À entrada para a dupla jornada que fecha o apuramento sul-americano há dois pesos pesados em risco de não ir à Rússia. Verdade seja dita, até à data só o Brasil já tem as passagens na mão, e há sete equipas na luta pelas restantes quatro vagas. A Argentina, finalista há quatro anos, precisa de vencer os dois jogos para garantir apuramento direto. O Chile, vencedor das duas últimas Copa América, perdeu os encontros de setembro e a jogar como está precisa quase de uma milagre para não ficar pelo caminho.

Neste momento, quando ficam a faltar duas partidas para todos as seleções da CONMEBOL, há sete equipas, na luta pelas quatro vagas disponíveis para a qualificação para o Mundial da Rússia do próximo ano. Três dão apuramento direto; a restante permite a ida a um play-off com a Nova Zelândia. Claro que nem todos os sete concorrentes estão no mesmo nível. Entre Uruguai (segundo) e Equador (oitavo) há sete pontos de diferença e é evidente que uruguaios e colombianos estão uns passos à frente da concorrência para chegar à porta de embarque. O mais chocante é que Argentina e Chile, ou ambos, estão em sério risco de falharem o Mundial. A Albiceleste foi finalista no Brasil, nos dois Mundiais anteriores chegou aos quartos de final e desde 1970 que não falha uma fase final. La Roja é a vencedora das duas últimas edições da Copa América. E neste momento lutam entre si pela quinta posição, que obriga a um play-off.

Uruguai e Colômbia na porta de embarque

Charruas e Cafetertos estão na linha da frente para asseguiram a qualificação direta mas não podem fraquejar.

Charruas e Cafeteros estão na linha da frente para assegurarem a qualificação direta mas não podem fraquejar.

Em teoria, o Uruguai tem o caminho mais certo. Com vinte e sete pontos, tem como adversários dos dois últimos jogos Venezuela e Bolívia, ambas já fora das contas nesta qualificação sul-americana. Se Luis Suárez e companhia sentirem a tentação de relaxar há que lembra-lhes que a Vinotinto foi a Buenos Aires empatar a vida da seleção de Sampaoli na jornada de setembro.

A Colômbia ocupa a terceira posição, entalada entre uruguaios e peruanos, um ponto à frente e atrás, respetivamente. Joga na madrugada de sexta-feira em casa como o Paraguai e a meio da semana seguinte vai ao Peru. Vencer o primeiro jogo deve ser suficiente e neste apuramento os Cafeteros só perderam em solo pátrio com a Argentina. Mas outra igualdade, a mais recente especialidade da formação de Pekerman, torna a última jornada de vida ou de morte.

Peru e Argentina, ambos com vinte e quatro pontos, defrontam-se na próxima jornada, no La Bombonera. No papel, os homens comandados por Ricardo Gareca têm o calendário mais duro – vai a Buenos Aires e recebe os colombianos – mas o registo de resultados recentes só lhes dá confiança. O Peru venceu os três últimos compromissos – Uruguai (2-1), Bolívia (2-1) e Equador (1-2) – e não perde há quatro.

Argentina e Chile em risco

A esperança dos argentinos está depositada nestes dois, para evitar que a Albiceleste fique fora do Mundial.

A esperança dos argentinos está depositada nestes dois, para evitar que a Albiceleste fique fora do Mundial.

A Albiceleste tem que vencer os dois últimos jogos para evitar um escândalo. Desde 1970 que a seleção argentina não fica fora de um Mundial. E nas três últimas edições foi duas vezes aos quartos de final e uma finalista vencida. É difícil imaginar um Campeonato do Mundo sem Leo Messi mas essa possibilidade está em cima da mesa. A equipa já vai no terceiro selecionador nesta fase de qualificação e nem a entrada de Jorge Sampaoli conseguiu o impacto desejado. Em setembro a Argentina tinha a possibilidade de galgar terreno mas somou apenas dois pontos dos seis possíveis e o empate cedido em casa frente aos venezuelanos (1-1) foi um tremendo balde de água fria. O selecionador diz que é complicado mudar a matriz da Messidependência mas não deixa de ser espantoso que um plantel que tem Messi, Dybala, Icardi e Di Maria, por exemplo, não tenha marcado mais de dezasseis golos nesta fase de apuramento, o que dá uma média de um por partida. Como se o duelo com os peruanos já não fosse suficientemente duro, o último jogo será em Quito e a Albiceleste não tem grande registo a jogar em altitude.

Se a qualificação terminasse agora o Chile, a formação que dominou as últimas edições da Copa América, podia começar a planear as férias de verão de 2018. Nem apuramento direto, nem acesso ao play-off, é o que dá o sexto lugar. E devemos sublinhar o facto dos chilenos ainda contaram uma vitória administrativa, ou seria ainda pior. La Roja perdeu três dos quatro jogos disputados este ano – Argentina (1-0), Paraguai (0-3) e Bolívia (1-0) – tendo somado apenas três pontos do confronto caseiro com os venezuelanos (1-0). Juan Antonio Pizzi já só repete que o grupo vai lutar muito até ao fim, enquanto for matematicamente possível. Para agravar a situação, Alexis Sánchez está em dúvida para o embate com o Equador, com problemas musculares. Será certo na deslocação ao Brasil, no último dia, mas o jogador do Arsenal anda longe do seu melhor. Será preciso praticamente um milagre, uma sucessão deles, para que os chilenos garantam passagem para a Rússia.

Boas Apostas!