Entrada com o pé direito graças ao pé esquerdo de André Silva. A seleção portuguesa estreou-se com uma vitória na UEFA Nations League frente à Itália (1-0), no estádio da Luz, e quebrou uma série de insucessos em jogos oficiais diante da formação transalpina que se arrastava desde 1957. Muitos sinais positivos dados pela irreverente seleção portuguesa privada de Ronaldo; seleção italiana claramente ainda à procura de identidade.

Foto: "Lusa"

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A UEFA Nations League foi criada com o intuito de reduzir o número de encontros amigáveis, mas a verdade é que o ritmo do jogo disputado no tapete verde da Luz foi, não raras vezes, o de um encontro de preparação. Apesar do estímulo competitivo inerente, nenhuma das duas seleções se apresentaram nas suas versões mais fortes: do lado português, Fernando Santos trabalha com o intuito de integrar novas soluções e elaborou uma convocatória muito jovem; do lado italiano, Roberto Mancini, encarregue por guiar a Itália depois do cataclismo que correspondeu à ausência do Mundial 2018, ainda tenta perceber com quem conta para devolver identidade à equipa italiana e, sobretudo, coloca-la novamente na senda dos triunfos.

Mais Portugal

Portugal demonstrou ser mais vontade (e capacidade) para conquistar os três pontos neste desafio. Se nos primeiros minutos a equipa “lusa” abusou na tentativa de chegar à frente através de bolas longas, foi uma questão de tempo até “assentar o seu jogo”, gerir melhor com bola e começar a criar vários calafrios a uma defesa italiana que está longe de exibir a consistência de outrora. A ocasião mais flagrante de toda a primeira parte saiu dos pés de Bernardo Silva, um dos melhores da equipa portuguesa que obrigou um defesa italiano a fazer um corte em cima da linha, enquanto a formação italiana apresentava muito mais dificuldades para desequilibrar a defesa portuguesa e beneficiava sobretudo no trabalho de Simone Zaza dentro da área, muito desapoiado na tentativa de alvejar a baliza oposta. A equipa portuguesa, sempre mais alta no terreno e mais forte na pressão, criava dificuldades aos italianos na saída para o ataque e aproveitava para criar cada vez mais perigo. Aos 48 minutos, André Silva recebeu de Bruma e atirou para o fundo das redes defendidas pelo seu ex-colega no AC Milan, estabelecendo o resultado que se verificaria no final dos 90 minutos.

Sem grandes problemas

A intensidade incutida pela seleção portuguesa foi decrescendo e a Itália aproveitou para crescer no jogo, mas salvo uma ou outra excepção, raramente conseguiu ameaçar a baliza contrária. Por outro lado, em função das dificuldades exibidas na transição defensiva, a equipa transalpina esteve perto de sofrer o segundo golo, sobretudo depois da entrada de Gelson Martins, extremo do Atlético que conduziu pelo menos duas ações ofensivas às quais poderia ter dado melhor seguimento.

O resultado permitiu ascender à liderança do grupo 3 da Liga A com três pontos, mais dois que italianos e polacos.

Boas apostas!