Com um empate e uma derrota nas últimas três jornadas, tendo pelo meio perdido nas meias-finais da Taça da Liga, o Benfica passa um dos seus piores momentos da temporada, permitindo a aproximação do FC Porto que, ao final da 19ª jornada, conta agora com menos um ponto do que os encarnados. O Vitória de Setúbal volta, assim, a intrometer-se numa luta que não é sua, garantindo um resultado que o coloca no 6º lugar.
Este Benfica é outra coisa
Vinha-se pressentindo a quebra do Benfica, com momentos de jogos, frente a Boavista, Tondela e Moreirense, em que a qualidade da dinâmica coletiva aparecia uns bons furos abaixo daquilo que a equipa de Rui Vitória tinha demonstrado antes. De certa forma, todas as equipas têm que estar preparadas para momentos em que, seja por fadiga física e mental, seja por pequenas alterações no contexto, as coisas correm menos bem. Longe de devolver esta crise a uma quebra de confiança, o Benfica de ontem, em Setúbal, foi a fotografia exata de uma equipa que começando a perder fulgor nas suas referências acaba por sentir atacada toda a estrutura em campo.
Fejsa regressou depois de lesão mas não conseguiu ser o elemento base de um Benfica mais estável, porque também Pizzi, a atuar no mesmo corredor, uns passos à frente, vive um momento de menor capacidade em termos de movimentação. Por hoje, a equipa encarnada oferece-se mais à marcação dos adversários, começando pela linha da frente. Jonas, apesar de ser um jogador que decide com bola como ninguém, não tem uma campo de ação muito largo, podendo ser contido de forma diversa do que era, por exemplo, Gonçalo Guedes, afetando a partir daí todo o corredor central. Durante largas fases do jogo, o Benfica não conseguiu colocar a bola no corredor central para, a partir daí, tentar desequilibrar a defensiva setubalense.
O Vitória marcou cedo, por intermédio de Zé Manuel, tendo privilegiado a organização defensiva para fechar espaços ao ataque encarnado. Fruto de alguma ansiedade, o Benfica acabou por procurar quase sempre fazer a diferença através de duelos individuais nas faixas, onde só raramente conseguiu impor-se ao seu adversário, para além de ter também procurado muito jogo aéreo para Mitroglou, que saiu a perder dos duelos com Frederico Venâncio e Fábio Cardoso.
Reabriu a corrida pela Liga
A difícil vitória do FC Porto no Estoril permitiu à equipa azul e branca ficar a apenas um ponto dos encarnados no topo da Liga. Depois de uma entrada nervosa e vítima de erros de opção do seu treinador, a equipa portista chegou ao golo através de uma grande penalidade marcada por André Silva, ao minuto 82, com Jesus Corona a alargar a vantagem em cima do minuto 90. Com menos um jogador e em tempo de descontos, o Estoril ainda alcançou um golo, por Dankler, mas aquilo que servirá de motivação para a equipa portista é mesmo a situação em que se encontra na tabela classificativa.
O Sporting também venceu o seu jogo, perante o Paços de Ferreira, entrando muito forte e chegando depressa ao 3-0, com golos de Adrien Silva, Bas Dost e Gelson Martins. A reação do Paços de Ferreira ainda deu para assustar, com Welthon a bisar para reduzir a diferença para os mínimos, mas Bas Dost voltou a ser imperial no jogo aéreo e fechou a partida com 4-2. Os muitos pontos perdidos pelo Sporting parecem mantê-lo afastado da corrida ao título, mas com uma partida no Estádio do Dragão no próximo sábado e com o Benfica em enorme estado de ansiedade, a corrida pela Liga pode continuar a transformar-se nas próximas semanas.
Boas Apostas!