos) e voltou a conseguir criar superioridade numérica em zona interior graças à aproximação de Gelson Martins (mais uma boa exibição) e Bryan Ruiz por dentro. No ataque, Jorge Jesus apostou no factor surpresa ao lançar Luc Castaignos, avançado que ao intervalo saiu para dar lugar ao compatriota Bas Dost. As pretensões da equipa portuguesa esbarraram na maturidade competitiva da “muralha amarela”, capaz de “congelar” o jogo através da posse. O Borussia Dortmund conquistou os três pontos e foi a primeira equipa do grupo F da Liga dos Campeões a garantir o apuramento, objetivo que continua a ser matematicamente possível para o Sporting atendendo ao empate entre Légia de Varsóvia e Real Madrid.

Dragão encaminha qualificação

O FC Porto cumpriu o objetivo que tinha traçado à entrada para o duplo embate com o Club Brugge, levando a melhor em ambas as partidas. Lá como cá, o protagonista foi o mesmo: André Silva, jovem avançado que cabeceou para o golo aos 38 minutos da partida, beneficiando de um desvio num defesa que alterou a trajetória da bola e traiu o guarda-redes Ludovic Butelle. A vitória permitiu ao conjunto orientado por Nuno Espírito Santos isolar-se no segundo lugar do grupo G com sete pontos, ficando com a qualificação para a próxima fase bem encaminhada. O Club Brugge de Michel Preud’homme, por seu turno, ainda procura conquistar o primeiro ponto nesta fase de grupos da Liga dos Campeões.

Schmeichel decisivo em “casa”

Natural de Copenhaga, Kasper Schmeichel esteve em grande destaque na cidade que o viu nascer. No Telia Parken, estádio em que o emblema local ainda não perdeu esta temporada, o guarda-redes dinamarquês exibiu-se a bom nível e fez duas intervenções de elevado grau de dificuldade que permitiram à equipa inglesa alcançar a quarta “cleansheet” na atual edição da Liga dos Campeões, conquistando um ponto importante na luta pelo acesso aos oitavos-de-final. Competente em termos tácticos e muito forte fisicamente, a equipa dinamarquesa esteve sempre mais próxima de vencer o jogo e teve em Benjamin Verbic, Federico Santander e Andreas Cornelius os elementos mais perigosos no último terço. Privado de Islam Slimani (lesionado), o Leicester rematou pouco enquadrado com a baliza de Robin Olsen e teve em Riyad Mahrez a unidade mais desequilibradora.

Sevilha salta para a liderança

No Sánchez Pizjuan, em Sevilha, os locais limitaram-se a confirmar o amplo favoritismo que possuíam à entrada para o encontro com o Dínamo de Zagreb. A formação do sul de espanhol triunfou por quatro bolas a zero com golos de Vietto (31′), Escudero (66′), N’Zonzi (80′) e Ben Yedder (87′), com a expulsão de Petar Stojanovic nos últimos instantes da primeira parte a revelar-se a constituir um rude golpe nas aspirações do Dínamo quanto à possibilidade de conseguir pontuar. No outro jogo do grupo H, a Juventus voltou a repartir os louros em casa, tal como já tinha acontecido na receção ao Sevilha. Gonzalo Higuaín bateu Anthony Lopes ao minuto 13 na conversão de uma grande penalidade, mas Corentin Tolisso estabeleceu o empate nos últimos 10 minutos do encontro. O deslize da “Vecchia Signora” permitiu à equipa espanhola assumir a liderança do grupo com 10 pontos.

Falcao brilhou no Principado

Radamel Falcao voltou ao maior palco do futebol europeu e fê-lo de forma exuberante. Recuperado de lesão, o avançado colombiano surgiu na frente de ataque do Mónaco juntamente com o Valère Germain e apontou dois dos três golos da formação do Principado que venceu o CSKA de Moscovo por três bolas a zero.  Bernardo Silva também foi opção de Leonardo Jardim e cumpriu os 90 minutos. No outro encontro do grupo, o Tottenham voltou a desiludir os adeptos que acorreram a Wembley, palco escolhido pelos “Spurs” para disputarem os jogos da Liga dos Campeões. O golo do esloveno Kevin Kampl (65′) definiu a partida a favor do Bayer Leverkusen, conjunto germânico que assumiu o segundo lugar do grupo E com seis pontos.

Boas Apostas!