Arizona Cardinals – Green Bay Packers (NFL)
Como por magia os Packers, que não tinham funcionado durante a temporada, fizeram clique no jogo dos wildcards e venceram com classe os Redskins. Green Bay reencontrou-se com o seu “mojo” ofensivo e agora viaja para Glendale esperando um desfecho radicalmente diferente ao de há quase três semanas. Arizona beneficiou de uma dispensa na primeira ronda e Bruce Arians tem hipótese de fazer história.
No dia 27 de dezembro os Packers levaram uma coça em Glendale (38-8). É certo que na semana seguinte foi a vez dos Arizona Cardinals terem o seu apagão diante de Seattle. Mas as duas coisas não são comparáveis. Os Packers tinham tudo em jogo quando visitaram Arizona; os Cardinals já tinham a situação dos play-offs definida quando enfrentaram uns Seahawks a lutar pela vida. O cansaço e alguma descompressão afetaram a prestação da equipa mas Bruce Arians nem por isso há de ter sido compreensivo. Não ofusca minimamente o brilho de uma equipa superiormente trabalhada que encantou ao longo de toda a temporada regular.
Nessa receção a Green Bay, Carson Palmer em particular e a equipa em geral fizeram um jogo de eleição. O quarterback completou dezoito de vinte e sete tentativas, para duzentas e sessenta e cinco jardas e um TD. A defesa esteve implacável, particularmente no pass rush. Mesmo sem Tyrann Mathieu, que tinha rompido os ligamentos do joelho na semana anterior, Dwight Freeney e Calais Campbell rebentaram com a linha ofensiva adversária. E não há razões para pensar que não possam repetir a receita.
Quando se chega a esta altura da época não há jogador que não tenha alguma mazela, por isso é tão importante escapar à primeira ronda e beneficiar do descanso extra. Arizona conseguiu recuperar Josh Mauro e Markus Golden de lesão. Outros, como Michael Floyd ou Andre Ellington também agradeceram os dias de pausa.
O treinador de Arizona preocupa-se muito em dar a Palmer saídas simples para momentos de aperto e a unidade ofensiva foi demonstrando grande confiança na forma como os jogos eram preparados. O QB falou em várias ocasiões de tudo estar previsto, todas as variações e os eventuais ajustes necessários aquilo que acontece me campo. Isto era uma imagem de marca precisamente de Green Bay: estar tão treinado que permite sempre um improviso.
A última vez que os Green Bay Packers chegaram aos play-offs sem que ninguém desse grande coisa por eles só pararam com a conquista do Super Bowl. Esta é uma equipa que passou a temporada a fazer marcas pela negativa mas mostrou no domingo que a qualquer momento pode mudar o chip e começar a faturar. Sim, eu sei que bater a secundária de Washington não é o mesmo. E que com a de Arizona outro galo cantará. A vitória sobre os Redskins foi um belo momento em que aconteceu o que já não parecia possível – os Pakers encaixarem – mas vão ter que subir o nível para deixar para trás os Cardinals.
Na derrota de dezembro Aaron Rodgers foi derrubado oito vezes e duas das suas perdas de bola resultaram em touchdown. Portanto, é imperioso que os Packers sejam capazes de melhorar significativamente a proteção ao quarterback, ou vão ter uma noite muito triste. Por outro lado, a equipa tem que preparar jogadas para libertar os receivers. E nisto Mike McCarthy e o coordenador ofensivo Tom Clements estão na berlinda. O quarterback passou grande parte da época a tentar inventar rotas que não se concretizavam em campo. Pela primeira vez desde que Rodgers substituiu Brett Favre em Lambeau Field a defesa foi a unidade mais preponderante no jogo de Green Bay, em muitas alturas mesmo o que safou a equipa. Mas quem tem Aaron Rodgers tem sempre esperança. No encontro de Washington, pela primeira vez, o QB recorreu a sete receivers diferentes e o jogo em corrida contribuiu com umas importantes cento e quarenta e uma jardas. Eddie Lacy, mesmo entrapado para proteger as costelas, fez a diferença e Randall Cobb contagiou com a sua garra e resiliência.
Arizona Cardinals | Green Bay Packers | University of Phoenix St. (Glendale) | V 38-8 |
Arizona Cardinals | Green Bay Packers | Lambeau Field (Green Bay) | D 31-17 |
Arizona Cardinals | Green Bay Packers | University of Phoenix St. (Glendale) | V 51-45, OT |
Arizona Cardinals | Green Bay Packers | University of Phoenix St. (Glendale) | D 33-7 |
Em 2010 as duas equipas mediram forças num jogo dos play-offs, também então no University of Phoenix Stadium, nesse caso na ronda dos play-offs, e foram os homens da casa a seguir em frente.