Burquina Faso – Etiópia (CAN 2013)
Na segunda jornada do Grupo C da Taça das Nações Africanas, Burquina Faso e Etiópia medem forças na tentativa de ficar na melhor posição possível para atacar um lugar nos quartos-de-final, depois de ambas terem surpreendido ao arrancar empates às equipas mais fortes do grupo.
O Burquina Faso deixou excelentes sinais no jogo da primeira jornada. A equipa entrou em campo sem Alain Traoré, um dos seus mais promissores atacantes, e foi quando ele foi chamado a jogo que melhor demonstrou todo o potencial do conjunto. Alain Traoré, juntamente a Pitroipa e Dagano, constitui um perigoso trio que, afastadas algumas questões físicas, ainda poderá fazer mossa nesta competição. Será nisso, aliás, que Paul Put, o treinador, terá fé, depois de um primeiro ponto conquistado.
No meio-campo aconteceu a maior surpresa, com Kaboré a ficar de fora. A sua entrada no onze beneficiaria o conjunto burquinense, apesar da boa imagem deixada pela dupla Koné e Rouamba, conseguindo durante a maior parte do tempo gerir os fluxos ofensivos da equipa adversária. Perante um confronto complicado, a defensiva do Burquina Faso fez o que pôde, revelando algumas carências em termos de organização, mas compensando isso com dedicação ao jogo, algo nem sempre em alta neste torneio.
Koffi e Panandétiguiri, os dois defesas laterais, foram expostos a muito trabalho, já que a Nigéria era forte nos extremos. Para o encontro com a Etiópia, a missão será essencialmente diferente, daí que ambos poderão ter algum espaço para explorar na ajuda ao meio-campo e ao ataque. Se um deles conseguir integrar-se nessas ações (Panandétiguiri parece ser a melhor aposta), deveremos ver um Burquina mais forte no meio-campo, conseguindo compensar a muita ocupação da intermediária feita pelo adversário.
Paul Put guardou também uma pequena surpresa para a baliza, dando a titularidade a Soulama, um guarda-redes que fez uma exibição interessante. Aos 33 anos, o guardião do Asante Kotoko, do Gana, voltou a jogar numa CAN, o que não fazia desde 2004, deixando sentados os dois burquinenses que defendem na Europa.
Já aqui tínhamos deixado nota de que a equipa da Etiópia, apesar de desconhecida, poderia vir a revelar-se como uma das surpresas deste torneio. Aquilo que mostrou na primeira jornada, frente à Zâmbia, foi a prova cabal dessa desconfiança. Como outras equipas do corno de África, os Etíopes privilegiam a ocupação do meio-campo e a solidez defensiva, saindo sempre com a bola controlada para o ataque, criando muitas dificuldades a equipas adversárias habituadas a um jogo mais partido.
A Zâmbia, mesmo com um jogador a mais, não foi capaz de evitar o empate. Grande responsável por esse feito, Adane Girma ameaça ser uma das grandes revelações da CAN 2013. O antigo defesa-central, transformado em referência ofensiva, é daqueles jogadores que dá todos os sinais de merecer competir a nível mais alto. De cabeça levantada, sempre pronto a ajudar a equipa a colocar a bola no lugar certo, Adane Girma jogou e fez jogar, tendo ainda marcado o golo da Etiópia neste regresso à CAN 32 anos depois.
Referência ainda para Megersa, um jovem muito seguro na frente dos centrais, Saladin Said, um rápido avançado que foi muitas vezes chamado a explorar os espaços nas costas dos centrais, e para o guarda-redes Tadele que, com apenas 19 anos, foi chamado a entrar em jogo para substituir o expulso Tassew (que não jogará frente ao Burquina Faso) e mostrou qualidades para jogar nesta competição. Tadele será o provável titular esta sexta-feira, podendo aproveitar a oportunidade para dar o salto para uma equipa mais forte.
Em resumo, a equipa liderada por Sewnet Bishaw deixou uma excelente imagem de si, podendo aspirar a algo mais neste torneio. O objetivo passará, frente ao Burquina Faso, alcançar uma vitória, algo que, no confronto entre as duas equipas, aconteceu em 2000, na fase de qualificação para a CAN que os burquinenses haveriam de alcançar:
Burquina Faso | 3-0 | Etiópia | WC2002 CAF |
Etiópia | 2-1 | Burquina Faso | WC2002 CAF |
Resta-nos esperar para ver como entrará o Burquina Faso em jogo. Caso confirme a presença dos três melhores jogadores na frente de ataque, beneficiarão de um capacidade criativa muito difícil de parar. No entanto, se a Etiópia voltar a mostrar a mesma constância na zona intermediária, então o jogo poderá ser muito equilibrado, ficando mais imprevisível quem sairá vencedor.
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