O campeão africano não será um novato nesta Taça das Confederações, ainda que o grupo de jogadores que traz para esta prova esteja a dar os primeiros passos nos palcos mais importantes do futebol mundial. Depois de uma primeira participação em 2001, em 2003 a selecção dos Camarões atingiu a final da prova, onde perdeu para a França após prolongamento. Repetir esse feito poderá ser pedir demasiado a uma selecção com tanta inexperiência. Mas, como já demonstrou na Taça das Nações Africanas, este grupo tem capacidade para surpreender, pelo que não deveremos excluir os Camarões da luta pelo apuramento no Grupo B.
Os jogadores
A mais recente estrela do futebol camaronês é Christian Bassogog, que saltou do anonimato para o estrelato na última edição da Taça das Nações Africanas. Aos 21 anos, com uma carreira profissional dividida entre as divisões secundárias dos Estados Unidos e a Dinamarca, Bassogog chegou a CAN como um desconhecido. No entanto, as suas exibições não só foram fundamentais para o sucesso dos Camarões, como lhe valeram um contrato milionário na Liga Chinesa. A expectativa será a de vê-lo aproveitar a Taça das Confederações para aumentar o seu reconhecimento no relvado.
Na prova que se realizou em Janeiro e Fevereiro deste ano, outro jovem, Robert També, se destacou pela forma como nos jogos decisivos contribuiu ofensivamente, como elemento mais adiantado da equipa, ainda que no plantel esteja também Vicent Aboubakar. Os médios mais ofensivos Zoua e Moukandjo, bem como os mais recuados, Siani e Djoum, são outros elementos a ter em conta.
Na linha defensiva, a lesão de Ambroise Oyongo na última semana cria algumas dúvidas a Hugo Broos, que deverá continuar a apostar na dupla composta por Ngadeu-Ngadjui e Teikeu para os lugares centrais. Enquanto na CAN ainda havia a experiência de Nkoulou no banco, agora ficou de fora, juntando-se a um lote de jogadores conceituados que, depois de terem recusado ir à Taça das Nações Africanas ficaram definitivamente de fora das opções de Hugo Broos.
Na baliza, Fabrice Ondoa foi um dos heróis da CAN e, com isso, conquistou a titularidade na selecção, apesar de não ter o mesmo sucesso ao nível de clubes que o seu compatriota André Onana, que ficou de fora nessa prova e foi até à final da Liga Europa com o Ajax. Uma equipa com muitos jovens, que acreditam piamente nas opções de Hugo Broos e que pretendem confirmar a sua evolução.
A caminhada até aqui
Depois de terem vencido a Taça das Nações Africanas no início do ano, com uma fase de grupos onde apresentaram fragilidades, mas com os jogos a eliminar a demonstrarem a fibra da equipa, que foi deixando pelo caminho o Senegal e o Gana até vencer, na final, o Egipto, a equipa dos Camarões continua a deixar boas impressões.
Venceu um amigável frente à Tunísia, em Março, tendo vencido Marrocos em jogo de apuramento para a Taça das Nações Africanas 2019. Na última semana, foi goleado pela Colômbia num jogo amigável, mas onde Hugo Broos utilizou um onze muito descaracterizado, dando minutos a jogadores que não deverão ser titulares na prova que se realiza na Rússia.
As expectativas
A Alemanha leva a esta prova uma selecção onde não constam alguns dos seus habituais titulares, o que pode relançar um pouco a competitividade pelo primeiro lugar, com o Chile a entrar, também, no lote dos favoritos. Da selecção dos Camarões espera-se que possa criar problemas aos seus adversários optando por utilizar linhas baixas, com os seus rápidos extremos e avançado a romper na transição ofensiva. A questão da participação da equipa de Hugo Broos passa por conseguir bons resultados nos dois primeiros jogos (Chile e Austrália), não deixando para a última jornada, frente à Alemanha, a decisão do seu apuramento.