As taças de final de época, da temporada 2014/2015, acabaram por ficar em Lisboa.
A Taça da Liga foi para a Luz depois de o SL Benfica ter vencido, não sem algum susto, o CS Marítimo por 2 a 1, na final jogada, na Sexta-feira, no Estádio Cidade de Coimbra. Esta Taça foi o SL Benfica a manter a tradição. 6 taças em 8 edições. E pode ter sido o último troféu de Jorge Jesus no SL Benfica.
A Taça de Portugal acabou por ir parar a Alvalade, depois de já estar com um pé na Pedreira, quando, in extremis, o Sporting CP conseguiu vencer, nas grandes penalidades, o SC Braga, no Estádio Nacional, no Jamor. Há 7 anos que o SC Portugal não ganhava um troféu. Se sair de Alvalade, Marco Silva não sai de mãos a abanar.
A Taça da Liga
O fim-de-semana de todas as decisões finais, no que respeita aos troféus da época que agora findou, começou na Sexta-feira à noite, em Coimbra, no Estádio Cidade de Coimbra e colocou frente-a-frente o SL Benfica e o CS Marítimo, duas equipas que, curiosamente, tinham terminado o campeonato nacional com um jogo entre si no Estádio da Luz.
Na altura, e talvez embalado pela conquista do título de campeão nacional, conseguido na semana anterior, o SL Benfica a querer fazer a festa em casa, frente aos seus adeptos, carregou sobre os insulares e venceu o jogo final por 4 a 1.
Na Sexta-feira era, contudo, um jogo diferente. Um jogo só, de vai ou racha, ou como dizia Scolari, de mata-mata: ou ganhas ou perdes, não há segundas oportunidades. Daí que, quando subiram ao relvado, as duas equipas sabiam que, no final do jogo, e depois de tudo o que se passasse no tempo regulamentar, só uma equipa sairia dali com a glória. E assim foi. E fizeram por isso.
Até começou bem melhor a equipa do CS Marítimo que se acercou, cedo, e com perigo, da baliza de Júlio César. Com dificuldade, o SL Benfica lá começou a tentar inverter o estado das coisas e foi ao segundo ataque perigoso dos encarnados, ao minuto 37, portanto já próximo do intervalo, que o inevitável Jonas, aproveitando uma momentânea desatenção da equipa adversária, cabeceou para o fundo das redes da baliza de Romain Salin, abrindo o marcador e colocando o SL Benfica a vencer o jogo, ainda antes do intervalo.
Mas que não se pense que o CS Marítimo se rendeu e que o SL Benfica sentiu o jogo ganho. Logo de seguida os maritimistas partiram para o ataque e foi no limite que Eliseu tirou a bola a Marega que se preparava para marcar golo.
Depois do intervalo, o CS Marítimo ficou reduzido a 10 jogadores com a expulsão de Raul Silva por acumulação de amarelos, logo aos 50′. E se se esperava que o SL Benfica resolvesse logo ali o jogo, depressa se percebeu que, o CS Marítimo, com 10, era muito mais aguerrido e perigoso. Tanto que, 6 minutos após a expulsão, João Diogo desmarcou-se, contornou Júlio César e marcou o golo do empate, para surpresa dos encarnados.
Ainda faltava bastante tempo e o SL Benfica não abanou, nem entrou em desespero com o empate. Muito pelo contrário, carregou sobre o CS Marítimo e sufocou-o. Mas foi só após a entrada de Ola John, mais fresco, mais disponível com a bola nos pés, mais irreverente, que as águias conseguiram marcar o segundo golo e voltar à posição de vencedores, golo marcado, precisamente por Ola John, com um remate potente de resposta a um passe de Jonas. Salin foi impotente para defender tal remate.
A ganhar por 2 a 1, a 10 minutos do fim do jogo, Jorge Jesus fez sair Lima, e fez entrar Fejsa para fechar o meio-campo a qualquer veleidade maritimista e assim foi. O CS Marítimo não mais conseguiu incomodar a defesa encarnada nem importunar Júlio César.
Depois foi só gerir o resto do tempo e o SL Benfica, mais uma vez, conquistava aquela que já é considerada a sua Taça.
