Burkina Faso – Camarões (Taça das Nações Africanas)
Inseridos no Grupo A com o Gabão, país organizador, e a Guiné-Bissau, seleção estreante e, à partida, das mais frágeis em prova, Burkina Faso e Camarões começam a Taça das Nações Africanas a doer, muito conscientes de que o resultado conseguido neste primeiro encontro pode ter um peso enorme na sua carreira na prova. O Burkina Faso é um conjunto mais habituado a falhar os seus objetivos, o que não será o suficiente para pensar que passará ao lado deste jogo, bem pelo contrário. Com uma seleção experiente, espera-se que possa fazer frente aos camaroneses. Duas equipas com talentos e expetativas, num jogo onde também se deverá notar alguma ansiedade.
O Burkina Faso voltou a ser orientado por Paulo Duarte e terá em mente conseguir repetir o grande feito de 2013, quanto atingiram a final da prova. No entanto, poderá hoje em dia soar demasiado exagerado esperar tanto de uma seleção que tem mais casos de insucesso do que de sucesso na disputa da Taça das Nações Africanas. Olhando para o plantel às ordens do treinador português, sublinha-se a presença de Bakary Koné na linha defensiva, a rotação de Charles Kaboré no meio-campo e, no espaço ofensivo, jogadores que podem encantar, como Alain Traoré ou Jonathan Pitroipa. A dúvida deverá surgir mais na frente de ataque, com Paulo Duarte a não saber se utilizar Diawara ou Bancé na frente de ataque. A possibilidade de encontrar uma opção mais móvel, com Nakoulma a surgir no corredor central, também não deve ser posta de parte. Depois de no apuramento a seleção do Burkina não ter sentido dificuldades para ficar à frente de Uganda, Burundi e Comoros, nos dois jogos de preparação realizados, frente a Marrocos e Mali, o conjunto de Paulo Duarte acabou derrotado, lançando algum alarme junto dos seus adeptos.
Onze Provável: Kouakou Koffi – Yago, Dayo, Bakary Koné, Malo – Kaboré, Guira – Pitroipa, Razack Traoré, Alain Traoré – Nakoulma.
Desde 2010 que os Camarões não conseguem ter uma presença digna na Taça das Nações Africanas e, este ano, apesar de um sorteio que os coloca num grupo complicado, as apostas parecem oferecer-lhes alguma réstia de esperança. Poderá estar tudo muito centrado no resultado deste primeiro encontro, mas resistindo ao Burkina Faso, a seleção dos Camarões poderá acreditar em chegar longe. Ainda que o belga Hugo Broos não inspire muita confiança e que as dificuldades para formar o seu grupo tenham sido grandes, encontramos no plantel bons valores para construir uma equipa. É seguro que estará na frente de ataque a principal força da equipa, com Aboubakar e Moukandjo, encontrando-se como líder defensivo o central Nicolas Nkoulou. De resto, no onze de Broos estarão, seguramente, muitos jogadores jovens, como Salli, N’Jie ou o guarda-redes Fabrice Ondoa, oferecendo a este grupo uma aura de futuro que poderá, desde já, começar a ser confirmado. Os Camarões não sofreram qualquer derrota na fase de apuramento, empatando ambos os encontros frente à África do Sul e vencendo as partidas frente à Gâmbia e à Mauritânia. Nos amigáveis disputados estes mês, sublinha-se a vitória frente à RD Congo e um empate com o Zimbabwe.
Onze Provável: Ondoa – Mabouka, Ngadeu, Nkoulou, Oyongo – Siani, Djoum – N’Jie, Moukandjo, Salli – Aboubakar.
As duas seleções cruzaram-se na fase de grupos da CAN 1998, com os Camarões a vencerem por 1-0, tendo uma série de encontros amigáveis disputados entre si. O último deles realizou-se em 2015, com os Camaraões a vencerem por 3-2.
Apesar do domínio histórico dos Camarões frente ao Burkina Faso, é inegável que as duas seleções chegam a esta prova em momento e contexto bastante diferente. Enquanto os Camarões trabalham em termos de futuro, o Burkina Faso vai aproveitando os anos da maturidade de jogadores como Traoré ou Pitroipa. Ligeiro favoritismo, assim, para a equipa orientada por Paulo Duarte.