Burkina Faso – Tunísia (Taça das Nações Africanas)
O primeiro jogo dos quartos-de-final da Taça das Nações Africanas 2017 colocará em campo duas seleções que ainda têm algo a provar nesta competição. Libreville esperaria ver, nesta data e neste horário, a seleção gabonesa, mas com a exclusão do país organizador após uma decepcionante fase de grupos, restam duas equipas que apresentaram qualidades, mas precisam ainda de se mostrar com forças suficientes para merecer uma posição nas meias-finais. Neste confronto de forças, quem sairá com o apuramento?
O Burkina Faso terminou em primeiro lugar o Grupo A, tendo conseguido essa posição graças a uma opção racional no aproveitamento do calendário. Paulo Duarte contou sempre com o jogo da derradeira jornada, frente à Guiné-Bissau, para acertar contas de apuramento, sentindo que seria fundamental, até lá, não perder com as equipas indicadas como mais fortes. O calculismo da fase de grupos da CAN não espanta. Como na generalidade das competições de seleções, com competições muito curtas, uma derrota pode sair a um preço elevado para quem espera apurar-se. O Burkina Faso empatou com Camarões e Gabão, no primeiro caso, recuperando de uma situação de desvantagem, com Dayo a fazer o golo do empate na segunda parte, enquanto frente à equipa da casa, entrou em vantagem, com golo de Nakoulma, para depois ceder o empate. O jogo da decisão, perante a Guiné-Bissau, foi encarado com enorme capacidade de resolução, beneficiando de um autogolo de Rudinilson e com Bertrand Traoré a fazer o tento da vitória final. Sem Pitroipa e Zongo, lesionados, a equipa burquinense tentará manter a capacidade defensiva para travar um adversário que poderá o mais forte que terá defrontado até ao momento na prova.
Onze Provável: Koffi – Yago, Dayo, Bakary Koné, Y. Coulibaly – Razak Traoré, Kaboré – Bertrand Traoré, Alain Traoré, Nakoulma – Bancé.
A Tunísia merece toda a atenção pelo facto de ter sido uma das equipas que melhor futebol apresentou na fase de grupos. A competição começou da pior forma possível, com dois golos sofridos perante o Senegal, logo na primeira parte, acordando fantasmas do passado e deixando a equipa tunisina como que obrigada a olhar o jogo com uma postura mais ofensiva. A segunda parte desse encontro foi o primeiro sinal daquilo que poderíamos esperar, ainda que, em termos de finalização, não tenha conseguido materializar o seu futebol de ataque. Ora, isso não voltou a acontecer. Num jogo muito emocional, frente aos rivais da Argélia, um autogolo de Mandi e uma grande penalidade concretizada por Sliti deram a vitória, com o apuramento a ser confirmado no jogo da terceira jornada, perante o Zimbabwe, com uma gorda vantagem de 4-2. Sliti, Msakni, Khenissi e Khazri foram os autores dos golos que colocam a Tunísia nos quartos-de-final. A expetativa será a de ver esta equipa manter os bons níveis ofensivos, acertando pequenas falhas defensivas que a expuseram, sobretudo no jogo perante o Senegal. A experiência dos seus jogadores é também um dos trunfos a lançar numa fase do campeonato em que qualquer erro pode ser fatal.
Onze Provável: Mathlouthi – Nagguez, Ben Youssef, Abdennour, Maaloul – Khazri, Ben Amor, Sassi, Sliti – Msakni – Akaichi.
As duas seleções já se encontraram numa partida dos quartos-de-final da CAN, em 1998, com os burquinenses a somarem o apuramento após a marcação de grandes penalidades. A Tunísia nunca venceu o Burkina Faso num jogo oficial.
Duas equipas que apresentam argumentos para um jogo equilibrado. Ambas as equipas apresentam jogadores com muita criatividade, boa organização, pelo que fica difícil apontar um favorito. Ainda assim, a Tunísia já se mostrou a um nível mais alto nesta prova, o que lhe poderá dar uma ligeira vantagem.