Argélia – Zimbabwe (Taça das Nações Africanas 2017)
Para a seleção argelina, mesmo que não vivendo tempos de euforia como há alguns anos atrás, está-se, seguramente, num período que deve ser aproveitado para lutar pelos lugares de topo no quadro das competições africanas. O nível a que jogam os seus melhores jogadores assim o exige. Num Grupo B onde também estão a Tunísia e o Senegal como candidatos a entrar nos quartos-de-final, este jogo inaugural coloca a pressão sobre os argelinos que precisam de ganhar para gerir a sua vantagem sobre a concorrência. Para a seleção do Zimbabwe, num grupo muito exigente, a luta far-se-á jogo a jogo, em busca de pontos.
A Argélia tem George Leekens no comando e o belga reconhecerá que tendo à sua disposição duas das estrelas do Leicester City, Riyad Mahrez e Islam Slimani, também lhe serão exigidos resultados à dimensão da qualidade destes jogadores que estarão nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Mas, na verdade, a seleção argelina tem mais qualidade. Soudani, no ataque, é um elemento sempre muito útil à sua seleção, enquanto jogadores como Nabil Bentaleb, Rachid Ghezzal ou Yassine Brahimi terão muita influência na qualidade e criatividade que os argelinos conseguirão impor nos relvados gaboneses. Este primeiro jogo impõe alguma responsabilidade, mas também serve de oportunidade para a Argélia começar cedo a mostrar ao que vem, impondo-se frente a um adversário de um nível competitivo mais baixo. Com a Etiópia, o Lesoto e as Seychelles no seu grupo, a Argélia teve uma caminhada relativamente facilitada no acesso a esta prova, realizando dois testes frente à Mauritânia que também não lhes colocaram dificuldades para vencer. O nível do rival subirá um pouco este domingo, mas mantém-se muito acessível para uma Argélia de topo.
Onze Provável: Mbolhi – Mesbah, Cadamuro, Belkaroui, Ghoulam – Bentaleb – Mahrez, Brahimi, Ghezzal – Soudani, Slimani.
O Zimbabwe é outra das seleções com pouca visibilidade a atingir o apuramento para a Taça das Nações Africanas, regressando depois de dez anos sem participar. Ainda assim, nunca o Zimbabwe superou a fase de grupos e a previsão aponta a que, uma vez mais, se fique mesmo por esta fase inicial. O Zimbabwe é reconhecido por ter uma equipa com alguns avançados criativos, onde se destaca Knowledge Musona, que atua na Bélgica, apresentando maiores fragilidades no momento defensivo. Aliás, de todos os jogadores, entre guarda-redes e defesas, das posições mais recuadas, apenas Costa Nhamoinesu atua na Rep. Checa, sendo que todos os outros estão em países africanos, a grande maioria no país natal. Apesar de não ter conseguido vencer o país que era considerado como favorito no seu grupo da fase de apuramento, a Guiné Conacri, frente a quem perdeu um jogo e empatou outro, o Zimbabwe acabou por terminar em primeir lugar, à frente, também, da Suazilândia e do Malawi. Agora, no Gabão, tem a complicada missão para conseguir pontuar, um objetivo mínimo para o conjunto orientado por Calliisto Pasuwa, ainda que nos jogos amigáveis tenha conseguido empates frente a Camarões e Costa do Marfim.
Onze Provável: Mukuruva – Zvirekwi, Moriwa, Nhamoinesu, Bhasera – Nakamba, Katsande – Mahachi, Rusike, Billiat – Musona.
As duas seleções não se defrontam há mais de dez anos, quando se cruzaram no mesmo grupo de acesso ao Mundial 2006. Nos dois jogos realizados, ambos terminaram com empate como resultado final.
Desta feita, com uma Argélia com mais experiência internacional e maior confiança enquanto equipa, a expetativa será a de ver o conjunto do Norte de África somar uma vitória.