Com o ruído quase ensurdecedor do fecho de mercado, a vigésima quinta jornada da Liga Inglesa trouxe surpresas importantes. Metade dos clubes do top-6 sofreram derrotas. O United foi surpreendido por exibição de luxo dos Spurs, impulsionada pelo golo de Eriksen, aos onze segundos. Já na terça-feira o Arsenal tinha perdido em Gagles, frente à equipa de Carvalhal, e deixa de ser lanterna-vermelha. O Bournemouth foi a Stamford Bridge atropelar o Chelsea, com Conte a queixar-se de falta de condições para preparar a partida.

Swansea sai do último lugar

O treinador português conseguiu arrancar o Swansea ao fundo da tabela com uma vitória sobre os Gunners.

O treinador português conseguiu arrancar o Swansea ao fundo da tabela com uma vitória sobre os Gunners.

A jornada arrancou logo com um resultado inesperado. Sim, podíamos imaginar que, dado o que vinha fazendo desde que assumir os Swans, Carlos Carvalhal tentasse dificultar ao máximo a deslocação dos Gunners ao Liberty. Mas, sejamos sinceros, um triunfo por três bolas a uma, quando, ainda por cima, o Arsenal foi o primeiro a marcar, foi uma reviravolta e tanto.

Foi fundamental para o rumo dos acontecimentos que Samy Clucas tenha reposta a igualdade no minuto seguinte ao golo inaugural de Nacho Monreal. É verdade que no segundo tempo Petr Cech cometeu um erro inusitado que conduziu ao golo de Jordan Ayew (o terceiro dos Swans), e foi também um momento decisivo. Mas aquela capacidade da formação da casa reagir de imediato a uma situação de infortúnio mexeu com a confiança dos dois lados: a favor do Swansea e em detrimento do Arsenal. Aos oitenta e seis Ayew bisou e fixou o marcador final. Com este resultado a equipa galesa esteve, à condição, fora da zona de descida, enquanto os concorrentes diretos não completavam a jornada. Com o lavar dos cestos os Swans não conseguiram esse objetivo, ainda, mas pelo menos escaparam ao fundo da tabela.

Arsène Wenger estava irritadíssimo com a exibição dos seus homens e disse mesmo que a equipa não tinha sido convincente do ponto de vista defensivo – olha a novidade – nem ofensivo. O técnico francês fez entrar Olivier Giroud no derradeiro quarto de hora, imagino que para a despedida, embora os Gunners não estivessem diante do seu público. O avançado segue para o Chelsea, onde também não vai encontrar um ambiente especialmente conciliador.

Bournemouth arrasa em Stamford Bridge

Algo está podre no reino de Stamford Bridge mas isso não pode retirar mérito ao grande jogo que os Cherries fizeram.

Algo está podre no reino de Stamford Bridge mas isso não pode retirar mérito ao grande jogo que os Cherries fizeram.

A equipa de Eddie Howe estava com a eliminatória recente da Taça EFL atravessada e também por isso os campeões em título deviam estar de sobreaviso. Já dessa vez foi com alguma sorte que saíram vitoriosos. O AFC Bournemouth foi a Stamford Bridge fazer aquela que é, até à data, a sua exibição mais conseguida e o Chelsea nunca mostrou capacidade de contrariar a determinação dos visitantes. Antonio Conte está-se a fazer o que pode para entrar para aquele clube restrito de treinadores que são despedidos na temporada seguinte a se sagrarem campeões de Inglaterra. Claramente, o italiano não está satisfeito com as condições que a direção do clube lhe dá para competir ao mais alto nível, e, aparentemente, a sua opinião é só mais uma no que respeita a entradas e saídas de jogadores. Mas vir dizer que já estava a ver o filme porque a preparação para o jogo não foi correta, referindo-se aos anúncios da contratação de Giroud e a partida de Batshuayi para o Dortmund, é desculpa de mau pagador.

Spurs mostram as garras frente aos Red Devils

O Tottenham tem pela frente duas semanas terríveis e não podia ter arrancado de melhor forma. Mauricio Pochettino gosta que a equipa entre a matar nos encontros mas marcar ao fim de onze segundos é levar isso a um extremo de eficácia. Mourinho tem razão em dizer que esse golo condicionou o resto da partida e que conceder assim foi ridículo porque, claramente, estava no plano de jogo como uma das ameaças a evitar. O segundo golo, que Phil Jones introduz na própria baliza, foi uma infelicidade, mas que resulta da equipa se sentir acossada pela vaga de confiança do adversário.

O City não se deixou perturbar por assuntos de mercado e cumpriu o seu papel. O Liverpool aproveitou os deslizes alheios para subir ao terceiro posto, em igualdade pontual com o Chelsea. O United está agora a uma vitória de distância. Os Spurs mantêm o quinto lugar mas estão mais perto dos da frente – a dois pontos apenas. Já o fosso para o Arsenal foi alargado para seis.

Boas Apostas!