Vinte cinco anos depois do último troféu na competição, o Arsenal vai a Wembley disputar a final da Taça da Liga Inglesa. Ao contrário do que é seu costume, Arsène Wenger foi capaz de mexer na equipa ao intervalo para manietar Hazard, a única ameaça ofensiva do Chelsea em campo, para selar a vitória, sem ter que passar por um prolongamento. O Manchester City limitou-se a cumprir, eliminando o corajoso Bristol City, com duas vitórias pela margem mínima.
Intervenção de Wenger foi chave
Arsène Wenger começou por reconhecer, na conferência de imprensa, que o Arsenal demonstrou receio e demasiado respeito pelo Chelsea durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Apesar dos golos, que apareceram cedo, a primeira parte foi entediante. Muito impasse, pouca faísca ou sinal de brilhantismo. O único a brilhar em campo, parecendo estar em toda a parte, era Eden Hazard. Aos sete minutos o pequeno belga aproveitou o passe de Pedro Rodríguez para abrir o marcador com uma naturalidade quase desarmante. Os Gunners esboçaram uma reação, ao ponto de provocar o autogolo de Antonio Rudiger, aos doze. Mas foi no segundo tempo que o jogo mudou. O treinador francês colocou Elneny em dedicação exclusiva a Hazard e secou a única arma ofensiva do Chelsea em campo.
Antonio Conte pode dizer que a sua equipa se pode queixar de falta de sorte já que os dois golos adversários resultam de desvios mas eles espelham a pressão a que a defesa, o eixo central, do Chelsea ficou exposto em determinados momentos do jogo. No primeiro a bola tabela em Rudiger e entra na baliza de Courtois; no segundo o alemão também estava no caminho da bola, que acaba por cair no colo de Granit Xhaka.
O técnico dos Blues disse também que a lesão de Willian, que teve que ser substituído aos trinta minutos, foi determinante. Muito provavelmente. Porque o brasileiro, apesar de muitas vezes lançado do banco, tem sido um comparsa precioso para Hazard, tanto alimentando o belga, como aliviando a pressão a que está sempre sujeito. A estreia de Ross Barkley – a jogar pela primeira vez com a camisola do Chelsea e após ausência considerável – tinha tudo para correr mal e os críticos não se contiveram. Foi um peixe fora de água, certo, mas pelo menos ontem Barkley não pode assumir a responsabilidade.
A quinze pontos do líder a possibilidade de revalidar o título está à muito descartada para o Chelsea, que vê agora escapar mais uma competição. O horizonte de sucesso para esta temporada vai-se estreitando e Conte sabe que está no centro da polémica. O treinador italiano acaba de dar nova alfinetada na direção do clube quando afirmou que os valores implicados na transferência de Alexis Sánchez estavam fora do alcance do Chelsea. Por estes dias fala-se de uma proposta para trazer Emerson Palmieri e Edin Dzeko para Stamford Bridge mas se o primeiro foi fácil de convencer o segundo quer garantias de minutos de jogo para o regresso a Inglaterra.
City à espera
O Manchester City fez o que se esperava. Levou a sério a ameaça que o Bristol City representava, afinal de contas o conjunto treinado por Lee Johnson já tinha eliminado o United, e venceu os dois jogos, ainda que pela margem mínima (2-1, 2-3). Com a vitória da primeira mão na bagagem, os Cityzens aumentaram a vantagem marcado dois golos, nos minutos que antecederam e sucederam ao intervalo, autoria de Sané e Aguero. O Bristol nunca desistiu e aos noventa e quatro minutos chegava à igualdade. Não era suficiente para dar a volta à eliminatória mas e impressionante e motivador. Ao sexto minuto de tempo extra, Kevin de Bruyne repõe a vantagem para a equipa de Guardiola, com assistência de Bernardo Silva.
A final realiza-se em Wembley, a 25 de fevereiro.