Arsenal – Chelsea (Community Shield 2017)

Quando a época chegar ou fim já quase ninguém se irá lembrar de quem venceu a Community Shield mas é o primeiro troféu da temporada e todos querem entrar com o pé direito. O Arsenal evidencia uma inclinação especial para a competição em anos recentes, tendo ganho duas das três Supertaças anteriores. Mas Antonio Conte já fez saber que quer uma demonstração de força por parte do Chelsea e que não há troféus dispensáveis.

A Community Shield não é o troféu mais apetecido e é verdade que não tem qualquer significado no que virá a ser a temporada dos clubes que nela participam. O Arsenal é o melhor exemplo disso. Os Gunners venceram duas das três edições anteriores – 2014 e 2015 – e título, que seria o prémio mais ambicionado, nem vê-lo. Ainda assim, é sempre preferível entrar na temporada com o pé direito. Mais ainda quando envolve uma rivalidade sempre bastante assanhada.

Na época passada Arsène Wenger perdeu aquele que foi, durante muitos anos, e com toda a justiça, um dos seus grandes trunfos, um que sempre vinha à baila quando a sua liderança no Arsenal era contestada: a participação na Liga Milionária. Resta-lhe a experiência inovadora de baixar à Liga Europa. Mesmo que o treinador gaulês remate dizendo que o Arsenal não depende dos milhões da prova de elite – dinheiro nunca é demais neste mercado de valores exorbitantes – a verdade é que esse ausência dos holofotes tem consequências sérias. Para começar, é difícil segurar jogadores como Alexis Sánchez que, mesmo que fique no Emirates, fica contrariado.

Onze Provável: Cech – Holding, Koscielny, Monreal – Oxlade-Chamberlain, Ramsey, Xhaka, Kosalinac – Welbeck, Lacazette, Ozil.

Antonio Conte sabe que o maior desafio desta temporada é evitar passar pelo mesmo que Mourinho e Ranieri. Treinadores que foram campeões e na temporada seguinte acabaram despedidos porque as equipas implodiram ao não serem capazes de corresponder às expetativas. O treinador português viveu isso no Chelsea, com vários dos jogadores que ainda integram o plantel. O perigo é real: há que defender o título e em simultâneo fazer boa figura na Liga dos Campeões. É quase o dobro da carga de jogos e menos de metade do tempo para treinar e trabalhar a equipa.

Por tudo isto o técnico italiano quer ver uma reação de força da sua equipa, este domingo, em Wembley, para arrancar a temporada no espírito certo. Há alguma curiosidade dos adeptos ingleses para verem as novas contratações. A primeira grande preocupação dos Blues foi reforçar o setor da concretização. Diego Costa não entra nos planos e mantém-se numa espécie de limbo, sem destino definido. Loic Rémy regressou à casa de partida; Álvaro Morata deixou o Real Madrid porque quer jogar com maior regularidade. Há ainda Michy Batshuayi, que deverá ter cada vez mais chances de se afirmar. A saída de Matic para Old Trafford e a contratação de Bakayoko ao Mónaco devem mexer com o meio-campo, mas não será para já. O médio, assim como Eden Hazard, está ainda a recuperar da cirurgia feita durante o verão.

Onze Provável: Courtois – Azpilicueta, David Luiz, Cahill – Moses, Fàbregas, Kanté, Alonso – Willian, Batshuayi, Morata.

Arsenal	2-1	Chelsea	Taça de Inglaterra 2016/17
Chelsea	3-1	Arsenal	Premier League 2016/17
Arsenal	3-0	Chelsea	Premier League 2016/17

O Arsenal venceu dois dos três confrontos com o Chelsea na época passada. A humilhação da sexta jornada, no Emirates, foi o empurrão que Conte precisava para mudar a equipa à sua imagem. O sistema de três centrais, que outros viriam a adotar ao longo da temporada, e com o qual os Gunners conseguiram conquistar, à custa dos Blues, a Taça de Inglaterra.