Argélia – Togo (CAN 2013)

A Argélia e Togo chegam à segunda jornada do Grupo D da Taça das Nações Africanas com zero pontos e sabem que precisam de vencer este sábado para poder continuar a sonhar com um lugar nos quartos-de-final.

Vahid Halilhodzic poderá queixar-se da sorte, já que embora dominando grande parte do jogo frente à Tunísia, em posse de bola e no número de oportunidades, saiu derrotado com um golo sofrido para lá dos 90 minutos. Como eu tinha referido na análise a esse jogo, apesar dos bons valores individuais da Argélia, não a via capaz de se superiorizar a uma Tunísia muito mais experiente (ainda que praticando um futebol mais feio).

Frente ao Togo, os argelinos terão um adversário bem diferente, mais disposto a disputar a bola no terreno todo e com uma frente de ataque mais importante do que o setor defensivo. Não me parece, ainda assim, que existam razões para que o seu onze sofra alterações. M’Bolhi fez uma excelente exibição, nada podendo fazer para evitar o golo sofrido, e a linha defensiva esteve bem durante a maior parte do jogo, com Medjani e Belkalem muito bem na zona central, Mesbah e Cadamuro equilibrados nas laterais.

No meio-campo, Halilhodzic deu preferência ao controlo do jogo, com Mostefa, Guedioura e, sobretudo Mehdi Lacen em muito bom plano, faltando a este conjunto maior intensidade nas zonas mais próximas da área adversária, onde Feghouli, Kadir e, sobretudo, Slimani, não tiveram espaço nem criatividade para resolver o jogo com golos. As opções argelinas para o lugar mais avançado na equipa incluem o vimaranense Soudani ou Aoudia, outro jogador a atuar ainda na liga local. Nem um nem outro parecem, no entanto, em condições de roubar o lugar a Slimani, que deverá ter mais uma oportunidade para se mostrar ao mais alto nível (e quiçá ganhando um lugar numa equipa europeia).

A equipa do Togo pode dizer ter sobrevivido à inconstância da sua preparação, marcada pela contestação ao técnico Didier Six, com Adebayor a fazer o papel de ator de uma novela que o opôs à Federação do seu país. Apesar de tudo isso, os togoleses conseguiram fazer uma exibição sóbria, criando dificuldades à Costa do Marfim e quase saindo com um ponto desse encontro. Perdida essa oportunidade, surge agora a Argélia como o adversário necessário de ultrapassar para se manter numa luta para a qual não havia sido convidada na antevisão do torneio.

Adebayor vai precisar de muito maior apoio de J.Ayité e Gapké na frente de ataque, algo que não aconteceu na primeira jornada. Os dois jogadores surgiram a ocupar os espaços mais próximos da linha, sem conseguir alimentar o pivô do conjunto. Aparentemente, as suas características parecem não ser as ideias para esse trabalho, sendo que Didier Six chamou, durante a partida, F.Ayité e Segbefia, ambos sem dar resultados muito melhores. Para ultrapassar essa lacuna, vai ser preciso pedir muito mais a Romao, um dos jogadores mais experientes deste conjunto.

Na baliza, Agassa manterá o seu lugar, ainda que não seja um guardião que ofereça grande segurança, numa defesa onde faltam referências e experiência, para além de Akakpo nenhum jogador demonstra bom nível.

Será por isso uma tarefa difícil para os togoleses, naquele que será apenas o segundo encontro entre estas duas seleções. O único jogo realizado até hoje decorreu em 1997, num amigável, quando o Togo bateu a Argélia por 1-0, algo difícil de imaginar para este sábado.

O favoritismo pende todo para os argelinos que, conseguindo marcar golos, ao contrário do jogo passado, poderão também encontrar o momento certo para ainda manter o sonho pelos quartos-de-final.

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