Ao vencer a seleção espanhola na última jornada do grupo D, a Croácia seguiu para os oitavos-de-final com estatuto de líder. “La Roja” claudicou na decisão e terá que medir forças com a Itália nos oitavos-de-final, enquanto que a Turquia continua na expectativa para saber se permanece em competição.

Croácia

Foto: "UEFA"

Foto: “UEFA”

Apontada como potencial revelação deste campeonato da Europa, a seleção croata venceu o grupo D, ultrapassando Espanha “ao sprint”, na derradeira jornada. Com uma das propostas de jogo mais entusiasmantes desta fase final do campeonato da Europa, os “Vatreni” estão dotados de imenso potencial tanto do ponto de vista individual como coletivo e terminaram a fase de grupos sem derrotas. Venceram a Turquia na estreia (0-1) graças a um momento de grande inspiração de Luka Modric, empataram com a República Checa na segunda jornada quando tudo se configurava para a conquista de nova vitória e, na derradeira ronda, aproveitaram o conformismo espanhol para alcançarem o primeiro lugar do grupo, com um triunfo por duas bolas a uma que aumenta a moral da equipa para encarar os oitavos-de-final. Ante Cacic tem conseguido fazer melhor que o antecessor, Niko Kovac, potenciando em pleno todo o talento que é reconhecido a esta seleção, vertical por definição.

Espanha

Foto: "UEFA"

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A seleção espanhola colocou-se numa posição delicada ao falhar no último jogo da fase de grupos, diante da seleção croata. Nos oitavos-de-final, “La Roja” vai medir forças com a seleção italiana de Antonio Conte, uma seleção que certamente preferiria evitar numa etapa precoce da competição. Depois de Sérgio Ramos ter desperdiçado uma grande penalidade, a seleção espanhola prestou-se a algum relaxamento, procurando gerir os acontecimentos para manter um empate que servia as suas pretensões. A Croácia, seleção que precisava de vencer para assegurar o primeiro lugar, deu-se mais ao risco, procurou ganhar terreno e foi bem sucedida, quando Perisic bateu De Gea para completar a cambalhota no marcador. Os eleitos de Vicente Del Bosque encerraram a participação na fase de grupos com seis pontos, graças às vitórias frente a República Checa (1-0) e Turquia (3-0).

Na sequência da participação no Mundial 2014, a seleção espanhola perdeu a hegemonia que até então era indubitavelmente sua, mas não é por isso que deixa de ser uma forte candidata a revalidar o título de campeã da Europa. A Espanha continua a exibir uma postura autoritária dentro das quatro linhas, demonstrando total fidelidade a um estilo de jogo. Há sinais de renovação, mas as referências continuam a ser as mesmas de sempre e Iniesta é a força motriz da equipa. A derrota no encerramento da fase de grupos complica a missão espanhola nos oitavos-de-final da competição, no entanto, se ultrapassar a Itália, é uma forte candidata a levantar novamente o troféu.

Turquia

Foto: "UEFA"

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Dar a seleção turca como morta é um erro que nenhuma seleção pode cometer, sobretudo com o “milagreiro” Fatih Terim ao leme. Depois de duas derrotas frente a Croácia (0-1) e Espanha (0-3), a Turquia chegou à última jornada  com uma réstia de esperança na qualificação, ciente de que seria muito difícil cumprir com esse objetivo em função do facto de não ter pontuado nas duas primeiras rondas e possuir um saldo de quatro golos negativos. A derradeira ronda permitiu amenizar estragos e continuar a alimentar a possibilidade de assegurar a qualificação, ficando resignada a aguardar pelo termo da fase de grupos. Independentemente de do desfecho, a seleção turca ficou abaixo das expectativas nesta fase de grupos, sobretudo tendo em conta aquilo que (não) produziu no encontro com a Croácia. A prestação na fase de qualificação, conjugada com o “sangue novo” que tem sido introduzido na equipa, fazia com que se adivinhasse uma prestação turca com um nível exibicional superior, tendo em conta o talento reconhecido a alguns elementos como Arda Turan, Çalhanoglu, Ozan Tufan ou até Emre Mor. Aquilo que se viu foi uma seleção agressiva em demasia, parca em ideias e que não soube aproveitar as caraterísticas dos seus principais criativos.

República Checa

Foto: "UEFA"

Foto: “UEFA”

O empate em cima da hora diante da Croácia ainda permitiu acalentar alguma esperança, mas a derrota averbada na última jornada deitou por terra as aspirações da República Checa, seleção que revelou demasiadas limitações para competir a este nível. A equipa checa abandona o campeonato da Europa com apenas um ponto conquistado, registo suficientemente elucidativo relativamente à capacidade desta equipa, com muitas debilidades no plano defensivo e com pouca capacidade de criação no ataque. No encontro de cariz decisivo com a Turquia, órfã de Rosicky, a evidência quanto à inoperância chega foi ainda mais clara. Se a seleção checa chegou à derradeira ronda com a hipótese de seguir para a fase a eliminar, boa parte da responsabilidade esteve nas mãos de Petr Cech, que seguraram o que puderam e mantiveram a seleção na corrida até ao derradeiro encontro.

Boas Apostas!