A Bélgica vence o jogo de estreia, 3-0 sobre o Panamá. Resultado penalizador para a seleção americana que, conhecendo os seus limites, deu boa réplica aos comandados de Roberto Martínez e só viu o resultado escapar nos últimos vinte minutos. Os belgas demoraram a encontrar os espaços e mesmo então não primaram pela fluidez. O segundo compromisso, com a Inglaterra, vai ser um teste decisivo. Para a classificação do grupo mas também, e sobretudo, para perceber até que ponto esta seleção é competitiva dos oitavos para a frente.
Boyata no esquema de três centrais
A Bélgica foi a primeira a assegurar a qualificação para o Rússia 2018 e olhando para esta equipa não restam dúvidas quanto à qualidade e talento à disposição de Roberto Martínez. Mas no Europeu este coletivo provou ter pés de barro, com prometendo defensivamente, e calcanhar de Aquiles só vai ser testado agora, quando enfrentar competição a sério.
A nota que destoa na Bélgica é a entrada de Dedryck Boyata para o centro da defesa de três centrais, ladeado por Vertonghen e Alderweireld. Já se sabia de antemão. Vincent Kompany lesionou-se na virilha no amigável com Portugal e continua na comitiva mas o mais provável é que não tenha condições para jogar. No esquema de 3-4-3 preferido pelo selecionador, os laterais são muito subidos. Objetivamente, Yannick Ferreira-Carrasco nem sequer é defesa mas nas equipas de Simeone toda a gente aprende rotinas defensivas.
Panamá com lição bem estudada
O Panamá não tem pergaminhos – a qualificação da CONCACAF deixa sempre a desejar – mas tem jogadores com muita tarimba. O guardião Penedo tem trinta e seis anos, Román Torres trinta e três, Armando Cooper tem trinta e o avançado Blças Pérez é o mais velho, com trinta. Tudo líderes nos respetivos setores.
A Bélgica entra com vontade, como lhe compete, e não tarda a levar perigo à área contrária. Dries Mertens teve algum espaço mas Jaime Penedo estava atento. O Panamá não se expõe, avançando para o meio-campo ofensivo. É fundamental acertar as marcações defensivas e conter o ímpeto inicial dos belgas. Aos vinte e um minutos, o capitão Torres anula um golo iminente de Kevin de Bruyne. A seleção panamiana sobrevive a mais um momento de sufoco e cresce com isso. À passagem da primeira meia-hora a realização mostra o selecionador Dario Gomez com o polegar levantado. Tem razões para estar satisfeito, o jogo continua a zeros. Aos trinta e quatro há o primeiro canto para o Panamá, sinal claro de que já não se limita a jogar no seu meio-campo.
Remate de Mertens indefensável
O segundo tempo começa com o golo da Bélgica. Livre do lado direito, Román Torres alivia de cabeça e parece que o perigo passou. Mas Mertens, sem deixar cair, remate em arco e está lá dentro. No minuto seguinte Cooper leva amarelo por travar Hazard que tentava fugir. O jogo fica de imediato mais aberto. Há mais espaço para jogar o que agrada à Bélgica mas que o Panamá também vai tentar explorar. Murillo cresce nas costas de Carrasco e dá trabalho a Vertonghen.
Fim do bloqueio
Esta entrada em alta podia sugerir um crescimento dos belgas no encontro mas não se confirmou. A Bélgica está a pausar a partida e continua apostada num jogo direto. A bola salta diretamente da defesa para os avançados, com pouca passagem pelos médios De Bruyne e Witsel. A prova está no segundo golo da Bélgica, aos sessenta e nove. Primeiro, Eden Hazard tentar penetrar sozinho, fintando Deus e o mundo. Encontra resistência e a bola vem parar ao pés de Kevin de Bruyne, no bico da área. Tira as medidas e faz a assistência perfeita para Romelu Lukaku marcar de cabeça. O avançado do United viria a bisar a quinze minutos do fim. Transição ofensiva de Hazard, que Lukaku acompanha pela esquerda.
O Panamá acaba esgotado e se na baliza belga não estivesse Courtois ainda podia ter chagado ao golo de consolação. O veterano Román Torres esteve em todo o lado. Excelente esforço e fica a boa imagem. A Bélgica conseguiu o resultado que queria mas vai ter que subir o nível.
Boas Apostas!