Borna Coric – Rui Machado (Estoril Open)
Coric e Machado foram os protagonistas de segunda e terça no Clube de Ténis do Estoril. O croata de dezoito anos estreou-se da melhor maneira no torneio lisboeta ao bater o experiente Jeremy Chardy em sets diretos. O tenista de Faro contrariou o claro favoritismo do compatriota João Sousa para avançar até à próxima ronda onde terá pela frente um dos talentos mais prometedores do circuito profissional. O público, esse, vai estar em peso a apoiar Rui Machado.
A vitória de adolescente croata sobre o francês Jeremy Chardy só surpreendeu quem anda pouco atento à temporada do ténis. Não seria o resultado mais provável, reconheço, mas Borna Coric já provou que, nos dias bons, pode vencer até jogadores do topo da hierarquia. Com a desfaçatez dos seus dezoito anos, disse um dia, depois de bater o seu ídolo de juventude – que foi ontem – Rafael Nadal, que nos melhores dias o seu jogo se aproximava mais ao de Novak Djokovic, nos maus a Andy Murray. Claro que isto deu celeuma, sobretudo entre os media britânicos e Coric ainda tentou emendar a mão dizendo que queria dizer que o escocês é mais defensivo. Quem nunca foi adolescente que atire a primeira pedra. Em Fevereiro deste ano enfrentou Murray nos quartos de final do Dubai. Devia estar em dia Novak porque venceu.
A verdade é que o jovem croata, tem muita qualidade e sabe. Em 2014 recebeu o prémio Estrela do Futuro e subiu mais de duzentos e setenta lugares no ranking ATP. Neste momento é quinquagésimo quinto e pode entrar no top-50 se for longe no Estoril Open, pelo menos até aos quartos de final. O embate com Chardy foi um excelente encontro de ténis. Ambos têm um estilo de jogo atraente, gostam de assumir a iniciativa dos pontos e não ficam na expetativa do que o adversário possa fazer. Mas o francês esteve algo ansioso durante toda a partida, a repetir erros provocados pela impaciência, o querer fechar os pontos demasiado rapidamente. Coric esteve muito seguro, a servir bem. Quase parecia o tenista mais velho em court. Ele já disse que tinha vindo ao Estoril Open para ganhar. Começou bem, vencendo o sexto cabeça de série em sets diretos (6-2, 6-4). Agora tem que provar que é capaz de ser consistente.
O duelo entre portugueses foi tudo aquilo que dele se podia esperar. Intenso, muito disputado, disputado até ao fim. Ganhou o jogador menos cotado mas também aqui a surpresa do desfecho é relativa. Não foi a primeira vez que Rui Machado bateu o compatriota e amigo (7-6, 6-3), apesar de atualmente estarem muito distantes no que ao ranking diz respeito. O tenista farense sempre se deu bem nestes momentos de pressão com a proximidade do público português, ao contrário do vimaranense que já noutras ocasiões acusou a responsabilidade. Pelo segundo ano consecutivo, Machado segue para oi oitavos de final. Como em 2014, Sousa cai na primeira ronda. Para ter sucesso o melhor tenista português de sempre tinha que conseguir meter o primeiro saque. E não conseguiu fazê-lo em percentagens (55%) que lhe dessem esse diferencial. Pelo contrário, Rui Machado colocou setenta e cinco por cento dos seus primeiros serviços e conseguiu imprimir um ritmo forte na partida. Com o saque a não entrar, Sousa viu-se obrigado a arriscar para tentar desequilibrar. Não conseguiu, até porque o farense tem uma resposta muito consistente.
Será a primeira vez que Borna Coric e Rui Machado se defrontam. Talvez um dia o português possa dizer que bateu o número um mundial, ainda ele era um catraio.
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