Campeã do mundo em frente com estatuto de líder, Polónia no seu encalço e Irlanda do Norte para a história. O grupo C coloca três equipas nos oitavos-de-final do campeonato da Europa, com a Ucrânia de Fomenko a constituir a excepção em virtude de uma prestação muito aquém das expectativas.
Alemanha

Foto: “Reuters/John Sibley”
Supremacia confirmada. Com duas vitórias, um empate e três golos marcados, a campeã do mundo não teve que se prestar a grandes esforços para assegurar a passagem aos oitavos-de-final, tal como se previa. Terminou em igualdade pontual (7) com a Polónia, assegurando a primeira posição ao marcar mais um golo que os comandados de Adam Nawalka. Nesta primeira etapa, a máquina alemã passou a ideia de que ainda não está a carburar ao mais alto nível. Testou soluções, afinou a estratégia mas fê-lo (quase sempre) impondo a superioridade que se reconhece a uma seleção que ostenta o título de campeã do mundo. Passou por alguns sobressaltos na vitória diante da Ucrânia (2-0) e no empata com a Polónia (0-0), encerrando a participação na fase de grupos com uma vitória tangencial frente à Irlanda do Norte. Não conseguiu o pleno em termos pontuais, mas isso está longe de tirar o sono aos alemães, que agora aguardam para saber quem vão defrontar nos oitavos-de-final. Em suma, durante esta fase de grupos, a Alemanha foi igual a si mesma. Protagonistas do costume, mecanismos habituais e a superioridade natural que daí decorre. Não foi preciso começar em alta rotação, até porque com a seleção alemã, a ameaça está sempre latente. Individualmente ainda não houve grandes destaques, de tal modo que Thomas Muller não conseguiu fazer o primeiro golo na fase final de um campeonato da Europa nestes primeiros 270 minutos de futebol.
Polónia

Foto: “UEFA”
A Polónia de Adam Nawalka assegurou o acesso aos oitavos-de-final ao terminar na segunda posição do grupo, com os mesmos sete pontos que a seleção alemã. Não deslumbrou nos encontros que venceu diante da Irlanda do Norte (1-0) e da Ucrânia (1-0), mas a organização apresentada no compromisso com a Alemanha deve ser enaltecida. O sucesso desta seleção reside muito na capacidade exibida do ponto de vista coletivo, patenteado consistência em termos defensivos ao aproximar as linhas e reduzir os espaços ao adversário – o facto de não ter sofrido golos é suficientemente elucidativo. No derradeiro encontro da fase de grupos, diante da Ucrânia, a Polónia rubricou uma exibição algo aquém das expectativas, permitiu que a Ucrânia (já eliminada) dominasse durante a maior parte do encontro, mas foi suficientemente pragmática para marcar o segundo golo na competição. No capítulo ofensivo, Lewandowski ainda não deu um ar da sua graça, principal figura desta seleção.
Irlanda do Norte

Foto: “AFP”
Will Grig está “on fire”, Michael O’Neill mantém o avançado do Wigan no banco, mas a Irlanda do Norte conseguiu um lugar na história ao apurar-se para os oitavos-de-final do campeonato da Europa. Durante mais alguns dias, o cântico mais conhecido deste verão futebolístico vai continuar a ser ouvido em solo gaulês.
O percurso desta seleção estreante na fase final de um campeonato da Europa começou com uma derrota diante da Polónia, por uma bola a zero. Na segunda ronda, os irlandeses conquistaram o resultado que lhes abriu a porta dos oitavos-de-final: Uma vitória frente à Ucrânia por duas bolas a zero, em Lyon. A Irlanda do Norte limpou a má imagem que tinha deixado na estreia e rubricou uma prestação em que fez valer a sua dimensão física, de forma agressiva, muito à imagem daquilo que Martin O’Neill quer para esta equipa. Sem os mesmos argumentos técnicos que a Ucrânia, foi com um cabeceamento de McAuley na sequência de um pontapé livre que a Irlanda do Norte inaugurou o marcador. A vitória ficou selada já em tempo de compensação, graças a Niall McGinn, colocando a cidade de Belfast em polvorosa. Na última jornada, a missão era clara: Resistir à seleção alemã e alcançar um resultado nivelado, que permitisse seguir para os oitavos-de-final enquanto um dos melhores terceiros colocados. A Irlanda do Norte não dispôs de qualquer ocasião de golo, praticamente não teve bola, mas o guarda-redes Michael McGovern encarregou-se de assumir o papel de figura de jogo e negou o golo aos alemães repetidamente.
Ucrânia

Foto: “AFP/Bertrand Langlois”
É provável que o ciclo de Mikhaylo Fomenko à frente da seleção tenha chegado ao fim. A Ucrânia despede-se de uma forma pouco honrada, pelo menos olhando apenas a números. Três derrotas, zero golos marcados e cinco sofridos. Tendo em conta o potencial que se reconhece a esta equipa, é unânime considerar que os ucranianos surpreenderam pela negativa neste campeonato da Europa. No primeiro encontro, frente à Alemanha, a Ucrânia deu bom sinal de si apesar da derrota, elevando a expectativa para os jogos seguintes. Com a Irlanda do Norte, a Ucrânia esteve muito abaixo daquilo que produzira na estreia e a vontade de Konoplyanka contra o exército verde não foi suficiente para evitar a derrota e consequente eliminação no imediato. A seleção ucraniana foi uma das grandes desilusões nesta fase final, mas a verdade é que existe muito potencial tendo em conta os resultados que as seleções jovens têm vindo a rubricar. Neste campeonato da Europa, Kovalenko e Zinchenko foram as principais bandeiras da juventude que esta seleção precisa para se renovar.
Boas Apostas!