A seleção sueca foi uma das grandes surpresas do Mundial 2018 ao marcar presença entre os oito finalistas da competição. O percurso da formação nórdica chegou ao fim às mãos da congénere de Inglaterra mas há várias ilações a tirar do percurso trilhado pelos eleitos de Jan Andersson, treinador que se estreou numa fase final de uma grande competição.
A Suécia fez questão de demonstrar ao que ia (e como ia) logo no “play-off” de acesso à fase final do campeonato do mundo, frente à mais que reputada congénere de Itália: com um único golo deixou a equipa transalpina arredada da competição, travando as investidas do ataque contrário nos 180 minutos da eliminatória.
A postura da equipa sueca em solo russo não foi muito diferente daquela que assumira nos 180 minutos da etapa preliminar. A Suécia de Andersson assumiu-se como uma das equipas mais conservadoras da competição, sem que esta consideração assuma um sentido pejorativo. Apercebendo-se da desvantagem em termos de talento em relação à generalidade das adversárias, sobretudo na era pós-Zlatan, a Suécia apostou na componente tática e baseou a sua estratégia numa estrutura muito sólida a nível coletivo – que o digam Coreia do Sul, México, Suíça e mesmo a própria Alemanha. Os suecos defenderam baixo, com as linhas próximas, demonstraram conforto sem bola e optaram por uma estratégia que privilegiasse um tipo de pressão alta, até porque a menor velocidade em transição defensiva poderia ser fatal. Nas saídas para o ataque, a Suécia apresentou uma capacidade de resposta interessante, que o diga à congénere do México.
Nada mais que o (estritamente) necessário
As estatísticas recolhidas pelo portal “StatsBomb” antes do jogo com a Inglaterra revelam que, em média, a seleção da Suécia alvejou as balizas adversárias 12 vezes por jogo, permitindo que o adversário atirasse em mais de 15 ocasiões à sua baliza. Tendo em consideração a natureza da equipa que veste de amarelo e azul, esta estatística é tudo menos surpreendente.
No entanto, o principal “défice” desta equipa sueca no último terço corresponde à dependência superlativa de dois jogadores: Marcus Berg e Emil Forsberg, jogadores que, apesar das qualidades que possuem, estão longe de possuir as qualidades de Zlatan Ibrahimovic. Para esta análise, a “StatsBomb” considera o número de remates a baliza contrária, cruzamentos e toques na bola tanto no último terço do terreno quanto no interior da área. A Suécia carece de algum talento na frente de ataque e, para suprimir essa lacuna, aposta sobretudo em lances de bola parada para tentar criar perigo junto da baliza adversária. No jogo com a Inglaterra que ditou a despedida do campeonato do mundo, a Suécia dispôs de três boas ocasiões para chegar ao golo de bola corrida, mas Jordan Pickford respondeu sempre com qualidade. Não existe, na equipa sueca, um jogador com grande capacidade de desequilíbrio, sobretudo no 1×1 ofensivo.
Boas Apostas!