Burquina Faso – Zâmbia (CAN 2013)

O Burquina Faso chega à jornada final do Grupo C da Taça das Nações Africanas num surpreendente primeiro lugar e precisa apenas de um empate para garantir que segue em frente na prova. Ao defrontar a Zâmbia, que precisa de vencer para não depender de ninguém, os burquinenses parecem capazes de alcançar aquilo que prometiam em 2012 – um lugar nos quartos-de-final.

Se há jogador que merece nota de destaque na equipa do Burquina Faso é Alain Traoré. O veloz avançado começou a primeira partida no banco, por estar a recuperar de alguns problemas físicos, mas a partir do momento em que entrou em campo, revolucionou esta equipa, oferecendo capacidade concretizadora a um conjunto que, até aí, parecia um pouco perdido na determinação das jogadas ofensivas. Melhor marcador da prova no final do segundo jogo, Alain Traoré parece lançado para fazer uma grande CAN, assim a equipa consiga garantir um ponto e seguir em frente.

Traoré acabou por substituir o mais possante Dagano na frente de ataque, com óbvios e positivos resultados. Aproveitando a fragilidade revelada pelos etíopes, o Burquina Faso venceu por 4-0, contando ainda com uma excelente exibição de Pitroipa, que parece libertar-se quando não pesa sobre ele o fardo de ser a estrela da equipa. Paul Put revelou capacidade para fazer as opções certas e, mantendo acerto defensivo, já consegue ver um caminho mais longo para a sua equipa.

Quem não estará disponível para jogar nesta última jornada é o guardião Soulama, expulso depois de um erro infantil, ao agarrar a bola fora da sua área sem que nada o obrigasse a isso. Para o seu lugar entrou Daouda Diakité, guarda-redes do Lierse, que até nos parecia, no início da prova, uma melhor opção para o lugar. Tendo oportunidade de ser titular, poderá demonstrar o seu valor e até conquistar o lugar.

A Zâmbia, campeã em título, continua demasiado longe do valor apresentado em 2012 e mantém a sua esperança viva graças a Kennedy Mweene, um dos grandes guarda-redes do continente africano. No jogo frente à Nigéria, Mweene sobreviveu a mais uma grande penalidade – o zambiano adivinhou a direção do remate de Obi Mikel, mas este acabou por sair ao lado -, tendo depois oportunidade de mostrar as suas qualidades como marcador de grandes penalidades, quando aos 85 minutos estabeleceu o empate. Para quem tenha apostado num golo do guarda-redes, foi com certeza um dia de festa.

O problema principal da Zâmbia reside na sua frente de ataque. Chris Katongo é uma sombra do que já mostrou, enquanto Mayuka, opção de Hervé Renard no último jogo, não veio trazer muito mais do que aquilo que Mbesuma tinha oferecido na abertura da CAN. Nos extremos, Kalaba mantém-se muito apagado e, sem forma de deixar marca ao nível ofensivo, a Zâmbia poderá arriscar ficar de fora dos quartos-de-final.

Renard terá que mexer uma vez mais na sua equipa. Mbesuma deverá voltar à titularidade, com Jacob Mulenga a poder ganhar um lugar no onze. Félix Katongo, que até aqui não foi utilizado pelo técnico, também poderá ter uma oportunidade de se estrear. A nível defensivo a Zâmbia mantém a mesma qualidade, com Sunzu e Sinkala a dominar defesa e meio-campo. Himonde ficou de fora contra a Nigéria mas deverá voltar ao onze para o último jogo da fase de grupos.

No historial de confrontos, a Zâmbia leva curta vantagem, mas a sua última vitória data de 1997. A seleção do Burkina Faso venceu o último encontro entre os dois países, também há mais de dez anos:

Burquina Faso	2-1	Zâmbia	Jogos Amigáveis 2002
Zâmbia	1-1	Burquina Faso	CAN 2000
Zâmbia	2-0	Burquina Faso	Jogos Amigáveis 1997
Zâmbia	5-1	Burquina Faso	CAN 1996

A Zâmbia terá que dar a volta ao seu nível exibicional para merecer o favoritismo que as casas de apostas lhe oferecem. Ainda assim, e com o nível de forma de Alain Traoré, parece que o Burquina Faso terá mais condições de sucesso neste grupo.

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