Um belo final de época para as águias que, mais uma vez, terminam a época com 3 troféus.
A Taça de Portugal
E ontem foi o último jogo da época. A festa do Povo, no vale do Jamor.
O Sporting CP e o SC Braga defrontavam-se em busca da Taça que poderia dar outro sabor a uma época que, para uma equipa e para outra, tinha ficado aquém do esperado.
E o que se assistiu foi verdadeiramente épico.
90′ de jogo, mais 30′ de prolongamento, mais uma série de grandes penalidades, num jogo cujo golo de empate para o prolongamento foi marcado aos 93′, num jogo em que uma equipa esteve a ganhar por 2 a 0 desde os 20′ até aos 84′, contra uma outra equipa que estava reduzida a 10 jogadores desde os 15′. E a equipa que venceu, não foi a que esteve quase a vencê-la.
O Sporting CP entra no jogo cheio de força, e com vontade de resolver tudo bem cedo. Ameaça a baliza de Kritciuk por várias vezes. Aos 11′, o SC Braga aparece, pela primeira vez, frente a Rui Patrício. Sem perigo.
Mas ao minuto 15, tudo se precipita. Cédric ceifa Djavan na área e recebe o vermelho directo. Éder, chamado a marcar a grande penalidade, converte-a em golo. Aos 16′, o SC Braga estava a ganhar por 1 a 0, e o Sporting CP estava reduzido a 10 jogadores.
E nem 10′ tinham passado, Rafa, desmarcado, corre em direcção à baliza de Rui Patrício e faz a bola passar por baixo das pernas do guarda-redes leonino, elevando a vantagem no marcador para os 2 a 0. O Sporting CP parecia desmembrado, perdido. Por outro lado, o SC Braga parecia uma equipa coesa e afinada.
Até ao intervalo, pouco mais houve, com um ou outro ataque de lado-a-lado, mas sem ser muito incisivo. Os bracarenses mereciam estar a vencer e os leões eram uma sombra da equipa que prometiam ser.
No regresso da cabines, o Sporting CP veio mais aguerrido, transformando os seus 10 jogadores no seu dobro. Mas foi então que se assistiu ao verdadeiro show de Kritciuk que foi o principal responsável por manter os leões de Alvalade a zeros, enquanto que os arsenalistas pareciam satisfeitos com o resultado.
Mas eis que, a menos de 10 minutos do fim do jogo, e quando se começava a fazer a festa em Braga, Slimani, aproveitando um mau alívio da defesa bracarense, remata colocado, fora do alcance de Kritciuk, reduzindo o resultado para 2 a 1, e colocando o Sporting CP de volta ao jogo, quando faltavam cerca de 6 minutos para acabar.
O SC Braga colocou-se à defesa a tentar defender a margem que lhes garantia a Taça e, por seu lado, o Sporting CP lançou-se todo ao ataque, mesmo com menos um jogador, à procura do golo do empate que garantiria, pelo menos, mais meia-hora de jogo no prolongamento.
E quando já ninguém acreditava, passavam 3 minutos dos 90′, Fredy Montero faz o impensável, colocando a bola dentro da baliza adversária. Estava aberta a loucura no Estádio Nacional. O Sporting CP garantia mais meia-hora de jogo, onde tudo podia acontecer.
Mas o prolongamento foi um sacrifício. Ambas as equipas estavam mais preocupadas em não sofrer golos do que em marcá-los. Mesmo jogando contra 10, o SC Braga praticamente abdicou de atacar. E o Sporting CP já não tinha forças para o fazer. E ambos pareceram concordar em levar o jogo para as grandes penalidades.
E assim foi. E o Sporting CP foi mais feliz, com o SC Braga a falhar grande parte dos penaltys e com Rui Patrício a garantir que assim seria.
Este jogo entre os dois leões foi uma grande final, digna da Taça de Portugal, a prova rainha do futebol português.
Marco Silva conseguiu um troféu para a sua equipa no final de uma temporada aziaga e tempestiva. Sérgio Conceição saiu a chorar. Teve os pássaros na mão e deixou-os fugir.
Boas Apostas!