A jornada de abertura começou na sexta-feira com um Arsenal – Leicester impróprio para cardíacos, onde se marcaram sete golos e Giroud a marcar o tento da vitória a dois minutos dos noventa. No sábado o pesadelo do Chelsea superou todas as expetativas, implodindo em casa frente ao Burnley e perdendo Cahill e Fàbregas para o próximo jogo. Uma referência ainda para o Huddersfield, que foi vencer por 3-0 ao terreno do Palace. Parece que não querem regressar ao Championship tão cedo.
Chelsea e a Lei de Murphy
Há muito que se dizia que a defesa do título pode ser traiçoeira para o Chelsea e o campeão teve uma estreia desastrosa na Premier League. Ao sair para intervalo os Blues perdiam, em Stamford Bridge, por três a zero com o Burnley! Preciso de relembrar que a equipa de Sean Dyche só venceu um jogo fora em toda a temporada passada?!
Aos catorze minutos, Gary Cahill foi expulso com vermelho direto. É discutível se a falta é ou não merecedora de tanto rigor na penalização. Amarelo, sem dúvida. Os pitons vão em riste, certo. Seja como for, a decisão do árbitro estava tomada. Percebo que no momento em que acontece a equipa fica perturbada mas já não entendo quando uma equipa profissional, de jogadores experimentados, tendo pela frente setenta e cinco minutos de encontro, perdem a cabeça. Mas foi exatamente o que aconteceu nos minutos que se seguiram, até ao intervalo. Sam Vokes, em dose dupla, e Stephen Ward aproveitaram o desnorte para bater Courtois.
Com um homem a menos, Conte apressou-se meter Andreas Chistensen, para manter a estrutura de três centrais, abdicando de Jérémie Boga. Foi uma estreia para o defesa dinamarquês de vinte e um anos. Há quem tenha visto na definição do onze e na ida destes jovens do plantel a jogo um recado do treinador italiano à estrutura do clube. Quem conhece o trabalho de Conte sabe que perder a feijões é uma ideia que o enfurece, não o estou a ver a fazer autossabotagem para marcar uma posição. Mas é verdade que estes elementos são os que estão disponíveis e que a rotação será uma inevitabilidade esta época.
A entrada de Álvaro Morata deu logo outra perigosidade ao ataque do Chelsea, o que obriga a perguntar porque não entrou de início ou antes. Marcou ao fim de dez minutos em campo e fez a assistência para o segundo, de David Luiz, aos oitenta e oito. Quem sabe se não teria sido possível ao campeão dar a volta ao resultado ou, pelo menos, chegar ao empate, não fora a segunda expulsão, nos derradeiros dez minutos da partida? Fàbregas fez falta condizente com o amarelo e era o segundo. A primeira admoestação aconteceu na altura dos protestos pelo vermelho a Cahill. Estas expulsões não só custaram o resultado ao Chelsea na jornada de estreia como condicionam e muito a próxima. No domingo os Blues têm dérbi de Londres em casa dos Spurs.
Arsenal vs Leicester serviu de aperitivo
O pontapé de saída da Premier League foi, pela primeira vez, na sexta-feira e Arsenal e Leicester recordaram-nos porque é que este campeonato é único. Sete golos, constantes alternâncias no marcador, dramatismo, esforço e intensidade do primeiro ao último minutos. Os Gunners, já com Ozil mas sem Sánchez, viram a partida mal parada mas conseguiram a reviravolta nos últimos dez minutos, com golos de Aaron Ramsey e Olivier Giroud. Shakespeare pode estar frustrado por deixar escapar os três pontos no Emirates mas a exibição dos Foxes é animadora para o que resta da temporada.
Uma referência final para o triunfo confortável do Huddersfield Town em casa do Crystal Palce. A equipa orientada por David Wagner, que muitos apontam como uma das mais prováveis à despromoção, pode ter recursos modestos mas ficou evidente a determinação em contrariar esse destino anunciado. Estes Terriers não querem voltar tão cedo ao Championship.
Boas Apostas!